É inadmissível e contra isso me insurjo, certamente como a maioria dos portugueses.
Um ex Presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, em funções na altura em que a crise financeira americana eclodiu e fez despontar a crise financeira na Europa que, posteriormente evoluiu para crise económica e para as chamadas "Crises das Dividas Soberanas" , pasme-se, veio a Portugal e perante dois jornalistas que lhe mostraram apenas os seus simpáticos sorrisos e não demonstraram ter conhecimentos ou espírito jornalístico para o confrontar com uma pergunta obvia.
Trichet, certamente por razões ligadas á idade, evidenciando, na melhor das hipóteses alguma senilidade mental, para não ter que reconhecer que se tratou de maldade ou provocação politico, afirmou perante dois jornalistas de uma reputada radio que lhe deu os seus microfones, que a crise europeia não teria acontecido se a Irlanda, a Grécia e Portugal tivessem cumprido o Pacto de Estabilidade e as regras da UE.
Ora, se há evidencia demonstrada e reconhecida por quem tem conhecimentos para o fazer e pela generalidade dos políticos e populações europeias, americanas e por todo o mundo, é que a Crise teve origem na falta de regulação dos Bancos e Instituições financeiras americanas, na falta de controlo, especulação e procura de lucros como se num casino estivessem a operar.
Vir, um ex presidente do Banco Central Europeu, falar nesse passado e origem da crise europeia e mundial, omitindo esse "pequeno" pormenor, é, ou maldade, ou incompetência, ou provocação politica, ou tudo junto, com o descaramento de o fazer dentro de portas de qualquer um dos países por ele referidos.
Tão mal quanto ele, estiveram os jornalistas que o entrevistaram, incapazes, por desconhecimento ou por postura subjugada, de lhe lembrar esse pormenor.
Em boa verdade, tão ilustre personalidade e sapiência, não deveria sair de Portugal sem que o Primeiro Ministro ou alguém por ele encarregue, lhe oferecesse uma lembrança que lhe recordasse, para o resto da vida, esta sua visita.
Uma peça da Vista Alegre costuma ser usual, a quem nos estima. Neste caso, para que mais e melhor se pudesse lembrar de Portugal, uma boa peça de porcelana das Caldas da Rainha, seria muito adequado, por ser bem nacional.
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