terça-feira, 30 de abril de 2019

Declaração de amor ao Clube de Futebol "Os Belenenses" !




Não tenho certezas   nem respostas para a maioria das dúvidas que me ocorrem. Mas que é muito divertido, lá isso é.  Gosto  muito da ideia.

Temos comprovado em  diversas circunstâncias as teorias de Einstein, as da relatividade. 
Agora, até o buzão  e os buracos negros conseguimos não só comprovar mas, imagine-se, fotografar !
Coisas que pensavamos estar absolutamente nos confins das memórias inacessíveis, no passado a que ninguém, jamais teve acesso. Sim, porque, passado é passado, temos vindo a acreditar. Até que foi possível   fotografar o passado mais passado.

E, com tudo isto, ganha mais força uma outra teoria, a  da relatividade do tempo e dos momentos. 
Que o tempo não tem passado, presente ou futuro, tudo se passa em simultâneo, a hora em que nascemos, as horas em que crescemos, as tropelias da juventude, a morte de um pai ou de uma mãe, a nossa morte. Tudo sem passado  nem futuro, agora mesmo, em simultâneo.

Levando o pensamento a uma boa recordação, a alguém que já partiu de quem gostamos, a um momento bom de  prazer já vivido, é possível, pela relatividade do tempo, visualizá-lo agora aqui mesmo  ao lado, nas gavetas do pensamento e de todas as recordações.

Tudo em simultâneo, como é bom acreditar.

(aqui, com Einstein)

Socorro-me da wikipedia e passo a citar:
"E, em 23 de setembro de 1919,  acontece, agora, segundo a teoria, que ali  para os lados do Restelo, da Ajuda, Belém, da boa e humilde  rapaziada e dos pescadores  das praias  de Alges, da linha do Estoril, de Almada, Caparica e Trafaria,  se dá  forma institucional associativa, de entidade própria, ao então designado, e bem, com propriedade,  o Clube de Futebol “Os Belenenses” ! "
A honra e o mérito, se bem que de muitos, com cariz e raizes próprias de  movimento  associativo, popular, vai, no entanto, para um lider fundador, Artur José Pereira. 
José Pereira que, para os mais precipitados, pode ser logo identificado como  o Passaro Azul, o guarda redes do Belenenses na década de 1960 e da Selecção Nacional que em Inglaterra conquistou  o brilhante terceiro lugar no Campeonato do Mundo de 1966, os Magriços.
Não, era outro.  Este a que me refiro, foi o fundador.


Em 1935, o CFB foi fundaor da chamada Primeira divisão Nacional que existiu e onde se manteve  por seis  décadas.

O Belenenses foi  por quatro vezes o melhor clube de Portugal. Campeão de Portugal em 1927, 1929 e 1933, com mais duas vezes vice-campeão, em 1926 e 1932. E naquele que era,  ao tempo,  uma prova de enorme importância , o Campeonato de Lisboa, venceu-o em 1926, 1929, 1930 e 1932.

Na verdade, durante muitas décadas, o Belenenses foi sempre sério  e temido  candidato  a todos os titulos nacionais em disputa, Campenato de Portugal, Campeonato Nacional e Taça de Portugal. Foi Campeão Nacional em 1945/46  e esteve na luta pelos titulos durante muitas décadas tendo  em cinco campeonatos chegado à última jornada a poder ser Campeão. E, na verdade, numa delas, foi mesmo só tendo ficado toldada a conquista pelo erro já assumido e revelado de anulação de um golo a quatro minutos do fim de um jogo  contra o Sporting e que viria a dar esse  titulo ao SL Benfica.

Ainda da wikipedia:
"Dos anos 20 aos finais da década de 40, o Belenenses foi o Clube representivo dos Clubes portugueses, tendo mesmo sido o convidado para o jogo de inauguração do Santiago Bernabéu, o campo do Real Madrid. Voltou a estar no jogo de comemoração das bodas de prata do Real Madrid em que também  foi feita a homenagem a Gento, o exacampeão europeu do Real Madrid.  Numa das vezes, o Belenenses venceu por 3-0.

O Belenenses jogou e venceu  muitas das mais prestigiadas equipas do futebol mundial. Barcelona, Borussia de Dortmund, Monaco, Bayer Leverkussen, Valência, Olimpique Lyonnais, Depotivo de la Corunha, Dinamo de Zagreb, Vaco da Gama, Cruzeiro, Belo Horizonte, Newcastle, Bayern de Munique, Sevilha, Stad de Reims e alguns mais.

O Clube de Futebol “Os Belenenses” é uma instituição de utilidade pública, Comendador da Ordem Militar de Cristo, Oficial de Benemerência, titular da Ordem de Benemerência da Cruz Vermelha, Benemérito da Cruz de Malta, Medalha de Mérito Desportivo, Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa.

Foi vencedor da Primeira Liga, Campeão Nacional, em 1945/46,  vencedor da Taça de Portugal em 1941/42, 1959/60 e 1988/89.

Campeão Nacional da Segunda Liga em 1983/84 e em 2012/2013. Venceu a Taça de honra da AFL em 1959/60, 1960/61, 1969/70, 1975/76, 1989/90 e 1993/94,"  entre muitissimos outros titulos e troféus entre eles o Teresa Herrera, na Corunha, frente ao Real Madrid ! "


Tudo isto, consegue-se imaginar, segundo a relatividade, poder estar a acontecer, em simultâneo, há muito tempo mas também  agora mesmo e no futuro, algures nos confins da realidade e da nossa mente.

Olho para dentro e vejo o dia 23 de setembro de 1919. Estava o Clube a nascer. O mesmo dia 23 de setembro escolhi eu para me casar. 
No que se convencionou chamar amanhã, dia 24 de setembro, nasce Vicente Lucas e  eu  próprio  levo  minha Mãe a  trabalhos de parto. Afinal, eu e Vicente Lucas, nascemos  no dia seguinte ao do nosso Clube  que agora será centenário. Foi há muito tempo ou seja   agora  mesmo, que importa se o tempo, as emoções e os amores são de facto relativos !

Peço descanso, que não me incomodem.
Hoje, vou deitar-me ao mesmo tempo em que nasce o meu Clube no dia 23 de setembro, o dia que escolhi para me casar e não importa de que ano. Logo a seguir, a  24  de setembro  nasço eu  e o Vicente Lucas.
Terá sido, pelo tempo convencional, há cerca de cem anos que o Clube nasceu.
Mas eu e todos os Belenenses o saberão viver como o tempo actual, o tempo do amor que dedicam e sempre dedicarão  ao  nosso Clube de Futebol “Os Belenenses” !"


Belenenses, meu grande amor de sempre !



domingo, 28 de abril de 2019

O meu Belenenses é Campeão nas Salésias !













 Vicente Lucas e Taira


































Recordando o Vasco (Graça Moura)




Ontem, ao fim da tarde, fui a um concerto dos Dias da Música no CCB.
Encontrei ainda no exterior o meu amigo Elisio Summavielle, actual Presidente daquela instituição.

Como a vida é um fio continuo de momentos e recordações, fez-me recordar tempos  passados também naquele espaço, e noutros, e um  outro Presidente daquela casa da cultura, o Vasco Graça Moura.

Há muita coisa em comum entre o Elisio e o Vasco, desde logo o facto de manter por ambos um sentimento de amizade, admiração  e proximidade.

Com o Vasco, fiz muitas viagens que foram  de muito boa conversa, de e para Bruxelas, nos anos dos nossos mandatos europeus. Falava-me da Europa, do País, de Cavaco, as letras e os poemas que acabara de oferecer a cantores, músicos e fadistas e, sobretudo, dos seus livros.  Eu puxava-o sempre para a conversa sobre os seus livros, os novos e os já publicados.
Adorava ouvi-lo falar sobre eles e recordo muitas vezes aquele em que o escritor tomava a pele de um coleccionador de livros antigos, palmilhava o norte do país a procurar raridades interessantes nas bibliotecas herdadas por esposas viuvas, abastadas, dias que acabavam muitas vezes em inícios de noites de temporal, dificuldades para viajar de regresso e um convite esperado e sabido por ambos, desde o momento em que  chegara,  para pernoitar, tomar um reconfortante pequeno almoço matinal e conduzir até ao Porto.

Visitava o Vasco  no seu gabinete no CCB, um espaço do tamanho do Campo do Belenenses nas  Salésias, que é ainda o gabinete de Elisio Summavielle.

Cheguei lá, muitas vezes, com dois livros seus acabados de comprar ali em baixo, na Bertrand, para o Vasco me autografar e comentar.  Saía sempre com meia dúzia de livros que ele fazia questão de me dedicar e oferecer.

E havia sempre tempo para me contar das dificuldades na gestão do CCB,  das suas  coisas com o vizinho ali próximo, Cavaco de quem bastante amigo, dos assuntos europeus, mesmo depois de ter deixado Bruxelas, da sua saúde que passou a ser tema importante a partir de certa altura. Sempre em grande tranquilidade, em todos os temas.

Algumas vezes lhe recordei a minha ida a sua casa na Foz, era eu finalista do 7º ano do liceu em Viseu. Fui lá com dois colegas, o Zé Junqueiro e o Jorge Costa Pinto, assinar com o irmão Miguel Graça Moura,  o contrato que levou o "Pop Five Music Incorporated" a fazer o Baile do 7º desse ano de 1970.  Eramos todos miúdos !

Depois de deixar Bruxelas, "apanhei-o"  pelo menos duas vezes no meio do aeroporto. Dizia-me que precisava de um convite para o Lounch da TAP pois tinha deixado de voar e já não tinha o cartão de passageiro frequente. Lá iamos, os dois e a minha vontade de o escutar.

Agora, podendo parecer estranho, tenho o Elisio para me recordar o Vasco. Muito diferentes mas muito iguais, sobretudo no concentrado de  cultura  que encontrei em ambos e no humanismo que não lhe fica atrás. Nenhum deles fica atrás do outro.

Abraço, Amigos !
(Vasco Graça Moura)
 (VGM)

(Elisio Summavielle)