terça-feira, 16 de abril de 2019

As afirmações dos politicos e dos orgãos de comunicação social !



É impressionante  a força  das campanhas  de media  que, pela insistência, pela repetição  da mesma imagem  ou  ideia,  por  mentirosa que seja,  fazem escola e levam  a que  seja assimilada como verdade.

Sei que é perigoso "julgar"  ou "condenar"  o delito de opinião, ou a liberdade de expressão e de imprensa.

Mas sei também  que era preciso ter forma de impedir que opiniões falsas, aldrabices completas ao arrepio  da evidencia  dos factos,  possam  ser ditas, publicitadas, repetidas com a certeza de que quem o faz jamais será responsabilizado  ou punido.

Não  se me afigura compatível  com o espírito de um Estado de Direito, com uma Democracia ou, tão somente, com  a mais singela forma de convivência  em liberdade e valores de cidadania, ter para uma mesma realidade, quem diga que é branco e quem diga que é preto. Com a certeza de o poder fazer como quem bebe um copo de água, sem responsabilização.

A campanha actual que  vem já de há vários meses,   tem por objectivo  fazer acreditar que  este governo e estas políticas  são  o mesmo  que o anterior que cada dia reduzia  rendimentos, cortava nas prestações sociais, nos cuidados de saúde, na assistência em geral, nos salários e aumentava impostos.

Para que nos próximos escrutínios populares as pessoas, mentalmente,  descontem, desvalorizem,  as diferenças entre esta solução política e a que a antecedeu.

Até  com  os impostos fazem batota!
Claro que não houve aumento da carga fiscal, claro que houve até impostos que diminuíram a carga. Mas conseguiram descobrir um  qualquer  indicador, uma  falsidade,  que permite concluir com aldrabice que os impostos subiram. Tão só porque a receita fiscal, o que o Estado recebeu  da cobrança de impostos, aumentou. Se aumentou, concluem os aldrabões, os impostos subiram. E dali não arredam pé. Não, não é verdade. Aumentou a receita dos impostos porque, felizmente, há muito mais gente a trabalhar, a descontar e a pagar impostos. É só isso!

Mas, persisto, não me parece compatível com um Estado de Direito, com uma Democracia e viver em Liberdade que isto possa acontecer sem responsabilização.

O mesmo em relação ás reformas.
Até um ex Presidente da Republica vem dizer que "há até quem por aí diga quem em 2050  as reformas passarão  para os 80 anos!"

Palermas.
As reformas não passam para nada. Então não viram que o  que de facto se passa ou, melhor, queriam    que se viesse a passar,  era  que  quem se deixa de trabalhar,  quem se reforma,  independentemente da idade que tenha,  leve é uma maior penalização  no momento em que o faz ?

A idade de reforma não é hoje  nem será nunca no futuro maior do que era, no sentido pratico e objectivo  da questão.  O que se passa é que quem hoje atinge a idade  em que continuar  a trabalhar fica impossível, é que  vai para a  reforma mas com uma penalização  muito superior ao que acon tecia anos atrás. E pretendem que no futuro seja ainda maior.

Ninguém imagina em 2050 um polícia de 80 anos a correr atrás de um criminoso. Ou um médico com as mãos a tremer no bloco operatório, um barbeiro agarrado á navalha, trémulo, a cortar uma barba.  Ou muitíssimas mais situações ridículas e impraticáveis que se poderiam aqui deixar. O funcionário a atender calmamente e com dificuldades de visão e a dizer que sabe que estão 300 pessoas na fila de esperta mas que os olhos não  lhe permitem ler e escrever mais depressa!

Claro que a campanha actual apenas pretende criar "clima"  para dar ao  negócio privado  os proveitos da gestão dos fundos que agora vão para a Segurança Social e para o SN Saúde.
Com o simples argumento de que o Estado gere mal.
Dizem ou pretende que se conclua  que é  mais seguro  entregar  aos privados.
Claro que ninguém levanta a questão ou fala do risco  que estamos fartos de presenciar de um  qualquer privado,  de aqui a meia dúzia de anos,   não dar conta dos fundos que acumulou, das suas responsabilidades. Nessa altura, clamam pelo Estado, para entrar com as "massas"  e acudir aos cidadãos indefesos e defraudados. Pois, mas são esses cidadãos que agora estão a decidir fazê-lo  ou não. Conscientemente a optar por deixar os seus descontos a cargo de uns ou de outros.

E tido isto me veio ao espírito pelo cartoon  de hoje, aliás, que sempre muito aprecio pela actualidade e acutilância que caracterizam o autor,  que aqui deixo .  Mas, hoje, objectivamente, com laivos  de aldrabice.




Dizer que continuamos na mesma  em relação à austeridade, só pode ser encarado como leviano, pouco sério, só palavras inseridas numa mesma campanha de fazer crer ás pessoas que tudo é igual. E isso não é sério. Hoje em que já não bastam  as reposições que vem sendo feitas e se clama já  por "quero é ver repostos  os meus ordenados de há 20 anos ! ", como ainda esta manhã ouvi dos dirigentes dos camionistas em greve.
Também não pode ser credível que o Ministro das Finanças possa dizer, ao Fiantial Times ou a quem quer que seja,  que não houve mudanças face ás políticas do governo anterior.
Mas,  brincamos ou gozamos, com quem ?



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