sábado, 29 de dezembro de 2018

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

PARQUE MAYER




Antonio-Pedro Vasconcelos realizou um fime.
Também há quem diga que Antonio-Pedro Vasconcelos fez um novo filme, Parque Mayer.
Parque Mayer, de família Lima-Mayer.

Tive em tempos um colega chamado Lima. Mas não era Mayer.  Apenas Lima e em vez do Mayer era Boavista, creio. E ficava fulo quando lhe trocavam o apelido Boavista por Boavida. Lá teria as suas razões para tão forte trauma. Isso, são outras historias que não valem o tempo de as recordar.


Antonio-Pedro Vasconcelos é do Benfica. Eu sou Belenenses, Vasco Lourenço é do Sporting e Fernando Gomes  do Porto. Com tudo o que cada uma dessas paixões arrasta e implica.
Com este filme, Antonio-Pedro Vasconcelos, anulou e fez apagar até essas diferenças emocionais,  as diferenças motivadas por essas paixões.
Antonio-Pedro Vasconcelos  integrou. E isso é  coisa difícil de conseguir.
Integrou as diferenças, os sentimentos plurais,  deixou em evidencia o que de pior há  no sentir das pessoas, a vingança, o ódio, a denuncia vingativa, e o que de bom há em contraponto a esses sentimentos mesquinhos, o sentir plural, solidario,  o respeito e a  integração das diferenças.  


Mas, Antonio-Pedro Vasconcelos  fez arte.
E, afinal, o que é a arte, de que  coisas é feita a arte ? 
De quantas artes é feita a arte ?


Antonio-Pedro Vasconcelos  fez arte  escolhendo e inventando planos,  dirigindo a camera, escolhendo os rostos, as expressões, os risos e os choros feitos de lágrimas ou de soluços contidos, apertados  na força de uma censura nas gargantas e nos peitos que não é só a  censura dos censores dos trechos e dos quadros da revista que passaram  no Parque Meyer. É também a  aquela força  que  as pessoas fazem  para não soltar lágrimas que em vários momentos deste novo filme se aprestam a sair.

Antonio-Pedro Vasconcelos  fez arte com os textos escritos  e repetidos pelos actores, fez arte feita dança e bailados com os sentidos  de quem esteve  hora e meia  a ver o  seu novo filme, Parque Meyer.
Sentidos que se agitaram, saltaram e  rodopiaram vezes sem conta entre  a emoção da beleza exposta  e  quase dada a comer ou a beber  a quem  assistia,  da alegria  gritada e  partilhada e  da comoção de quase os levar ás lagrimas ou ao choro compulsivo desde que não censurado e, por decência, contido.

Antonio-Pedro Vasconcelos  fez arte  ao tornar explicitos e fielmente  recreados ou renascidos  os medos, as dores infligidas e os horrores  dos carrascos de outrora.

Antonio-Pedro Vasconcelos  fez amor  feito  de vários amores de que o amor se diz que pode ser feito.  
Trouxe de novo à luz  das telas o que de bom trouxeram  todas as Marias ou, no caso, as Deolindas . O que  tinham de genuino, puro, leve e  de alegria  contagiante. 


Mais do que tudo isso, Antonio-Pedro Vasconcelos  deixou-nos, a brincar ao  cinema e aos filmes feitos agora,  para quem  esses tempos não os  viveu, uma visão  de tempos passados que por certo  gente que ao sair do Parque Mayer e que escolhe virar à esquerda para a  grande Avenida da Liberdade  e nela aproveitar  a Alegria  possivel  de quem virando à direita sempre desemboca na  Alegria,   uma visão  e  um enorme e  sério aviso  sobre  o que  todos  os que vindo por bem, não querem que se repita. -
Não cai  na leveza de ser uma comédia, longe disso. Não cai  na  fraqueza de ser um  choradinho ou um  uma  historia  delicodoce, nada disso. É  serio, divertido, bem  doseado. Tal como  um antigo  Bispo de Viseu, Alves Martins, dizia que a religião deveria ser, como  o sal na comida, nem demais, nem de menos.


Por tudo  isto o que ficou escrito e o que só ficou sentido  ou contido,  um forte abraço de agradecimento ao  Antonio-Pedro Vasconcelos.

A todos os outros que já perderam dois minutos a ler  estas linhas, um conselho amigo: vão ver o file, este, Parque Mayer.
E. depois, digam-me se tenho  ou não razão.


Carlos Pereira Martins.

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Juntando-se ás comemorações dos 150 anos de elevação de Santarém a cidade, a Ancora Editora e dois autores ofereceram à Camara Municipal 150 livros para a biblioteca municipal e para distribuição pelas escolas do município.


Associando-se ás comemorações dos 150 anos de elevação de Santarém a cidade,  a Ancora Editora, representada por Antonio Baptista Lopes,  o autarca local José Miguel Noras e o Partido Socialista e dois autores editados pela Ancora, Pedro Barroso  e Carlos Pereira Martins,  fizeram  a oferta simbólica  de 150  livros   à Biblioteca da Camara Municipal  para distribuição  pelas escolas do município,.



Salão nobre da Camara Municipal de Santarém






Pedro Barroso, Carlos Pereira Martins e Antonio Baptista Lopes




quinta-feira, 13 de dezembro de 2018


Presidi, durante uma década, à comissão Executiva do Conselho Nacional das Ordens Profissionais, o chamado Conselho de Bastonários.
Já antes, tinha integrado  o Conselho Nacional das Profissões Liberais, que  antecedeu  o das Ordens.

Conheço, pois, como as minhas mãos, a historia das últimas décadas de cada Ordem Profissional, as especificidades de cada uma das Profissões Reguladas e o quadro legislativo e normativo  que as regula e lhes confere poderes delegados pela Assembleia da República, agora, através da recente Lei-Quadro.


Fui, nesses anos, o único   não  Bastonário  a  presidir à Comissão Executiva. Talvez pela simples razão de que os Senhores Bastonários sempre foram  pessoas muito ocupadas, muito solicitadas e é necessário  haver  ao lado  alguém disposto a trabalhar  com  a organização e a papelada.

Ser Bastonário,  era, nesses tempos,  uma distinção  muito importante. Sempre pessoas, profissionais  da maior competência, pessoas integras e dispostas a exercer cargos e mandatos  quase sempre pro bono, movimento associativo  na sua pureza.

Passaram  "por mim"   Bastonários como  Pires de Lima, Germano de Sousa,  o Enfermeiro germano Couto, a Enfermeira Maria Augusta de Sousa, Maria Irene Silveira, Pedro Nunes, Rogério Alves, Marinho Pinto, e  muitos, muitos outros.

Sempre, mas sempre mesmo,  foi observada  com  todo  o rigor   uma regra simples mas essencial  ao funcionamento e entendimento de todas as Ordens e Profissões naqueles fóruns comuns.
A regra que  distinguia completamente as Ordens dos sindicatos de cada profissão e outra que impunha que ao Conselho  apenas interessavam  os pontos, aspectos e assuntos transversais a todas as Ordens e Profissões. Se assim não fosse, dadas as especificidades e diversidade de todas elas,  não haveria entendimento  e dialogo possível.


Por isso vi  com  muito agrado  a passagem  como Bastonários de pessoas que vinham  directamente do movimento sindical, dos sindicatos, como Pedro Nunes nos Médicos e Maria augusta de Sousa, nos enfermeiros, para dar dois exemplos agora muito elucidativos.
E, nunca por nunca qualquer destas pessoas, Bastonários,  misturou  os respectivos papeis. Uma vez Bastonários,  foi sempre os assuntos e matérias relativos ao exercício das respectivas profissões, para os quais tinham poderes delegados pela Assembleia da república,  que  os norteou.

Pessoas com enorme valor, sem qualquer dúvida.  É voz corrente, há alguns anos a esta parte, que se tornou  quase corriqueira  a atribuição de  louvores  e distinções pela  Republica  por  estes serviços prestados com elevação à sociedade.  Talvez lamente que  todos esses não tenham tido  a grande e merecida  honra de terem sido distinguidos.  Sem  falsa modéstia, eu próprio,  depois de mais de uma década a presidir e, antes,    depois de  quase trinta anos a servir e trabalhar com as Comunidades portuguesas espalhadas pelos vários continentes sendo  proposto  para uma distinção honorifica pelo Conselho das Comunidades Portuguesas,  e mais cerca de dez anos  como Membro do C.Economico e Social Europeu, sentir-me-ia  muitíssimo honrado e compensado apenas pela distinção  para legar aos meus sucessores.

Confesso  que,  nos tempos mais recentes,  tenho sentido  uma enorme tristeza   na constatação  de que  os pressupostos que enunciei  para as Ordens e os Bastonários  não  são  agora observados.
Assisto, com tristeza, reforço,  a greves  convocadas ou apoiadas o mais activamente  e  misturadas  na actividade corrente   de    Ordens Profissionais e Bastonários.
Lamentável, penso até que ilegal à luz da Lei Quadro das Ordens Profissionais.

A credibilidade e honorabilidade de um Bastonário, desses tempos idos,  não  se compadeciam  com  a mistura  nas lutas políticas.  Um Bastonario  dos tempos idos, entendia e cumpria que representava profissionais ideologicamente situados em todo  o espectro politico. Por isso mesmo,  deixavam a política aos Partidos  e dessa forma  adquiriam maior  independência,  credibilidade  e maior  poder negocial  e representativo  para as Ordens,  para  as  respectivas  Profissões Reguladas.


Carlos Pereira Martins

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

70º aniversário dos Direitos Humanos



Presidente Jorge Sampaio e Carlos Monjardino, o anfitrião do Museu do Oriente.











Homenagem a

Antonio Arnault

e ao Serviço Nacional de Saúde


Prémio entregue pelo Presidente Jorge Sampaio




Arnault e Miguel Torga





A medalha  alusiva à  homenagem foi entregue ao filho de Antonio Arnault


Luanda Cozeti






Artistas, homenajeados e participantes juntos em palco.



O anfitrião, do Museu do Oriente, Carlos Monjardino