quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Carlos Pereira Martins preside ao Parecer sobre "Comunicação de ocorrências na Aviação Civil europeia"




Aviação civil / comunicação de ocorrências


Grupo de Estudo:
Presidente:
Carlos Alberto Pereira Martins (PT-III)




 

 -                Tornar a União Europeia a zona do mundo mais segura para a aviação e ocupar o primeiro lugar mundial em matéria de segurança da aviação é um dos objetivos enunciados no Livro Branco sobre Transportes (COM(2011)144), designadamente reduzindo, até 2050, a percentagem de acidentes na aviação comercial para menos de um por cada dez milhões de voos, ou seja, metade do número de acidentes registados em 2011.


-              Desde a criação do mercado único da aviação, em 1992, o cumprimento de exigências regulamentares cada vez mais estritas em matéria de segurança da aviação quanto às aeronaves registadas nos Estados-Membros ou operadas por empresas nestes estabelecidas, apoiado em investigações exaustivas e independentes efectuadas aos acidentes, traduziu-se numa redução considerável e quase contínua da taxa de acidentes de aviação mortais.


-            Contudo, nos últimos dez anos, essa tendência abrandou nitidamente, mantendo-se a taxa de acidentes no setor da aviação civil praticamente estável enquanto o tráfego aéreo continua a aumentar (+/- 4% ao ano, segundo o Eurostat).


-              A experiência mostrou que, muitas vezes, antes de ocorrer um acidente, alguns incidentes ou outras deficiências registadas apontavam para a existência de riscos para a segurança. Depressa se verificou que seria cada vez mais difícil aumentar a segurança da aviação apenas através de uma «abordagem reativa», que prevaleceu até então, e que consistia em só reagir e retirar ensinamentos após a ocorrência de um acidente.


-               Para se poder manter o número de acidentes mortais na aviação civil ao nível mais baixo possível, será necessário adotar medidas suplementares, designadamente para compensar o aumento contínuo do número de voos comerciais.


-               A União Europeia não pode ficar-se pela atividade legislativa, devendo preocupar-se igualmente com uma abordagem sistemática dos riscos ligados à segurança da aviação. Através da Diretiva 2003/42/CE, relativa à comunicação de ocorrências na aviação civil, a UE adotou uma abordagem complementar «proativa», desenvolvida pela Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) e assente na notificação obrigatória dos acidentes, incidentes ou deficiências que coloquem riscos ou que, se não forem resolvidos, possam colocar em risco uma aeronave, os seus ocupantes ou qualquer outra pessoa.


-               O sistema de segurança da aviação deve pois assentar no retorno de informações e nos ensinamentos retirados dos acidentes e incidentes. A fim de obter um melhor conhecimento sobre esses incidentes, facilitar a sua análise e tentar prever os riscos potenciais em matéria de segurança, todos os Estados-Membros tiveram de criar sistemas de comunicação de ocorrências através dos quais as informações relativas a incidentes envolvendo aeronaves registadas na União, mesmo que tenham ocorrido fora do território da União, devem ser recolhidas, avaliadas, conservadas e protegidas numa base de dados acessível a todas as autoridades nacionais da aviação civil e entidades que investigam os acidentes aéreos.


-               O sistema de comunicação de ocorrências assenta numa relação de confiança entre o autor da comunicação do incidente ou da deficiência e a entidade responsável pela recolha e análise dos dados.


-               Desde 2007, a União Europeia possui um repositório central europeu que reúne todas as ocorrências registadas nos Estados-Membros no setor da aviação civil e onde atualmente figuram mais de 600 000 ocorrências. As regras aplicáveis em matéria de divulgação das informações constantes do repositório central europeu foram estabelecidas pelo Regulamento (UE) n.°1330/2007.


-            A comunicação de ocorrências na aviação civil tornou-se um elemento complementar crucial do sistema de segurança da aviação baseado em diferentes fontes de informação que complementam as comunicações, nomeadamente os relatórios de acidentes, os relatórios de inspeção na plataforma de estacionamento, os inquéritos e o acompanhamento subsequente dos acidentes, as auditorias de supervisão, as inspecções de normalização realizadas pela Agência Europeia para a Segurança da Aviação, etc.



-            Dado o seu caráter sensível, as informações recolhidas são confidenciais e só podem ser utilizadas para efeitos das atividades dos participantes e destinatários. A fim de evitar receios e reacções injustificadas, as informações transmitidas ao público devem ser efetuadas de uma forma agregada e limitam-se normalmente a um relatório anual sobre o nível geral de segurança na aviação.


-            Além do sistema de comunicação obrigatória, os Estados-Membros podem criar um sistema de comunicação voluntária que colija e analise as deficiências verificadas na aviação civil que não sejam abrangidas pelo sistema de comunicação obrigatória.


-            A obrigação de notificação aplica-se a toda a cadeia de transporte aéreo, designadamente aos operadores aéreos, aos operadores de aeródromos certificados, às empresas de assistência em escala, etc.


-           Diversas categorias de profissionais da aviação civil observam ocorrências relevantes para efeitos de prevenção de acidentes, devendo por conseguinte comunicá-las.


-            Nas comunicações efetuadas devem ser suprimidos todos os dados pessoais relativos ao autor, bem como todos os pormenores técnicos susceptíveis de conduzirem à identificação do mesmo. Os Estados-Membros devem assegurar que os trabalhadores que comuniquem incidentes não são prejudicados pelo seu empregador. Não podem ser aplicadas quaisquer sanções administrativas, disciplinares ou profissionais às pessoas que comuniquem ocorrências, salvo em caso de negligência grave ou de infração deliberada.


                

 -                  Conteúdo do novo regulamento


              Melhor recolha de ocorrências

A proposta estabelece o enquadramento para garantir a comunicação de todas as ocorrências que ponham ou possam pôr em perigo a segurança da aviação. Para além dos sistemas de informação obrigatórios, a proposta impõe também a criação de sistemas voluntários.

A proposta contempla ainda disposições para incentivar os profissionais do sector da aviação a comunicarem as informações sem receio de serem alvo de sanções, exceto em caso de negligência grave.


              Maior clareza no fluxo de informação

Todas as organizações que operam no domínio da aviação devem, tal como a autoridade pública, estabelecer um sistema de comunicação das ocorrências.


              Melhor qualidade e exaustividade dos dados

Os relatórios de ocorrências devem incluir informações mínimas e campos de dados obrigatórios. As ocorrências devem ser classificadas do ponto de vista dos riscos, segundo um sistema comum europeu de classificação do risco. Além disso, devem também ser estabelecidos procedimentos de controlo da qualidade dos dados.


            Maior intercâmbio de informações

O acesso dos Estados-Membros e da Agência Europeia para a Segurança da Aviação aos dados do repositório central europeu é alargado a todos os tipos de informações constantes dessa base de dados. Todos os relatórios de ocorrências devem ser compatíveis com osoftware ECCAIRS.


             Melhor proteção contra a utilização indevida de informações de segurança

Para além da obrigação de garantir a confidencialidade dos dados recolhidos, estes só podem ser disponibilizados e utilizados para manter ou reforçar a segurança aérea. Devem ser concluídos acordos com as autoridades judiciárias a fim de atenuar o potencial efeito negativo da utilização dos dados para fins judiciais.


              Melhor proteção dos autores de comunicações de modo a garantir a disponibilidade permanente de informações («cultura justa»)

São reforçadas as normas relativas à proteção dos autores de comunicações, sendo reafirmada a obrigação de anonimizar os relatórios de ocorrências. As organizações que operam no domínio da aviação são convidadas a adotar um documento em que se descreva de que forma é assegurada a proteção dos trabalhadores.


             Introdução de requisitos para a análise das informações e adoção de medidas de acompanhamento a nível nacional

A proposta transpõe para a legislação da UE as regras acordadas a nível internacional relacionadas com a análise e o acompanhamento das ocorrências registadas.


              Análise reforçada a nível da UE

É reforçado o princípio segundo o qual incumbe à Agência Europeia para a Segurança da Aviação e aos Estados-Membros analisarem as informações constantes do repositório central europeu, sendo a colaboração em curso formalizada no âmbito de uma rede de analistas da segurança da aviação presidida pela Agência.


              Transparência reforçada em relação ao grande público

Respeitando a confidencialidade necessária, os Estados-Membros devem publicar um relatório anual contendo, sob uma forma agregada, informações sobre as medidas adotadas para aumentar a segurança da aviação.


Carlos Pereira Martins preside ao Parecer sobre "A Política Externa da UE no sector da Aviação"



PT

A política externa
no setor da aviação
Bruxelas, 15 de fevereiro de 2013



Presidente:

Carlos Alberto Pereira Martins (PT-III)





                

 

-              O Comité congratula-se com a comunicação da Comissão sobre a política externa no setor da aviação. Tendo em conta a crescente dependência da Europa em relação ao comércio externo e o papel fundamental dos aeroportos na ligação do nosso continente com o resto do mundo, o CESE concorda inteiramente com um programa ambicioso no domínio da aviação.

-              O CESE aguarda com especial interesse um avanço rápido para um espaço único da aviação alargado, que abranja os países vizinhos, desde a Turquia, passando pelo Médio Oriente, pela Rússia e pela bacia do Mediterrâneo, até ao norte de África. Isto trará oportunidades de desenvolvimento para os aeroportos secundários e regionais, devido à proximidade geográfica desses mercados e dado que muitos deles registam um crescimento económico significativo.

 

-             é também muito favorável a um programa ambicioso de liberalização com os BRIC e os países da ASEAN, para proporcionar aos transportadores europeus oportunidades de reforçar a cooperação com outras companhias aéreas e fazer passar o tráfego adicional pelos aeroportos europeus.

 

-               A Comissão assinala, com razão, a necessidade de alcançar uma situação de igualdade de circunstâncias para a indústria da Europa. Entre os fatores de distorção que devem ser abordados, a comunicação identifica corretamente os impostos no setor da aviação, os auxílios estatais indevidos, o congestionamento dos aeroportos e do espaço aéreo, as responsabilidades no âmbito da defesa dos consumidores e o custo das emissões de dióxido de carbono.


-        partilha da preocupação da Comissão relativamente à necessidade de investimento na capacidade dos aeroportos. Há uma necessidade urgente de garantir a capacidade dos aeroportos da União Europeia, a fim de evitar a perda de competitividade em relação a outras regiões em crescimento e, consequentemente, a deslocação de tráfego para regiões vizinhas.

                   

-  concorda plenamente que o setor da aviação desempenha um papel fundamental na economia europeia, quer para os cidadãos quer para as empresas. Responsável por 5,1 milhões de empregos e por 2,4% do PIB europeu, ou seja, 365 000 milhões de euros, o seu contributo é vital para o crescimento económico e o emprego na UE.


               Em resultado dos esforços entre a Comissão Europeia e a UE, foram celebrados 1 000 acordos bilaterais de serviços aéreos com 117 países não pertencentes à UE. Fizeram-se progressos no desenvolvimento de um espaço comum da aviação alargado aos países vizinhos, tendo já sido assinados acordos com os Balcãs Ocidentais, Marrocos, Jordânia, Geórgia e Moldávia.

-              Contudo, a transição de uma situação em que existiam apenas relações bilaterais entre os Estados-Membros da UE e os países parceiros para uma situação em que existe um misto de relações bilaterais e a nível da UE cria por vezes confusão aos países parceiros, além de que os interesses da UE nem sempre têm sido definidos e defendidos da melhor maneira.

-           Além disso, devido a essa fragmentação por país, o setor da aviação ainda está demasiado sujeito aos interesses nacionais e depende demasiado de iniciativas pontuais baseadas em autorizações individuais de negociação de condições para uma efetiva entrada no mercado e para o crescimento. O ritmo da liberalização não coordenada do mercado por que enveredaram diversos Estados-Membros nas suas relações com certos países não pertencentes à UE e a aparente intenção de alguns Estados-Membros de continuarem a estabelecer bilateralmente a concessão de direitos de tráfego aéreo a países terceiros sem uma contrapartida correspondente, ou sem terem em conta as implicações a nível da UE, é de tal ordem que, se não agirmos neste momento para estabelecer uma política externa mais ambiciosa e eficaz para a UE, dentro de alguns anos poderá ser demasiado tarde.

-               O Conselho também concedeu autorizações à Comissão para negociar acordos gerais com a Austrália e a Nova Zelândia, mas as negociações com estes países ainda não se encontram concluídas. Atualmente, a aviação europeia tem apenas duas companhias aéreas europeias a viajar para a Austrália: a British Airways e a Virgin Atlantic. Anteriormente, havia muito mais transportadoras aéreas a fazer esta rota.

-           Congratula-se com as conclusões gerais do Conselho quanto à proposta da Comissão[1], embora considere que os Estados-Membros poderiam ter sido mais explícitos no seu apoio a algumas negociações mais importantes da UE, nomeadamente dando à Comissão um mandato inequívoco no sentido de «normalizar» as suas relações tensas com a Rússia no domínio da aviação.

 

-              A América Latina é um mercado em franco crescimento e a fusão entre as companhias aéreas LAN e TAM representa uma séria ameaça comercial para a Iberia, a TAP e as outras companhias europeias que operam na América Latina.

-                  A importância dos «hubs»


-               Apesar do crescimento das transportadoras de baixo custo, que abriram serviços para aeroportos secundários, os «hubs» da Europa, isto é, os aeroportos centrais têm uma importância significativa na aviação mundial e nas relações externas, uma vez que são eles muitas vezes o eixo central dos acordos sobre o tráfego aéreo.

-               O crescimento de «hubs» importantes em locais como Abu Dhabi e o Dubai constitui uma ameaça competitiva considerável para os serviços de longo curso da UE. Por exemplo, o acordo recente entre a Quantas e a Emirates representa uma séria ameaça para o setor aeronáutico europeu.

-               Para ser viável, um «hub» requer um nível significativo de procura local, assim como uma vasta rede de serviços de ligação, razão pela qual os «hubs» de maior sucesso se situam normalmente nos principais aeroportos urbanos, que estão cada vez mais congestionados e sem capacidade de expansão, sobretudo por razões ambientais.

-              Alguns «hubs» europeus já estão a levar à redução do número de rotas de ligação que podem ser operadas, um problema que urge resolver se se pretender manter a competitividade da Europa.


                 Criar uma concorrência leal e aberta

-               A competitividade das transportadoras da UE, muitas das quais lutam com dificuldades financeiras, é posta em causa quando os encargos económicos que geram custos unitários de produção mais elevados são superiores aos das transportadoras de outras regiões do mundo.

-               É importante que toda a cadeia de valor da aviação (aeroportos, prestadores de serviços de navegação aérea, fabricantes, sistemas informatizados de reserva, empresas de assistência em escala, etc.) seja tida em conta e que as estruturas de custos, o nível de exposição à concorrência noutras partes da cadeia de valor e os mecanismos de financiamento das infraestruturas noutros mercados essenciais sejam também tidos em conta na avaliação da competitividade do setor da aviação da União Europeia e, em particular, das companhias aéreas da UE a nível internacional.

-               Dentro da UE, a Comissão não criou condições de igualdade a nível dos Estados-Membros ou a nível local/regional, pois, por exemplo, não proporcionou a clareza jurídica para evitar os muitos casos em que aeroportos pequenos concedem às companhias aéreas taxas altamente subsidiadas, sem cumprirem o princípio do investidor privado numa economia de mercado. As várias investigações aprofundadas, recentemente abertas, a casos de eventuais auxílios estatais a companhias aéreas que operam a partir de aeroportos regionais em vários Estados‑Membros colocaram em evidência a necessidade urgente de concluir as orientações da Comissão em matéria de auxílios estatais aos aeroportos, que têm sido constantemente adiadas. A recente adoção das regras da UE relativas à segurança social dos trabalhadores móveis, como as tripulações de voo, irá também melhorar o funcionamento do mercado único.


sábado, 23 de fevereiro de 2013

14 de Fevereiro de 2013 - 39º aniversário do Nuno Pai e 7º aniversário do Nuno Filho !



Quase todas as pessoas olham o dia  14  de Fevereiro  como o Dia  dos  Namorados.

Para mim, o 14 de Fevereiro, é o dia em que faz anos o meu Filho, o  Nuno,  e

também  o meu Neto,  seu  filho,   igualmente  Nuno.













Este  ano,  vim  "a correr"   de Bruxelas,  conseguindo  antecipar o regresso  para

o  voo  das  12 horas  por  forma  a  poder  estar   com  eles  a  lanchar  e apagar  as velas.

O Pai  comemorou  39  anos  e  o Filho  7  !


Á  noite,  ainda  conseguimos  jantar  uma  cataplana   no  Guincho.  

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Irlanda, Dublin - 40 º Aniversario da entrada da Irlanda na UE



Nos primeiros dias de Fevereiro, o Comité Económico e Social Europeu

em  conjunto  com  o  European Movement da Irlanda,  organizaram em

Dublin,  em Knockhousehotel e  em  Farmeleigh House,  uma  Conferência internacional

de alto    nível   comemorativa  dos 40 anos da entrada da Irlanda na UE,  com

a participação de várias e reputadas  individualidades  irlandesas      e

europeias.



O European Movement Ireland   foi  fundado  em  1954  e tem  uma

enorme  base  de  voluntariado  e  estabelece  uma  união  efectiva  entre



os  cidadãos  irlandeses  e  a  União Europeia,


nomeadamente  entre  a

Sociedade  civil  irlandesa  e a UE.




Num  segundo  evento  do  Grupo  3   do  CESE,


participou  Joan Burton,

Ministra  da Solidariedade irlandesa  que  reforçou  a  mensagem  forte que

tem  procurado  fazer  ouvir  entre  os seus parceiros europeus :

" Please, remember that  Europe  is  not  just  about  bankers "


A  actual  presidencia  irlandesa  da UE  coloca  o


foco   em  três  pilares

básicos  da  sua  intervenção :





a  estabilidade,  a   criação  de  emprego  e   o   crescimento.  






Os  cidadãos europeus  querem  da Europa  uma  resposta  efectiva  para

sair  da   crise   que  terá necessariamente  que  passar  pela  estabilidade

e  pelo  crescimento  económico .



A  crise  actual   tem  feito  esquecer  que  a  construção  europeia  foi  feita

pela  Paz  e  pelo  Bem  comum  dos  Estados


Membros.


Daí  que  a   Solidariedade   seja  um  dos

Valores  fundacionais  fundamentais.


A  UE  não  surgiu    apenas   para  melhorar  as

economias  e  os  negócios.

É  muito  importante  que  as   pessoas  melhor  informadas  e  europeistas

façam  passar  esta  mensagem  e  não  deixem  que  a  nuvem  da  crise

ofusque  os Valores da construção  do  projecto europeu.


Os  líderes  políticos  europeus  terão  que  ter

presente,  hoje mais do que nunca,


que  a Europa   não  se  restringe  aos banqueiros

e ao universo  financeiro  mas

tem  essencialmente  que  ver  com  Pessoas,



Cidadãos  e  com  a Sociedade  em

senso  lato.





















Plenaria de Fevereiro do CESE - José Manuel Barroso e Vitor Constancio





Durante os  dias da Plenária de Fevereiro do  Comité Económico e Social
Europeu,  o Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso  dirigiu-se
aos Membros  e á Plenária  subordinando a sua  intervenção  ao  tema

" Um  Crescimento  durável  para uma Europa  mais forte " .

As várias intervenções dos Membros que usaram da palavra orientaram-se,
sobretudo, para os resultados negativos e a responsabilidade das Instituições europeias
que integram a "Troica" nos  Estados onde foi solicitado o resgate financeiro.

Pontos altos do debate foram ainda o  desagrado da grande maioria dos Membros
relativamente  ao  recentemente apresentado Orçamento da UE,  tendo sido sugerido
que a Comissão  pudesse,  de sua iniciativa,  reapresentar um Orçamento pelo menos 20 %
superior como forma de apoiar o crescimento e a retoma das várias  economias dos Estados
e, consequentemente, o  crescimento do emprego.

No  segundo  dia  da Plenária,  Vitor Constâncio,  Vice presidente do Banco Central Europeu,
abordou a situação da Banca europeia, em geral, as políticas do BCE  e a governância da UE.


Estiveram presentes  na  Galeria  na Sala do Parlamento Europeu   onde
decorreu a Plenária  muitos


jovens  de diferentes  nacionalidades,
que  integram  o  projecto  Erasmus

domingo, 10 de fevereiro de 2013

A Esperança terá que ser sempre a última a morrer, como se diz no Brasil: “Valeu meu irmão?”



Por fora,  esse  Corpo que  é Portugal, continua belo, fresco e atraente como poucos dos que se podem ver por essa Europa ou esse Mundo fora !
Aparece  envolto em roupas bonitas, com roupagens de cores diferentes conforme seja Primavera, Verão, Outono ou Inverno.

Por cima de todas essas belezas convidativas, a sorte de estar quase sempre coberto pela luz radiosa e quente de um sol que não o abandona, de um clima  ameno  ou mesmo  quente,  acolhedor, como   aqueles olhos que gostamos de olhar com a expressão doce , meiga e indefinida como são os chamados  olhos   de amêndoa.
Ao redor, o azul de um Mar que é dele, destinado ao Corpo, a dar-lhe ainda mais beleza e  bem estar. A convidar.

Certo dia, por força de um mal estar, houve que pegar no bisturi e tentar ver, por dentro, lá bem nas entranhas, o que de mal ia corroendo  naquele lindo Corpo.

Não se deve desdenhar da sorte de a imagem exterior continuar assim tão bela, tão mais bela que tantos  outros Corpos  nas mais diversas paragens do Mundo. Afinal, esta, se bem aproveitada, será sempre uma vantagem competitiva, como se diz em linguagem de empreendedorismo.

Por dentro, lá bem nas entranhas, damo-nos conta de muitas mazelas.


Perdeu o hábito de querer saber, de aprender, de ler.
Cultiva agora a iliteracia a um grau que chega a ser assustador mesmo para quem do ler apenas sempre teve  o hábito de se ficar pelo muito pouco, pelo essencial.

Por todo o lado se faz da falta de saber e da falta de querer aprender  uma moda que ao ser ostentada dá até  um certo estatuto,  mais ainda  se conjugada com um  cabelo rapado  ou mesmo uma barba por fazer de, pelo menos três dias. 

Gente com cursos superiores que aparecem em concursos de grande audiência e, da ciência, aos costumes  nada   dizem. Pior ainda, diz valente asneirada, chega a ser confrangedor e não daria para entender  aqueles sorrisos perante tamanha ignorância, como é que chegaram a tirar cursos e mestrados, não fosse bem entendermos que, quem os deveria corrigir, ensinar  e classificar,  também não sabe e não quer saber mais do que está tão na moda:  nada saber.

É ligar uma rádio, com algumas  exceções, felizmente, ou um canal de tv, e os exemplos são aos molhos.
Faz pena e é um mal que se arrasta,  está a corroer a Sociedade e a Democracia  que tanto nos custou  a conquistar  e,  pior ainda,  faz escola, tende a ser moda.

Falar calão como quem está entre os seus, sem o sentido de responsabilidade de quem ao estar exposto publicamente,
sem  ter consciência de estar a fazer escola de boa ou má cidadania  e  a  arrastar  muitos incautos.
Diz-se agora a torto e a direito que fulano ficou “chateado”, Já ouvi  uma jornalista  perguntar ao Primeiro Ministro e muitas vezes ao cidadão comum, em peças noticiosas, se ficou  “chateado”  com isto ou com aquilo.
Não há meio de alguém lhes explicar que isso é um palavrão, que isso é um parasita que se reproduz nas áreas púbicas.


Ou será que, de raro e indiciador de pouca limpeza, se terá tornado, para essa gente, tão habitual  e normal?
Recentemente, uma ou todas as chamadas agencias de imagem, que aconselham estas coisas a  alguns  políticos e “figurões públicos”,  a quem apenas vive do faz de contas que transmitem aos outros, terá descoberto que, para compensar  o afastamento real e vergonhoso que há entre muitos representantes da classe política e  quem os elege ou entre governantes e governados,   melhor seria que  passassem a  usar a linguagem pretensamente do povo, o calão. Que dá trunfos, que aproxima e faz crer que  uns e outros são a mesma coisa, feitos da mesma carne, das mesmas dificuldades e aspirações ... !
Esqueçeram-se de separar o que deve ser informal, entre amigos, á mesa do café,  no ambiente  de  informalidade e confiança de conhecidos ou amigos  e o que tem que ser tratado com rigor, seriedade, com aquele mínimo de qualidade de linguagem, postura e dignidade que confere, ao que é sério, ao que é serviço, a diferença do que é conhaque, informal. E, uma vez mais, tudo isto faz escola e, quando as pessoas ouvem um governante , um Primeiro Ministro , dirigindo-se-lhes, empregar um “que se lixe” ou dizer que ficou “chateado”, aí, a qualidade de tudo o resto fica muito abalada,  tudo desce uns bons furos no “rankig”  do nível e da qualidade. 
As calinadas de português e o uso da língua chegam a ser surrealistas. Na rádio diz-se volta e meia que tal clube empatou “ao”  Beira Mar por dois golos, perdeu “ao” Belenenses por um golo, em vez do “com”. Ganhou “a” , perdeu ou empatou “com”. O ouvido já lhes é indiferente.
Assim como  a figura notável que faz um programa, por exemplo de cozinha, alta cozinha, e fala para quem o ouve e vê  , “falando demais”. Explico, em vez de se lhes dirigir dizendo , por exemplo, “ para vós”,  fala demais e diz, frequentemente, “para vocês”,  o que não é nada a mesma coisa. Talvez só perceba as diferenças se for aplicado  


diretamente á sua Mãe, ou, pior ainda, talvez, nem assim, dê pela diferença.
Mas, em resumo, infeliz será , por certo, o futuro e a saúde de um  Corpo onde a regra da  ignorância se tornou tão na moda. 
Uma parte muito significativa dos meios de comunicação social têm largas culpas e muita responsabilidade neste processo de promoção da iliteracia,  de conhecimento e da falta de qualidade. É intencional, está na lógica de quem, para reinar, para dominar e tornar impotente para promover  a contestação a este estado de paz podre a caminho da massificação da estupidez, pelo desconhecimento,  toda a população,  necessita que os outros se tornem estúpidos ou se vão ocupando com banalidades que os distrai mesmo quando quem pode e manda deles faz estúpidos a cada palavra que diz, a cada mentira que apregoa, a cada diz que sim mas não era isto que todos ouviram, o meu “sim”   era  “não”  , vocês, todos, os estúpidos é que não ouviram “não”   o “sim”  que  eu  disse.

Cidadania e ética são  outra das manchas  muito negras  neste Corpo agora aberto.
Quanto mais a ética passou a ser falada e utilizada para Conferências, com subtemas até, ética na política, ética nos negócios, ética na saúde, e por aí fora, mais falta dela sentimos, de fato, no dia a dia das relações humanas e em sociedade.

Não há melhor remédio para um bom diagnostico do que estar umas semanas fora de vista deste Corpo que é Portugal,  regressar, olhar nas  televisões  os mesmíssimos protagonistas, com os mesmos tiques de raiva e de argumentos gastos, que levam as pessoas a deixar-se envolver emocionalmente nestas pequenas questiúnculas de baixa caserna, para as manter distraídas do que pudesse ser 

essencial para curar  ou estancar de uma vez o mal que vai corroendo o Corpo.
Quem sempre está por perto, dentro, não se dá conta do que chega a ser ridículo. Está apanhado e deixa-se envolver, todos os dias, a todas as horas, pela chantagem emocional, pela telenovela viciante que são as noticias do que no Corpo, hora a hora,   se  faz  de  conta  que  se passa.

A crise tornou-se o negocio da vida de certos animadores  da Nação.  Quando se diz que uma crise é sempre um momento de novas oportunidades, racionalmente , por reflexo e por não concordar de todo  com  isso, sou levado a não ouvir sequer o que quem começa por dizê-lo debita de seguida. Mas, confesso que há nisso uma parte de verdade. Há, de facto novas e únicas oportunidades para os animadores  dos prós e contras, para os comentadores que falam de tudo e de tudo sabem, sempre os mesmos, como  se os dramas  que estão inerentes  aquilo de que falam mas ignoram como se “a crise” fosse qualquer coisa que lhes passa ao lado, uma realidade que não os afecta nem afectará, apenas lhes dá mais  uns cobres  , e avultados, como animadores de tempos livres dos desgraçados que ficam colados aos televisores a ouvi-los.  A  ouvir  os  seus  “glamorosos”  anúncios e promessas de novas desgraças. Sem que nada seja com eles.

Mal maior,  mancha tenebrosa que o Corpo ameaça, é a corrupção.
É, como também muitos ignorantes gostam de, por vezes, dizer, transversal.
É um mal que tudo afeta. Com metástases , com tentáculos enormes que tendem a tudo envolver, a todo o lado chegar.
Um Corpo infetado pode mesmo tomar atitudes irracionais que qualquer Corpo  jamais , não “jamais”, digo eu,  entenderá. 


Vender pagando, e bem,  a quem compra. Vender um Banco pagando, e bem, para lhe ficarem com ele, mas pondo-o são como se de uma joia se tratasse !
Trapaça tamanha que dava para pagar um ano de soldo e de cuidados de saúde a todo o Corpo !
Há até   os   que passam a vida a dar golpes mafiosos, colhem os lucros,   cospem em  todos, a  torto e a direito ,  e acabam o dia , em casa, sovando na mulher como é das regras de um macho másculo, dinâmico, protegido por deuses distraídos. 

Vender a outros as veias por onde corre a seiva da energia, da eletricidade, da água e da fonte de alimentação do Corpo.
Vender ao estrangeiro a rede energética nacional, essa que, por ser isso mesmo, obriga os cidadãos a deixar instalar no que é seu, os suportes que sejam necessários para que a rede exista. Como diria Dário Fo :  “...,e não se pode extreminá-los?
Este mal, quando já bem instalado, leva aos  mais tenebrosos abraços. 
Abraços de morte.
São uns que se abraçam a outros, políticos com convicções e ideologias que os levariam a manter-se bem afastados que se envolvem em inseparáveis abraços com os seus opositores, em vez de os escrutinarem,  juízes que abraçam políticos ou empresários, e por eles são abraçados.
Abraços de morte. Que destoem o que , no Corpo, serve de alicerce á Democracia, á Cidadania, ao Bem Comum, á condição e aos Valores de saber viver, com os outros, em harmonia, em Sociedade, em Fraternidade.

O Corpo passou, por via do mal da corrupção ou dos muitos males que lhe ameaçam a vida, a  fazer os mais  irracionais negócios com outros Corpos que se sabem doentes, condenados mas com vontade de tudo dominar, de tudo infectar.  Negócios em África, com os novos corruptos, negócios “da China”, com quem dos Direitos Humanos e dos Valores de Cidadania, nada quer saber ou  acolher.

Tudo, em nome da sobrevivência. 
Sobrevivência do Corpo, diz quem manda. 
Deles próprios, dos corruptos, diz quem obedece.

Uma vez mais, sempre citando Dário Fo,  perguntar-se-á : e não se pode extreminá-los ?

Por fim, coza-se de novo o Corpo. O mal existe, tudo isto é triste, tudo isto daria um bom Fado !
O Corpo é belo, o Corpo é o nosso, o Corpo existe e é o nosso próprio país, Portugal.
Estaremos ainda a tempo de o salvar? 
Assim o espero, com toda a alma, todo o que de “bom saber” veio até nós, de Camões a Pessoa  passando por  Miguel Torga, reencontrado em Eduardo Lourenço, Mário Soares, Jorge Sampaio, José Gil, Adriano Moreira, Rui Vilar, Vasco Lourenço, tantos, tantos outros. Felizmente.

A Esperança, caso morra alguém, terá que ser sempre, a última a morrer, a deixar-nos.

É o pacto mais forte, solidário, que poderemos estabelecer.
E é para valer.
Como se diz em  português do Brasil : Valeu, meu irmão ?