quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Actividades do Conselheiro português Carlos Pereira Martins

Comité Economico e Social  Europeu


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O    Conselheiro    portugues   Carlos  Pereira  Martins  presidiu
 no  dia  6  de  Setembro,  em  Bruxelas,   ao Parecer  do CESE   
 sobre  "  O  Livro Branco  dos  Transportes  "


Carlos Pereira Martins  participará,  em   Roma ,   dias   8 e 9  de 
 Setembro,  à  Conferencia  da Federação  das   Profissoes
Liberais  Europeias   realizada  pela  sua  congénere  italiana 

De  28  a  30  de  Setambro  participarà  na  reunião  do  Bureau  do GR3 do  
CESE  em  Varsóvia, na  Polonia.
 

De    4  a  7  de  Outubro,  Carlos Pereira Martins  participará  ,  em  
 Gdansk,  na  Polonia, na  Conferencia  " e - inclusion "
 
 

  De  19  a 22  de  Setembro,   Carlos Pereira Martins  participará,  em 
  Genéve, na  Suiça,  nos  trabalhos  do 
  Forum  Publico Anual da  OMC
  (Organização Mundial  do  Comercio ) 

Actividades do Conselheiro português Carlos Pereira Martins

Comité Economico e Social  Europeu


(Organização Mundial  do  Comercio ) 
O    Conselheiro    portugues   Carlos  Pereira  Martins  presidiu  no  dia  6  de  Setembro,  em  Bruxelas,   ao Parecer  do CESE   
 sobre  "  O  Livro Branco  dos  Transportes  "


Carlos Pereira Martins  participará,  em   Roma ,   dias   8 e 9  de  Setembro,  à  Conferencia  da Federação  das   Profissoes
Liberais  Europeias   realizada  pela  sua  congénere  italiana 

D e  28  a  30  de  Setambro  participarà  na  reunião  do  Bureau  do GR3 do  CESE  em  Varsóvia, na  Polonia.
 no âmbito  da  Presidencia polaca  da  UE;

De    4  a  7  de  Outubro,  Carlos Pereira Martins  participará  ,  em   Gdansk,  na  Polonia, na  Conferencia  " e - inclusion "
 no  âmbito  da  Presidencia  polaca  da  UE;
 

  De  19  a  22  de  Setembro,   Carlos Pereira Martins  participará,  em   Genéve, na  Suiça  nos  trabalhos  do   Forum  Público
da  OMC ( Organização Mundial  do  Comercio )

domingo, 4 de setembro de 2011

A Crise, a Classe Média e os Profissionais Liberais


Em minha opinião,   a  chave  real  para as  soluções  que possamos encontrar não  só  para  a  crise  actual  mas  para  todos os  problemas  com  que  nos   confrontaremos  no presente  e  futuro, passa  por  uma  grande capacidade  e  esforço  para  integrar  conhecimentos,  integrar efeitos, relacionamentos  e implicações  dos  vários  fenómenos  e  medidas  adoptadas,  exigindo,  igualmente,  uma enorme  capacidade  de  bom  senso  e  experiência. 

Uma  das  dificuldades  para   integrar  conhecimentos  e  soluções  para  a  chamada  "Crise",  é  que  ela  tem  uma  vertente  de  curtíssimo  prazo,  a  crise  financeira,  outra  de  médio  prazo,  a  crise  económica  e  outra  de  longo  prazo,  a  crise  cultural  e  política. E,  as soluções
adoptadas para  resolver  uma  delas, complicam,  muitas  vezes,  a  situação  das  outras.  Pouca  gente  tem  tido  esta  noção,  infelizmente.
Quando  se  ataca  uma,  tende-se  a  esquecer  as  outras. Aconteceu  no  passado recente  com  a  crise  ambiental  e  energética. A  crise  financeira  fez  esquecer  o  que  vinha  a  ser  um  combate  de  décadas  e  prioritário,   salvar  o  Planeta.
O  mesmo  acontece  dentro  de  cada País  onde  as  soluções para  salvar  uns  são,  muitas  vezes,  a  condenação  de  outros á pobreza.  Veja-se  que,  em  geral,  no  mesmo  momento  em  que  se  tomam  medidas  que  decretam  o  empobrecimento  e  o  desemprego  para  milhares,  outros,  o  sector  financeiro,  por  exemplo,  vê  as  Bolsas  valorizar-lhe  os  activos e registam  mais  valias.
  
Daí  o meu apelo  á  capacidade  para  integrar  conhecimentos ,  análise  e  soluções. A  verdade é  que  as  soluções  estão  muito  longe  de  ser únicas.
As  que  se tomam  para  salvar   um  país,  são  as  que  são  postas  em  causa  noutro  país vizinho,  exactamente  também para  o  salvar.
Aconteceu  na Europa  e  nos  Estados Unidos  como  solução  para  crise  e  a grande  depressão  de  1929.  A  resposta  passou  pela  maior  intervenção  do  Estado  para  garantir  a  estabilidade  que  a  "perfeição  do  Mercado"  não  assegurava  realmente.  Hoje  em  dia,  as  novas  crises  fizeram já   esquecer  esta experiência  e  ensinamentos  das  crises anteriores  e  voltaram  a  ser  os  Mercados a  prometer  a  estabilidade  e  eficiência ,  argumentado  ainda  que  é  exactamente  o Estado  que  o  impede. Quem  tem  razão ?  
Os  dois,  em   doses    muito  bem  ponderadas e   com  implicações  múltiplas,  naturalmente.

Outro  aspecto  muito  importante  que  gostaria  de  avivar  e deixar claro  é  que  quem  quem  está  na  origem  de   rupturas  estruturais  tão  fortes  como  as  que  têm  acontecido,  garante  para  si  o  poder  para  definir  as  soluções  a  adoptar,  as  ditas  soluções  únicas  que  vão  permitir  que   o  seu  grupo  sobreviva  á  situção  e  reforce  o  seu  poder. Veja-se  o  que  está  a  acontecer  com  os  grandes  grupos  financeiros  americanos.

Ter  bem  presente  esta  diversidade  de  implicações  das  soluções  e  medidas  adoptadas  é  fundamental  para   ler  o  alcance  das chamadas  soluções  unicas  e  inevitaveis  que,  em  cada  país,  são  apresentadas  como  tal.


Senão,  vejamos,  as  despesas  sociais  com  a  educação,  saúde,  assistência  aos  idosos  que  hoje na Europa  são  vistas  como  custos  evitáveis e a  fazer  desaparecer,  no  Brasil  e noutras  sociedades  em  crescimento  são  hoje  vistas  como   investimento  estratégico !  Quem  tem razão ?  Naturalmente,  os  dois  lados,  com  leituras  imediatas  diferentes  dos  efeitos  colaterais  totais.
  
Os  Profissionais Liberais  são,  na  sociedade  civil,  uma  parte  substancial  da  chamada  classe média,  a   base   real  do  crescimento  e  da  sustentabilidade  das  sociedades  ocidentais  tais  como  as  conhecemos.
Recentemente,  no  seu  país  de  origem,  um  grupo  de  cidadãos  tomou  uma  iniciativa  que  foi  difícil  de  entender  até  por  aqueles  a  quem  muito  iria  beneficiar.
É,  a  meu  ver,  contudo,     muito fácil de entender.

Quem não tem meios  e  também  quem é pobre,  não paga  impostos.
Quem  tem  meios,  muita riqueza,  não paga impostos pois  tem poder para os evitar.

Quem vive do rendimento do  trabalho  não tem  alternativa  e paga  para  si  e para  todos  os  que  não  pagam,  para  ir  garantindo  os  equilíbrios  que  permitam  que  vão   funcionando  as  Sociedades   tal  como  as   conhecemos.

Se  duvidas  houvesse,  a  experiência  recente  tem  demonstrado  que ,  sempre  que  é  necessário  recorrer  a  reforços  na  receita  do  Estado,  os  governos  não  conhecem  outra   alternativa,   lançam  mão  daquela que  lhes  garante  eficácia  imediata,   fazer  pagar  a  classe  média.

A  classe  média  é,  de  facto,  o  grande  sustentaculo   das  sociedades  ocidentais,  do  mundo  civilizado.  Trabalha,  produz,  consome,   paga  impostos  e  tem  filhos   para  garantir  que  o  ciclo  se  vá  repetindo.

O  que  está  a  acontecer  presentemente   é  que  de  tanto  penalizar  exactamente  a  classe  média,   corre-se  o  risco  de   acabar  com  o  poder  que  ainda  tem  tido  de  consumir  que ,  por  sua  vez,  garante  que  haja  necessidade  de  produzir  e  que,  por  sua  vez,  garante  que  haja  emprego  para  gerar  rendimentos   que  possibilitam  que  pague  impostos  e  o  Estado  tenha  meios  para  fazer  toda  esta  engrenagem  funcionar,  gostaria  muito  de  acrescentar,  em  harmonia !


Nestes  tempos  de   enormes  dificuldades  para  todo  o  mundo  até  agora  apelidado  de  civilizado,  em  que  as  roturas  começaram  a  ameaçar  assustadoramente   o  funcionamento  de  muitas   economias  e  de  cada  vez  mais   Estados,  houve  quem  ,  inteligentemente,  visse  que  o  risco   de  tudo  isto  se  perder  e  as  sociedades,   tal   como  as  conhecemos ,   deixarem  de  funcionar  é elevadíssimo.
Outras  se  reinventarão  por  certo,  mas  a  incógnita,  o  desconhecido,    gera  um  natural  desconforto.

O  chamado  Grupo  dos  Ricos  franceses,  podemos  passar  a  chamar-lhe  GGPS,  que  se  propôs  contribuir  com  um  imposto  extraordinário  para  a  crise,  não  é  mais  do  que  um  Grupo  de  Gente  Preocupada  e  Sensata.

Inteligentemente,  entendem  que  mais   vale  fazer  algum  sacrifício  e  ajudar  a  que   o  mecanismo  que  deles  faz  Ricos  seja  assegurado,  não  lhes acabe  a  galinha  dos  ovos  de  ouro,  do  que  assistir  ao  esmagamento  e  desaparecimento  da  classe  média,  trabalhadora,  produtora,    consumidora, pagadora  de  impostos  e  geradora  das  mais  valias  e  riqueza  que  ,  deste  GGPS  faz  Ricos.

Infelizmente,  não  é  esta  atitude  inteligente  que  se  vê   na  grande  maioria  das  iniciativas  dos  Governos  europeus.
Por  ridiculo,  masoquista  e  suicidário,   se  faz  grande  eco,  cada  vez  que  se  anuncia  um  nova  mediada  muito  penalizadora,  que  não  é  assim  tão  má  pois deixará  de  fora,  não  se  aplicará  a  vários   milhões  de  cidadãos ...  que  já  não  ganham  o  minimo  que  permita  que  paguem  quaisquer impostos !

Triste  sociedade,   tristes  governantes  que  se  contentam  ou  parece  não  lhes  doer   pronunciar  tão  tristes  argumentos.

Os  avisos  têm  vindo  a  ser  repetidos   cada  vez  com  maior  insistência.  Foi  agora  a  própria  Directora  do  Fundo Monetário  Internacional  a  recomendar  e  alertar  para  que  não  se  ponha  em  causa  o  poder  de  compra  que  permita  manter  a  maquina  produtiva  das  economias  a  funcionar,  a  dar  emprego,   as  Sociedades  coesas.

Mas, naturalmente,  que  a  fobia  pelo   corte  a  direito,  pela  reduçao  de  custos  em  todo  o  lado,  fala  muito  mais  alto.
E  compreende-se,  dadas  as  dificuldades  financeiras  que ,  também  elas,  por  sua  vez  e  como  que  pelo  reverso  da  mesma  medalha,  ameaçam  os  equilibros   de  funcionamento  das  sociedades  e  dos  Estados.

Como  sempre  na  vida,  por  naife  que  pareça,  o  bom  senso  é  a  chave  de  tudo.

Há  muitos  casos  que  têm  vindo  a  publico  nas  ultimas  semanas  em  que  faz  falta  essa  boa  dose  de  bom  senso,  saber  feito  de  experiência  vivida  e  de  alguma  coragem  para  o  fazer.

Num  grande  numero  de  situações,  importará  que prevalesça  a  regra  de,  desde  que  não  haja mais prejuizo,  se  esqueça   o  conforto  de  gerar  lucros  e  se  permita  que  haja  emprego.  Ela  por  ela,  sem  ganhar  nem  perder,  que  se  ponham  as  pessoas  a trabalhar.

Claro  que  esta  função só  pode  ser  assegurada  pelo  Estado.  Não  se  pode  exigir  ou,  sequer,  pedir  a  um  privado  que  trabalhe  só  para  aquecer,  que  esqueça  ou  renuncie  ao  lucro. Não  seria  de  bom  senso  fazê-lo.

Mas,  para  garantir  que  a "máquina"  continue  a  funcionar  e  as  pessoas  a  viverem  com  a  segurança  que  o  funcionamento  das  sociedades  lhes  vai  garantindo,  para  que  tudo  seja  igual  a  tudo  o  que  nós  conhecemos,  já é  agora  necessário   mudar  alguma  coisa,  reinventar  alguma  coisa  nestas  nossas  sociedades  civilizadas.  È  premente  que  haja  alguma  coisa  ou  alguém  que  labore  sem   a  exigência,  a  obrigatoriedade ,  do  lucro.  Apenas  a  garantia  de  não  prejuizo,  ela  por  ela,  para  que  muitos  trabalhem,  estejam  saudavelmente  ocupados,  tenham  algum  rendiento  e  não  se  dediquem   a  corroer  e  destriur  a  malha  social.

Foi  isto  que  o  GGPS  viu.
É  esta  a  dose  de  inteligemcia  e  Bom  Senso    que  está  por  detrás  da   atitude  aparentemente  naife  de  tão  benemérita  do  GGPS.





Carlos Pereira Martins
Conselheiro - Member

Comité Economique et Social Européen (CESE)
99, rue Belliard    B-1040 Bruxelles
Tél:  + 32-(0)2-546.94.44 - Fax: + 32-(0)2-546.97.53

Email: Carlos.PereiraMartins@eesc.europa.eu
          cpmartins@netcabo.pt
Site internet: http://eesc.europa.eu 
 

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O GGPS da Inteligência ... e do remédio para crise.

Muito fácil de entender.

Quem não tem meios  e  também  quem é pobre,  não paga  impostos.
Quem  tem  meios,  muita riqueza,  não paga impostos pois  tem poder para os evitar.

Quem vive do rendimento do  trabalho,  não tem  alternativa  e paga  para  si  e para  todos  os  que  não  pagam,  para  ir  garantindo  os  equilíbrios  que  permitam  que  vão   funcionando  as  Sociedades   tal  como  as   conhecemos.

Se  duvidas  houvesse,  a  experiência  recente  tem  demonstrado  que ,  sempre  que  é  necessário  recorrer  a  reforços  na  receita  do  Estado,  os  governos  não  conhecem  outra   alternativa,   lançam  mão  daquela que  lhes  garante  eficácia  imediata,   fazer  pagar  a  classe  média.

A  classe  média  é,  de  facto,  o  grande  sustentaculo   das  sociedades  ocidentais,  do  mundo  civilizado.  Trabalha,  produz,  consome,   paga  impostos  e  tem  filhos   para  garantir  que  o  ciclo  se  vá  repetindo.

O  que  está  a  acontecer  presentemente   é  que  de  tanto  penalizar  exactamente  a  classe  média,   corre-se  o  risco  de   acabar  com  o  poder  que  ainda  tem  tido  de  consumir  que ,  por  sua  vez,  garante  que  haja  necessidade  de  produzir  e  que,  por  sua  vez,  garante  que  haja  emprego  para  gerar  rendimentos   que  possibilitam  que  pague  impostos  e  o  Estado  tenha  meios  para  fazer  toda  esta  engrenagem  funcionar,  gostaria  muito  de  acrescentar,  em  harmonia !


Nestes  tempos  de   enormes  dificuldades  para  todo  o  mundo  até  agora  apelidado  de  civilizado,  em  que  as  roturas  começaram  a  ameaçar  assustadoramente   o  funcionamento  de  muitas   economias  e  de  cada  vez  mais   Estados,  houve  quem  ,  inteligentemente,  visse  que  o  risco   de  tudo  isto  se  perder  e  as  sociedades,   tal   como  as  conhecemos ,   deixarem  de  funcionar  é elevadíssimo.
Outras  se  reinventarão  por  certo,  mas  a  incógnita,  o  desconhecido,    gera  um  natural  desconforto.

O  chamado  Grupo  dos  Ricos  franceses,  podemos  passar  a  chamar-lhe  GGPS,  que  se  propôs  contribuir  com  um  imposto  extraordinário  para  a  crise,  não  é  mais  do  que  um  Grupo  de  Gente  Preocupada  e  Sensata.

Inteligentemente,  entendem  que  mais   vale  fazer  algum  sacrifício  e  ajudar  a  que   o  mecanismo  que  deles  faz  Ricos  seja  assegurado,  não  lhes acabe  a  galinha  dos  ovos  de  ouro,  do  que  assistir  ao  esmagamento  e  desaparecimento  da  classe  média,  trabalhadora,  produtora,    consumidora, pagadora  de  impostos  e  geradora  das  mais  valias  e  riqueza  que  ,  deste  GGPS  faz  Ricos.

Infelizmente,  não  é  esta  atitude  inteligente  que  se  vê   na  grande  maioria  das  iniciativas  dos  Governos  europeus.
Por  ridiculo,  masoquista  e  suicidário,   se  faz  grande  eco,  cada  vez  que  se  anuncia  um  nova  mediada  muito  penalizadora,  que  não  é  assim  tão  má  pois deixará  de  fora,  não  se  aplicará  a  vários   milhões  de  cidadãos ...  que  já  não  ganham  o  minimo  que  permita  que  paguem  quaisquer impostos !

Triste  sociedade,   tristes  governantes  que  se  contentam  ou  parece  não  lhes  doer   pronunciar  tão  tristes  argumentos.

Os  avisos  têm  vindo  a  ser  repetidos   cada  vez  com  maior  insistência.  Foi  agora  a  própria  Directora  do  Fundo Monetário  Internacional  a  recomendar  e  alertar  para  que  não  se  ponha  em  causa  o  poder  de  compra  que  permita  manter  a  maquina  produtiva  das  economias  a  funcionar,  a  dar  emprego,   as  Sociedades  coesas.

Mas, naturalmente,  que  a  fobia  pelo   corte  a  direito,  pela  reduçao  de  custos  em  todo  o  lado,  fala  muito  mais  alto.
E  compreende-se,  dadas  as  dificuldades  financeiras  que ,  também  elas,  por  sua  vez  e  como  que  pelo  reverso  da  mesma  medalha,  ameaçam  os  equilibros   de  funcionamento  das  sociedades  e  dos  Estados.

Como  sempre  na  vida,  por  naife  que  pareça,  o  bom  senso  é  a  chave  de  tudo.

Há  muitos  casos  que  têm  vindo  a  publico  nas  ultimas  semanas  em  que  faz  falta  essa  boa  dose  de  bom  senso,  saber  feito  de  experiência  vivida  e  de  alguma  coragem  para  o  fazer.

Num  grande  numero  de  situações,  importará  que prevalesça  a  regra  de,  desde  que  não  haja mais prejuizo,  se  esqueça   o  conforto  de  gerar  lucros  e  se  permita  que  haja  emprego.  Ela  por  ela,  sem  ganhar  nem  perder,  que  se  ponham  as  pessoas  a trabalhar.

Claro  que  esta  função só  pode  ser  assegurada  pelo  Estado.  Não  se  pode  exigir  ou,  sequer,  pedir  a  um  privado  que  trabalhe  só  para  aquecer,  que  esqueça  ou  renuncie  ao  lucro. Não  seria  de  bom  senso  fazê-lo.

Mas,  para  garantir  que  a "máquina"  continue  a  funcionar  e  as  pessoas  a  viverem  com  a  segurança  que  o  funcionamento  das  sociedades  lhes  vai  garantindo,  para  que  tudo  seja  igual  a  tudo  o  que  nós  conhecemos,  já é  agora  necessário   mudar  alguma  coisa,  reinventar  alguma  coisa  nestas  nossas  sociedades  civilizadas.  È  premente  que  haja  alguma  coisa  ou  alguém  que  labore  sem   a  exigência,  a  obrigatoriedade ,  do  lucro.  Apenas  a  garantia  de  não  prejuizo,  ela  por  ela,  para  que  muitos  trabalhem,  estejam  saudavelmente  ocupados,  tenham  algum  rendiento  e  não  se  dediquem   a  corroer  e  destriur  a  malha  social.

Foi  isto  que  o  GGPS  viu.
É  esta  a  dose  de  inteligemcia  e  Bom  Senso    que  está  por  detrás  da   atitude  aparentemente  naife  de  tão  benemérita  do  GGPS.


E  o  Futebol  Tão  á  Parte
Em  quase  todos  os  sectores  de  actividade,  num  numero  já  muito  alargado  de  empresas, independentemente  da  sua  dimensão,  cada  vez  mais  se  encontram   os  sinais  visiveis  da  crise  que  já  passou  as  fronteiras  nacionais  ou  europeias,  é,  de  facto,  global  e  internacional.
Por  isso  mesmo,  a  excepção  que  o  mundo  do  futebol,  também  neste  caso,  parece  ser,  atente-se  ao  que  se  passa   desde  há  muito  em  matéria  de  direito,  leis  laborais  e  conflitos  de  clubes,  por  exemplo,  em  que  o  futebol  tem  os  seus  orgãos  próprios,   causa  maior  estranheza.  Referimo-nos  aos  chamados "Grandes Clubes"  pois  os  outros,  a  quase  generalidade  deles,  mesmo  há  muito  tempo  antes  da  visibilidade  da  crise,  vivem   daquilo  que  não  têm.
Como  é  sabido.
Até  que  alguma  coisa  aconteça,   tal  e  qual  como  no  caso  dos  Países.
Mas  são ,  de  facto,   ofensivos,   porque  pornográfico  é  outra  coisa  e  não  iremos  fazer confusões,     os   números    que  vêm  a  publico   dos  contratos   já  não  só  das  grandes  estrelas  mas  de  um  numero  cada  vez  mais  vasto  de  jogadores,  quando  comparados  mesmo  com  quem   receba  dentro  da  média  alta  dos  salários  portugueses.
Poder-se-á  argumentar  que  ,  se  por  um  lado  levam  recursos , no  caso  das  aquisições  de  jogadores  ao  estrangeiro,  são  fontes  de  entrada  de  divisas e  de  recursos,  nos  casos  das  vendas.
E,  os  chamados  Grandes  clubes  portugueses,  têm  sobretudo  cedido,  vendido,    as  suas  estrelas  para  o  estrangeiro.
Vamos  esquecer  as  equipas  que  este  ano   já  entraram  em  campo  só  com  sul  americanos  ou  apenas com  um  português.
Mesmo  assim,  no  deve  e  haver  falta  demonstrar  que,  mesmo   nos  casos  de  vendas  fabulosas,  os  fundos  ficam  no  País, ou  alguma  vez  cá  entrarão.  Falta  a  evidência  da  domiciliação  desses  fundos,  a  que  offshores  irão  parar.
Será  que  os  jogadores, os  seus  empresários  e  todos  os  que,  á  sua  volta,  lucram  com  isso,  não  deveriam  aprender  alguma  coisa  com  o  GGPS ?


E  Os  Jornalistas  Tão    a  ...  Leste  !  
Estranho  também  tem  sido  a  atitude  de  alguns  jornalistas,  muitos  deles  dos  mais  vistos  e  reconhecidos  pela  "população  informada",  ou , como  eles  lhes  gostam  de  chamar,  pelos "Portugueses".
Não  importa  o teor  e  o  conteúdo  da  noticia,  venha  ela  a  deixar  o  País  definitivamente  mais  próximo  do  perigoso  e  desprestigiante   patamar  dos  almeidas   ou  não,  o  ar   e  a  entoação  com  que  é  lida   é  de  quem  está  fora  dela,  nada  tem  a  ver  com  isso,  está,  definitivamente  acima  da  situação. Boaventura  Sousa Santos,  num  livro  recente  que  já  li,  diz  que  parecem  alemães  esses  leitores  de  noticias  portugueses. Sim,  leitores por  respeito  aos  Jornalistas.
Os  exemplos  são  muitos  de  pessoas  que  temos  visto,  em  diferentes  sectores  e  com  diferentes  responsabilidades  que  se  dão  ares  de  quem  está  muito  acima  da  crise  e,  lamentávelmente,  a  velocidade  com  que  a  situação  evolui,  nos  tem  permido  ver  as  mesmas  pessoas  já  completamente  envolvidas,  apanhadas.  Por  lamentável  que  isso  seja.
Alguns  não  disfarçaram  mesmo  que  viam  na  situação  dificil    em  que  o  País  estava  progressivamente  a  cair,   a  sua   galinha  dos  ovos  de  ouro.
Não  tardaram  os  pseudo serões  de  debate esclarecido    com  os  habituas  clientes/actores   que  explicam  e  debitam  verdades  sobre  tudo  o  que  lhes  seja  pedido.  Mesmo  os  que  estão  há  muito  fora  de  validade ,  com  muito  merito  no  seu  tempo  mas  que  insistem  agora  em  fazer  de  muitos  parvos  e  fazer  de  si  pessoas  ridiculas.
Convenhamos ,  por  isso,  que  os  leitores  de  noticias,  por  respeito  aos  Jornalistas,  não  têm  deixado  ficar  muito  bem  a  classe.

Mas  não  só  os  jornalistas.  Recordo,  a  propósito  o  ar  ridículo,  naturalmente   ridículo  pois se  assim  não  fora  quereria   dizer  que  o  tomei  a  sério e,  aí,  significaria  também  que   ele  tinha  feito  de  mim  e  de  tantos  outros  parvos,  de  um  famoso  empresário   que  veio  aos  ecrãs  pingar  consternação  e  pena  pelos  empregados  que ,  no  trabalho,  por  culpa,  penso  eu  que  ele  queria  fazer  passar  a  mensagem,     do  Primeiro  Ministro  da  altura,  com  quem  não  devia  simpatizar muito,  presumo,   roubavam  para  combater  a  fome  e  a  miséria  que   os  afligia.
E  ele  que  não  sabia  já  como  lidar  com  essas  situações  ..  humanitárias,  presume-se.
Não  se  terá  lembrado  de  duas  coisas  elementares,  evidentes,  na  altura.
Uma,  de lhes  pagar um  pouco  mais,  ao  nível,  pelo  menos,  do  ordenado  mínimo  nacional, mesmo que  para  isso  tivesse  de  ver  baixar  os  lucros  escandalosos  que  averbava,  outra,  da  figura  ridícula  e  patética  que  vinha  fazer ,  em  público.

Lamentáveis  situações,  lamentável  gente  e  lamentável  crise.
Felizes  os  Estados,  Felizes  as  Populações  que  têm  um  GGPS  !



Carlos Pereira Martins
Conselheiro - Member

Comité Economique et Social Européen (CESE)
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