quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Prenda de Natal com muito significado !



Foi a prenda mais pequenina das que tive neste Natal de 2012.



 Mas, sem desprimor para todas as outras,  foi a de grande significado e que  me deixou
muito  contente  e  emocionado.
O meu Filho  teve o cuidado e a habilidade  de  pintar  dois bonecos da LEGO, um  com o meu nome nas costas e o numero 24, do meu dia de aniversário, outro  com  o  nome do Nuno, meu Neto, com o numero 14, dia do seu aniversário.

Peças únicas  a  que não faltam  os  emblemas,  pequeninos, do Belenenses,  os  simbolos da Adidas e da Metlife, patrocinadores ! 

Uma  prenda, de facto,  única, não está á venda, e com  muito  significado.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Em Memoria do Professor Simoes Lopes



Hà horas em que tudo chega em simultaneo, em catadupa, mesmo o que nao se quere que nos chegue aos ouvidos.

Aconteceu ontém.
no mesmo minuto em que nao deveria, sequer, receber chamadas,  estava em Sala de Grupo a aguardar a voz do presidente para iniciar uma intervençao, chegou uma chamada do conselho das ordens que resolvi rapidament. No mesmo instante, outra, do Otelo saraiva de Carvalho que nao era para combinar uma revoluçao mas tao so'  para me desejar as Boas festas que hà anos nos lembramos um do outro.
logo a seguir, um grande estrondo nos meus ouvidos, a Maria fernanda matias a dizer--me que nao era urgente podiamos falar  "mais logo"   mas tinha falecido , ontém, o Professor simoes Lopes.

Estou em Bruxelas e, claro, nao posso deslocar-me ao funeral como gostaria e deveria.

Ficam as Boas Recordaçoes de um Amigo, importa lembrar o que de bom recordamos de cada um.

O Professor Simoes Lopes foi o primeiro Bastonario da Ordem dos Economistas.
Fiz parte, com ele no leme, dessa primeira Direcçao da Ordem. Eu, a  Dra Maria Fernanda Matias,
a Dra Teolinda Portela, a Professora Isabel Mendes e o  Professor Nuno Valério.

Ou, como sempre serà para no's,  o antonio, simoes Lopes, eu, o Nuno, a Maria Fernanda, a Teolinda e a Isabelinha.

Aprendi muito com todos eles, sobretudo matéria nao economica.

Gente leal,  de Valores e referencias.
Com muitos Simoes Lopes, certamente nao viveriamos tempos de crise como so actuais  se pensarmos que a corrupçao està na base da crise. Também poderiamos nao ter Economia , no sentido empresarial pois sempre foi um Homem de catedra e nao das Empresas.
Mas ajudaria, como ajudou, a formar economistas para o mercado e para a vida.

Até Sempre Companheiro. guardarei uma enorme Saudade.

Carlos Pereira Martins

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Prémio CESE da Sociedade Civil Europeia atribuído à Associação CAIS


Realizou-se no dia 12 de Dezembro, no Parlamento Europeu, em Bruxelas, durante  a Reunião Plenária  de Dezembro do Comité Económico e Social Europeu  ( CESE ),  a  cerimónia  de entrega  do  Prémio europeu ás três organizações distinguidas em  2012.


 Carlos Pereira Martins, Membro do CESE  foi  o  proponente da Candidatura da CAIS
 Todos os premiados com os respectivos  Conselheiros proponentes de cada Candidatura
Grupo português, a Cais, Carlos Pereira Martins e as jornalistas da Visão e do Jornal de noticias que se deslocaram a Bruxelas para cobrir a cerimónia.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Assembleia Geral de "Os Belenenses" de 4 de Novembro





No passado dia 4 de Novembro, realizou-se mais uma Assembleia Geral do meu Clube, o CF "Os Belenenses" a que tive a honra de presidir , tanto mais que se tratava , a meu ver, da mais importante reunião magna do CFB no passado recente e, previsivelmente, na  preparação daquilo que será o futuro deste grandioso Clube e ,talvez por isso mesmo, estiveram presentes 301 sócios.

Da ordem de trabalhos constava  a  " Apresentação, discussão e votação da proposta apresentada por um Grupo de Investidores para a tomada de posição maioritária no Capital Social da SAD.

Ao  abrir a sessão,  na qualidade de Presidente da Assembleia Geral, informei  os Sócios sobre as razões que motivaram a convocação da reunião extraordinária , bem como da metodologia que seguiria no decorrer dos trabalhos.
Considerei ser esta  uma das mais importantes Assembleias Gerais do passado recente e do futuro imediato do Clube, dada a matéria em causa.

E tive ocasião de deixar bem claro nesta intervenção inicial  que, a matéria  em discussão, obedeceu a um processo de apresentação  aos Sócios do Clube das propostas e aprovações que se tornam necessárias, seguindo-se o seguinte calendário a cumprir necessariamente:  primeiro, há cerca de um ano, foi apresentada  á AG de uma proposta de autorização para abertura do Capital social da SAD, cedendo o Clube a perda da maioria que , desde a constituição da SAD, detinha, directa ou indirectamente ( CFB e Beléminveste).  Foi em seguida dada autorização  á Direcção para procurar um investidor ou grupo de investidores com capacidade e credibilidade para tomar posição no Capital social da SAD.
Seguidamente, nesta Assembleia Geral, a matéria em deliberação teve  a ver com  a apresentação por parte da Direcção de um grupo de investidores que se destacou dos demais que , neste interregno, se apresentaram ou contactaram o Clube  com o propósito de tomar posição no Capital social da SAD.

Apresentou agora,  nesta Assembleia Geral, a Direcção, a proposta de possivel cedência de 60 % a 80% do Capital social da SAD a um Grupo de investidores liderado pelo Dr Rui Pedro Soares.

Fiz  ainda questão  de lembrar  que, de acordo com as recomendações do Conselho Geral , reunido em 31 de Outubro de 2012, já referidas na Assembleia Geral anterior, e de acordo com a  interpretação dos Estatutos do CFB  que faço,   depois de negociado e vertido em documentos finais o texto do que possa vir a ser o acordo final a celebrar, dele constante o Protocolo detalhado a celebrar entre a SAD e o CFB, o mesmo terá que ser apresentado á Assembleia Geral e ao veredicto dos Sócios, acompanhado de um necessário Parecer do  Conselho Fiscal e de um documento de quitação, explicito, da SAD ao Clube, atestando que, nessa data, o CFB não será devedor, a qualquer titulo, da SAD.

Informei  ainda a Assembleia que o lider do Grupo de Investidores, Dr Rui Pedro Soares, se tinha disponibilizado para prestar á AG esclarecimentos e as razões que o motivavam , bem como aos restantes elementos seus associados, a investir na SAD  do CFB.
Disse ainda que, em minha  opinião, essa seria uma forma clara e transparente de apresentar o projecto em discussão aos Sócios e, se a Assembleia não se opusesse, convidaria o dr Rui Pedro Soares a usar da palavra e aos sócios se dirigir.   Na  minha opinião,  como  Presidente da AG, deveriamos dar a oportunidade ao grupo de Investidores de comunicar pessoalmente , frontalmente, com os Sócios reunidos em AG e pedi ainda, dado que a Assembleia Geral não se opôs ao proposto, que soubessemos receber de acordo com a tradição e os Valores mais nobres do CFB, os nossos convidados.

Clarificado que foi o procedimento da Mesa em relação á condução dos trabalhos, dei  de imediato a palavra ao Senhor Presidente da Direção para fazer uma exposição detalhada do processo de negociações que conduziu a esta Assembleia e, em detalhe, á situação financeira e economica do Clube e da SAD e da urgencia em tomar medidas de fundo, estruturais, como a que agora se discute.
O Senhor Presidente da Direcção, Engº Antonio Soares, que fez uma exaustiva apresentação aos sócios da situação actual do Clube e, por extensão, da SAD, no que respeita ás respectivas responsabilidades para com a Administração Fiscal, garantias prestadas e reforços exigidos recentemente.


Dirigi-me , então  ao exterior do Pavilhão Acacio Rosa,   convidei  e acompanhei  o Dr Rui Pedro Soares e Dr Carlos Soares a entrar na AG e a dirigir-se aos Sócios  e  teve , então lugar a  intervenção e exposição de motivos que levam este Grupo de investidores a tomar posição no Captital Social da SAD. A exposição foi gerida e partilhada entre aqueles dois elementos do Grupo de investidores e, por fim, mostraram-se disponíveis para , retirando-se do Pavilhão e da AG, poderem voltar para prestar quaisquer outros esclarecimentos.
Seguiram-se várias intervenções de sócios.

Nessa altura, dois associados deram a entender á mesa que, a prolongarem-se, dessa forma, as intervenções, apresentariam um requerimento que já exibiam em mão, no sentido de se passar, de imediato, á votação.

Entendi, muito claramente, que a democraticidade da reunião teria que ser preservada e o direito de intervenção e expressão dos Sócios teria que ser acautelado. Razão pela qual ponderei  os argumentos dos sócios e adoptei  uma solução de compromisso que evitou a apresentação do requerimento acabando com as intervenções, limitando, contudo, cada uma delas a 5 minutos, com uma margem algo superior para os sócios subscritores dos requerimentos, concedendo até sete minutos.
              ( Dr  Rui Pedro Soares e Dr Carlos soares quando os convidei a entrar na AG )

A votação final da  Proposta da Direcção, deu como resultado  que   a proposta foi aprovada com maioria de dois terços conforme os estatutos exigem para esta situação.



sábado, 24 de novembro de 2012

Prémio CESE da Sociedade Civil Europeia atribuído à Associação CAIS






Todos os anos  são  atribuidos  três Prémios da Sociedade Civil Europeia  pelo   Comité Económico
e Social Europeu.

As propostas de candidaturas das organizações a distinguir terão que ser apresentadas por um dos Membros/ conselheiro do CESE.


Nunca  uma organização portuguesa foi premiada e, este ano, motivado pela importância que as organizações  que prestam tão preciosos apoios á comunidade e aos  que se encontram em situações  tão desesperadas quanto os sem abrigo,  trabalhei   já perto da hora   limite,  esta  candidatura  da CAIS.

O prémio monetário serão 10 mil euros mas penso que muito mais que isso, que, obviamente será importante, será o reconhecimento e credibilidade pública  que ficarão  mais a contar.

O Senhor   Presidente do Conselho Económico e Social  (CES) português,  Dr.  Silva Peneda, disponibilizou as instalações do CES para a realização da conferência de imprensa , no passado dia  pa  27  de Novembro. 

Penso  que  em  muito  poderá  prestigiar  quer  o  CES  nacional,  de  que  sou  também conselheiro / Membro,   quer  o CNOP  que  represento  no Comité Economico e Social Europeu  (CESE).

Os  Responsáveis  pela CAIS   serão convidados para a  Plenária  do CESE, em Bruxelas, de  12  de Dezembro,   para receber o prémio .

O tema que presidiu á atribuição do Prémio Europeu da Sociedade Civil de 2012  foi " Inovar para uma Europa sustentável" e visou premiar a excelência de projectos e iniciativas inovadoras no campo da responsabilidade social e sustentabilidade de organizações que contribuem significativamente para promover a identidade, integração e cidadania europeias.
Tem especial significado pois a CAIS recebe o prémio no ano em que comemora 18 anos.

A CAIS  tem presentemente vários projectos em curso.  A Revista Cais, desde 1994, a Lavagem Auto, desde 2011, lançada no ambito do programa Capacitar Hoje;  a CAIS Recicla, desde 2011, o Projecto Tradição Engraxadores, desde 2011,  a CAIS Buy@work , desde 2012.

O lema da CAIS  é  " CAIS, Desperta Consciências "

Afinal, não é todos os dias que organizações da Sociedade Civil, com um papel importantíssimo nestes tempos de crise e dificuldades extremas  conseguem recompensa publica, ainda para mais a nível europeu.

Tomei a iniciativa, deu trabalho, confesso, mas sinto-me agora recompensado.


A  CAIS  ficou entre as três premiadas, em segundo lugar  e  o  reconhecimento europeu !
Com  Saudações  amigas,



Carlos Pereira Martins
Conselheiro - Member

Comité Economique et Social Européen (CESE)

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Estadio de San Mamés, Bilbao, 11.Novembro.2012


                               Athletic 2  -  Sevilha  1


A Sala da presidencia do Athletic

O Leão embalsamado !

Muito antes do inicio do jogo  








Aproveitando estar  em Bilbao,  fui na tarde  de  domingo 
até  ao Estádio San Mames, onde já não ia há algum tempo, 
ver um encontro  que prometia e, no final, não me saí defraudado.

bom jogo, tempo menos bom com um autentico diluvio, sobretudo
durante a primeira parte, um ambiente raro de ser presenciado noutras paragens.

O Estadio  ficou cheio. Cheio de pessoas e de festa, alegria em todos. Famílias inteiras, dos Avós aos Netos !

no final,  já noite,  as ruas inundaram-se de pessoas com "bufandas", cachecóis do Athletic. dos vestidos com roupas caras aos que se passeavam em traje  desportivo. Cachecol do Athletic estava em todos os peitos e pescoços, dobrados a preceito com o 
emblema bem á vista.


Os bares, cafés e lojas comerciais, todos tinham  duas bandeiras do Athletic na frontaria.

Bonito de ser visto, um orgulho da região, da cidade.


E, para condizer, ou a razão de tanta aglutinação: no Clube, só jogam atletas  da região. Nada de estrangeiros, nada de importações.

Fui convidado para  a  tribuna de honra. lá está o leão embalsamado  tão caracteristico do Athletic.

Muitas pessoas se recordam de ter jogado , em tempos, na taça UEFA, com o Belenenses, e gabam o Clube CFB. 


Estão, agora, a construir um novo estádio, mesmo ao lado  do San Mames

Atlantic Forum - Bilbao, 11 and 12 th November 2012






MARITIME  SPATIAL PLANNING  AND  CLIMATE CHANGE MIGRATION UNDER          THE     ECOSYSTEM  APPROACH





In Bilbao, last 12 th November, took place the Atlantic forum, at the Euskalduna Palace Conference Center.
The opening session had the contributions and speaches of Mr Guillermo Echenique, External Action miniter of the Basque governement, mme S+egolaine royal, President of
Piotou- Charantes Regional Council, Mr andr'es  Trastoy, general Director of Fisheries and Resousrces of the spanish Ministery of Agriculture and Food,  Mr Izvbaskun



Bilbao, Member of the european Parliament, Mr Miguel Pariza, EESC Member  and Mr Matthew King, General director for maritime Affaires and fisheries of the European Commission.
The main speaches touched the Maritime spatial Planning and Climate Change Migration under the Ecosystem Aproach
first of all, the ecosystem aproach in fisheries management, something very crucial for this part of the iberian peninsula, mainly for portuguese and spanish fishermen and industries.
The ecosystem aproach kies at the heart of the EU's Marine Strategy framework directive, the objective being to achieve  a good environmental status,  in each sea  basin.
The conference had a review  of the basis to for aplying  the ecosystem aproach and the experience acquired so far, in order to identify needs and actions for its implementation
in european Atlantic waters, with a particular emphasis on fisheries.




During this Conference a very important subject was offshore aquaculture, as well,  as an opportunity and a strong technological challenge in a perspective of upgrading from the 
current status  to a possible future of the european aquaculture sector . The technological needs and the state of the arts were discussed by the industry representatives and      all 
stakeholders  from Atlantic Member States.
As a  conclusion, we can say  that it  was that there are potential at local, national  and regional levels to increase projects in the aquaculture sector  that need to be identified.


Another main subject, as well, was the socio-economic impact of Renewal Energies in the industrial development.
The  so called socio-economic impact, clustering and indicators were reviewed  with the experience of different Member States in setting up an industrial sector  around marine 
renewable energy. 
The question is, now, how to accelerate the the development of this sector to make it a significant player in electric generation, job creation and economic growth, next generations.
(The port of Bilbao seen by air)

Intermodal transport services and maritime safety was an important point.
Services at ports, supply connections, pollution prevention, improving prevention and response to accidental maritime pollution, cooperation between public administrations and the 
private sector,  maritime surveillance as a pillar for maritime safety and environmental protection and, mostly, the Member States experience dealing with those matters, was a  very 
topic discussion.                     ( The port of Bilbao  seen by air)

domingo, 28 de outubro de 2012

5 de Outubro de 2012 , 102º Aniversário da República portuguesa !



Uma enorme Honra :  estar, no dia 5 de Outubro, entre grandes Republicnos ,  entre  os quais,


O Dr. Almeida Santos
5  de Outubro de  2012, cerimonia na Camara municipal  de Lisboa






Alberto Martins, num jantar Republicano






Edmundo Pedro e Antonio José Seguro no jantar do Partido Socialista comemorativo do 5 de Outubro

sábado, 27 de outubro de 2012

Chipre, Nicósia, 15 a 20 de Outubro - Bureau do CESE, Conferência "Civil Society for a New Governance in Europe" e Observatório do Mercado Interno

Enquadradas na Presidência de Chipre  do Conselho Europeu,  várias iniciativas tiveram lugar em Nicosia na semana de  13 a 20 de Outubro.  Entre elas  a Conferência  sobre " Sociedade civil e a Nova Governancia Europeia"   e  a reunião do Bureau  do CESE,  orgão superior de decisão desta instituição Europeia.
Paralelamente, realizou-se também  o Observatório do Mercado Interno. 


Ministra do Trabalho de Chipre



Paralelamente ás várias reuniões,  tive ocasião de visitar várias cidades da Ilha, entre as quais  Pafos e Petra a que a foto se refere,  praia  quente e agradável, com a água do Mediterraneo a 29º,  e com um conjunto de rochas no meio da água, de onde, reza  a lenda, saiu AFRODITE.


As Rochas de Afrodite
 Em Larnaca, estão  os dois tumulos de Lazaro  que, depois  de ressuscitado por Cristo,  veio viver mais trinta anos de vida em Larnaca onde foi Bispo
          ( Fronteira turca )


 Em Nicosia é possível  atravessar a fronteira que separa a parte ocupada  de Chipre, o norte da ilha.
Em  1974,  a Turquia ocupou  aquele território  que até hoje assim permanece apenas reconhecido pela própria Turquia

 A Mesquita, antiga Catedral Catolica
Parte ocupada de Chipre



quarta-feira, 10 de outubro de 2012



Acabar com a paranoia que nos meteram na cabeça, a primeira receita para acabar com a crise em que todos vivemos !



Move-me um propósito construtivo, de ajudar, dentro do possível, a encontrar soluções, para acabar ou minorar a gravíssima crise com que nos confrontamos e que ameaça muito seriamente alargar-se a todos os Estados Membros da UE , que mina os alicerces e princípios fundadores do projeto Europeu, o modelo social europeu e as próprias democracias.

Antes de mais, porque de matérias de natureza económica se trata, convirá ter presente que a economia é uma ciência social, não uma ciência exata.

Significa isto que qualquer fenómeno económico, qualquer factor que seja mexido, qualquer alteração numa política tem repercussões em variadíssimos outros factores e aspectos da realidade económica  no seu  todo. 

Significa também que não dou crédito, por regra, a quem sobre matérias económicas tem verdades adquiridas e age ou comunica como se de ciências exatas se tratasse.

A história muito recente do País mostra isso com toda a clareza. Tudo tem implicações em quase tudo e quando se opta por atuar com um determinado instrumento, os impostos, o fator mão de obra, salários, emprego, consumo, etc, surgem comportamentos muitas vezes tidos por inesperados ou surpreendentes exatamente porque não foi tido em conta que se trata de uma ciência social.
Tenho, de facto, as maiores reservas em relação a quem apresenta opiniões em matéria económica como se de atos de fé se tratasse ou de verdades inquestionáveis.


Como economista, Membro do Comité Económico e Social Europeu, Conselheiro do Conselho Económico e Social português, tenho acesso a vasta informação que não posso deixar de ter presente e dela fazer uso para o bem comum, para a causa e defesa do interesse público.


Como economista, considero, com fundamentos técnicos, que há um erro na formulação de prioridades recentemente anunciadas no sentido de superar as dificuldades atuais da economia portuguesa e lograr relançar o país no sentido do crescimento e do equilíbrio das contas nacionais.

Não creio que devam manter-se expectativas tão elevadas nas Exportações , como os responsáveis governamentais pelas politicas económicas recentemente anunciaram .

É verdade que existem, presentemente, novos destinos de exportação para os bens e serviços produzidos em Portugal mas, o seu peso no conjunto das exportações portuguesas não tem ainda o significado que se pretenderia. Os principais mercados de destino das nossas exportações estão, também eles, em grande queda e com perspetivas muito pouco animadoras já para o muito curto prazo.
Espanha é , por tradição e por razões geográficas, o nosso mercado natural e tudo indica que muito proximamente não venha a registar melhorias significativas em relação ás quebras que já hoje se observam.

Os restantes mercados do centro da Europa e mesmo da chamada europa de leste e os periféricos, acompanham esta tendência.
O próprio Brasil, terá, a meu ver, tempos difíceis a não muito longo prazo já que todos os indicadores confirmam a existência de uma bolha imobiliária e de concentração de risco e elevada alavancagem do sistema financeiro que nos deve levar a estar atentos.
Infelizmente.

A forma de melhor contribuir para o relançamento da economia portuguesa e para minorar a elevadíssima taxa de desemprego susceptivel de minar seriamente a estabilidade social e a própria democracia, passa pela dinamização e estímulos ao Mercado Interno orientada para a substituição de importações.

Por esta via, não só se conseguirá dinamizar a procura interna, o consumo, principal factor para manter em atividade e dinamizar as empresas e o tecido industrial e comercial, bem como para  parar com o ciclo assustador de falências e destruição de emprego, e lançar as bases para a efetiva criação de novos e mais empregos.

Por essa Europa fora e um pouco por todo o mundo foi muito irresponsavelmente alimentada uma paranoia de cortar em tudo, parar com o consumo, poupar sempre mas , medo em gastar fosse no supérfluo fosse no essencial.

A conjuntura ajudou muito na propagação dessa paranoia irresponsável pois muito boa gente que para isso contribuiu e contribui ainda, tem toda a obrigação de saber e calcular os efeitos devastadores do que está a semear.

É verdade que as Pessoas, as Famílias, as Empresas e os Países se viram confrontados com a falta de fundos, com a escassez de meios e com o peso demolidor das dívidas acumuladas.

Neste quadro, é inegável que é necessário fazer esforços de continência nos gastos, sobretudo no que é supérfluo, no que é faustoso e desnecessário, sobretudo no que possa ter origem no Estado, as despesas públicas.
No que seja privado, se legitimo, o consumo deve ser até bem vindo, não deve ser perseguido.

Daí que um discurso de prudência e de apelo á continência de gastos de quem tem responsabilidades pela condução das políticas , fosse aconselhável e justificado. Mas, a receita aplicada de tudo cortar, de levar tudo e todos a entrar na paranoia de parar com o consumo, fosse ele de que natureza fosse, sendo as pessoas levadas a fazer isso mesmo já que os seus rendimentos lhes vão sendo dia a dia subtraídos ou abusivamente retirados, caso das pensões de reforma que são reservas constituídas pelos próprios , retiradas aos seus ordenados ao longo de uma vida de trabalho, demonstrou-se  uma medida devastadora e corrosiva do tecido social e dos próprios regimes democráticos.  Demonstrou-se com toda a evidência, não é uma questão de crença, de ideologia ou de fé, está comprovada pelos factos.

É possível e legitimo que cada um possa e deva fazer contenção. É até recomendável. As leis dos grandes números encarregar-se-ão dos equilíbrios necessários para que a vida não pare e a espécie se conserve.
Não é possível é que TODOS parem de consumir ou de produzir ao mesmo tempo. Nessas circunstâncias é o fim anunciado e realizado.

Volto á minha primeira questão, é tecnicamente incorrecto colocar todas as prioridades e expectativas nas Exportações bem como no aumento da carga fiscal.   A recente comunicação do Executivo, Ministro das Finanças, lançando as linhas básicas das medidas para o Orçamento de Estado para 2013, elegem as Exportações e o IRS como as ferramentas essenciais. E, a meu ver, está tecnicamente errado.


É dos compêndios de economia que os limites superiores de incidência fiscal, de agravamento de impostos, conduzem a uma maior fuga e evasão fiscal, á domiciliação de rendimentos fora do País , ao aumento da economia paralela , dita informal ou negra, á fuga de capitais.
De tudo isto temos já exemplos claros. E muitos.


Como economista, partilho da opinião que ao invés de se procurar colocar como objectivo prioritário a redução dos défices, externo e orçamental, o rumo a traçar e os objetivos a prosseguir deverão ser o crescimento e a redução dos níveis de desemprego.

É um erro colocar tudo e todos a “trabalhar para os défices” até pelo simples facto de que os défices, em percentagem do PIB, o Produto Interno Bruto, como é usual medir-se, aumentam por si só, mesmo sem que o endividamento aumente, mesmo que não haja recurso a novos compromissos com os credores, apenas pelo facto de o PIB estar a diminuir, a decrescer.

Assim, é evidente que continuar a aplicar cortes sobre cortes nos rendimentos, nos salários e nas pensões, leva á paralisação do consumo, a mais falências de empresas, a mais desemprego, em suma, a menos produção de riqueza.
Logo, diminuindo o PIB e mantendo-se embora o endividamento já existente, é claro que a relação entre a divida e o Produto aumenta, logo, estamos a agravar o endividamento.

Não há receitas milagrosas para enfrentar uma crise europeia e mundial até pelo facto de os efeitos das medidas se replicarem por vezes com consequências contraditórias.

O que por agora interessará ter presente é que, como cada vez mais entidades insuspeitas reafirmam, incluindo o FMI, BCE e CE,  é que, esta receita  de mais austeridade e perda de rendimentos  piora  a situação do País, leva á desagregação social. Leva á paralisação do Estado e da Economia e pode levar a cenários  de perda de PAZ  que há décadas nos empenhamos  em  arredar. 


A questão tem a ver com Coragem.
Coragem para tomar opções num contexto de crise grave, do País e de quase todos os Estados europeus e mesmo de outros continentes.

Coragem para eleger outros objectivos e metas que não sejam a austeridade que, está provado, não leva a nada mais que não seja ao agravamento do mal que está estava instalado.


Em muitos Estados membros europeus o despoletar da crise, por sinal, financeira, no inicio e com origem do outro lado do Atlântico, foi aproveitado por quem estava na oposição aos poderes constituídos, para promover a alternância, para conquistar o poder pelo poder, não pensando ou prevendo as consequências que daí adviriam.


Em Portugal não andamos longe disso, as culpas do estado da economia e dos problemas foram simplisticamente colocados em quem estava no poder isolando as responsabilidades da crise europeia e mundial que estava presente.

Há um argumento forte tido por incontestável que é frequentemente utilizado: “mas não havia dinheiro para pagar mais nada nos próximos meses, nem pensões nem aos funcionários públicos nem aos fornecedores do Estado”.
Mas isto foi e é o argumento para convencer o elitorado, para ganhar votos e o poder.

Não pode ser ignorado o facto de o risco associado ao Estado português, devido ao excessivo grau de endividamento, ter chegado a colocar em causa a solvabilidade do próprio Estado.
É evidente que se chegou a uma situação de quase colapso mas é também evidente que outros estiveram ou estão ainda na mesma situação, e outros aí virão muito proximamente, e alguns deles renunciaram á via simplista de submissão aos predadores dos mercados de divida pública e encontraram vias alternativas sem ter que liquidar a classe média, sem ter que destruir o tecido produtivo e o comércio, sem ter que colocar milhões de cidadãos no desemprego.

Não creio que o problema de Portugal seja um problema de elites. As elites são necessárias e imprescindíveis na exacta medida do aproveitamento das suas escorreitas capacidades e liderança no sentido do crescimento, da criação de valor para a Sociedade, das suas capacidades e conhecimentos.

O problema português e de muitos outros países é a condescendência com certas práticas elitistas e não apenas das elites que se configuram fraudulentas, que promovem e objectivamente facilitam a corrupção, factor fundamental para o estado a que tudo isto chegou. E, nas condições atuais, em nome da crise, com terreno fértil para proliferar. Vejam-se alguns casos recentes ou anunciados, por exemplo a venda paga de um Banco a interesses estrangeiros, promovida por leites nacionais vendidas a esses interesses.


Tal como noutros países, agora e em tempos e depressões passadas, há um fenómeno que valerá a pena aqui referir pelo impacto social que tem e pelo efeito destruidor na vida das Famílias e no tecido social.
Refiro-me ao elevado grau de incumprimento e mesmo de impossibilidade de um número muito significativo de famílias não poder honrar os compromissos assumidos pelos créditos á habitação, créditos hipotecários, contraídos nos tempos de pretenso desafogo, ou de normalidade.

Penso que este problema, gravíssimo quer para os devedores que consigo arrastam para situações de desespero pelo menos os familiares mais próximos,
quer para os credores, a Banca e o sistema financeiro em geral, só tem solução com uma elevada dose de coragem política.

Há mesmo alguns economistas como o prémio nobel Paul Krugman ou Stiglitz que a este fenómeno se referem sugerindo a tal dose de coragem política que possibilite uma real redução e perdão parcial das dividas contraídas e o alongamento dos prazos de amortização.

De facto, contra um risco real e iminente de estrangulamento social, sem solução possível pelos métodos convencionais das execuções judiciais e entrega dos imóveis aos Bancos, o perdão parcial de divida e a criação de condições para que se retomem os pagamentos e se evite o colapso geral, é uma solução aceitável.
Coragem, e muita, é necessária para quem governe e lidere essas politicas já que contará, por certo, com um coro de criticas e de agitação por parte dos sectores mais conservadores ou politicamente oportunistas, baseados na critica fácil que se estará a favorecer quem é relapso, quem não honra os seus compromissos, finalmente, quem vive á custa dos outros.
De qualquer forma, parece-me ser a solução possível e os governantes que ficarão na história são os que, em momentos difíceis, mostrem ser corajosos quanto baste.




E terminarei recordando o que escrevi já logo no inicio :

porque de matérias de natureza económica se trata, convirá ter presente que a economia é uma ciência social, não uma ciência exata."



Quase todas as críticas feitas aos responsáveis políticos em matéria económica, sejam governantes, oposição ou ao próprio Senhor Presidente da República, repito, em matéria económica ,pois da matéria política não me quero ocupar,
Não são sustentadas em termos científicos. Carecem quase todas de fundamentação base científica para que possam ser levadas a sério.

Acontece é que aparecem pela boca de comentadores políticos, figuras muito conhecidas da opinião pública e que , por isso, são escutadas e muitas vezes levadas a sério e mesmo aplaudidas.

Verdades absolutas, criticas irrefutáveis numa lógica de raciocínio matemático, em matérias económicas não são sérias pois se não levam em conta a natureza dos fenómenos económicos, as implicações em quase todas as outras variáveis, não são sérias, não terão valor científico como se tem vindo a comprovar.

Outra coisa será as pessoas gostarem de as ouvir, vindas de pessoas com reputados conhecimentos que não estão ao alcance de todos.
Outra coisa ainda será as pessoas escutarem, concordarem e até rirem com essas criticas disparadas com alça certeira e afiada.

Mas há que compreender que de uma boa piada e de uma alfinetada bem dirigida, quase toda a gente gosta, sobretudo em períodos de maior melancolia, de dias cinzentos e se o horizonte se anuncia ainda mais tenebroso.

Mas, aí, esses comentadores, não estarão a comentar a sério. Estarão, quando muito, a fazer, conscientemente, palhaçadas.
Está muito em moda referir, a torto e a direito, os Economistas como pessoas que apenas fazem previsões  no fim dos acontecimentos consumados.  palavras ocas, irresponsáveis mas que fazem rir, claro.

Estarão a usar o tempo que através das televisões ou da comunicaçãoo social em geral lhes estamos a pagar, contribuindo, aí sim, para o uso dos nossos impostos em proveito próprio para fazer palhaçadas ou jogos de acesso ao poder.

E há que distinguir, sobretudo quando o dinheiro é mais escasso, se queremos palhaços ou técnicos, gente de ciência ou bobos.