segunda-feira, 13 de maio de 2019

Olé !




Um prado  grande  e  muito verde, semeado de  poucas arvores, umas mais  secas  e ramos espetados, outras  mais  verdejantes. A menos de cem metros,   um olhar  agudo, afiado, um vulto preto elegante mas sempre ameaçador.  É a leziria, um cavalo mais ao longe, um barrete verde e vermelho, uma vara longa a apontar para os céus,  que viva o campino !

E um sol  forte na Maestranza, castanholas e sevilhans. Olé !

É maio, San Isidro ou Senhora de Fátima ? … não tomo partido.

Um capote, foi um vento que lhe deu, olé, olé, todo  o pano pelo ar, sobre os ombros, sobre a cabeça, sobre  as costas cobertas de oiro e luces.

Dois joelhos flectidos, qual peregrino em função, uma mão firme  na muleta, castiga e  abandona em  leveza. 

Dois ferros bem  arranjados a verde e amarelo, pois que viva Espana !  … e  mais dois  envoltos em vermelho e verde ,  pois que viva a República !

Escuta-se Joaquin Rodrigo, sevilhanas, Paco de Lucia, Camané   ou o  Concerto de Aranjuez. 


Que passa?

No passa nada, é a Festa companheiro !

A ela, cá  lhe deixo  o meu tributo.
Carlos Pereira Martins

sexta-feira, 10 de maio de 2019

domingo, 5 de maio de 2019

Avós são pais a dobrar !


Sempre ouvi os irmãos de minha mãe, as minhas quatro tias e os meus dois tios tratar a minha avó materna  por Mamã.
Era um tratamento  tão frequente que mesmo muita vizinhança  e pessoas conhecidas se referiam à minha avó materna pela Mamã.

Muitas vezes ouvi de minha avó materna dizer que avós, são pais duas vezes.

Só não digo que minha avó foi, de facto, minha mãe duas vezes porque estaria a diminuir o quanto minha Mãe o foi.
Mas, com esse desconto, posso admiti-lo. Pelo carinho que sempre me dedicou, pelo amor que sempre demonstrou ter-me, por tudo, tudo.

Ficava triste se eu não estava bem, feliz se eu também estava.

Recordo algumas vezes em que  acompanhei a minha avó Margarida  a Santa Comba Dão, apanhávamos o comboio no apeadeiro de Vildemoinhos, os dois. Ia fazer uma visita à D. Marta, a irmã de Salazar de quem era amiga.  Ainda eu não andava sequer na escola primária. Lá lanchávamos e regressávamos ao fim da tarde. A menos que a D. Marta dissesse à amiga Margarida que o irmão vinha aí a caminho. Também recordo a situação. E, então, apressava-se a visita para não haver encontros.

Terão sido as minhas primeiras actividades políticas, creio  eu, agora.
Mesmo tendo sido pela mão de minha Avó, não fiquei convencido.
Claro que as pessoas, tanto a  Senhora como minha avó, eram simplesmente boas, sem nada ter a ver com a política. Mas não deixa de ter a sua graça.

No dia da Mãe, em 2019, saudades, DUAS VEZES como ela diria e quereria, de minha Avó.
Beijinho e agradecimento, duas vezes, pois então!




Dia da Mãe - 2019


Foi quem  mais se preocupou comigo, quem mais sofreu e sentiu felicidade por mim, quem mais me cuidou  de qualquer constipação, gripe ou uma unha ou borbulha que fosse ! Foi quem mais gostou de me ver feliz, quem mais sorriu comigo!
Foi quem me ensinou a dizer, a andar e a sentir.
A sentir foi importante pois ainda hoje sinto como ela!
Afinal, ensinou-me tudo ou quase tudo, mesmo!

Se hoje respiro e penso, foi porque ela, minha Mãe, me deu essa possibilidade, deu-me a Vida!

Saudade imensa, querida Mãe.

Não é possível andar com o tempo para trás. Mas é possível andar com o pensamento e o sentimento  para onde e quando se queira.

E, hoje e muitas vezes ando  com o que penso, com o que sinto para os dias em que me refugiava no colo de minha Mãe, nos sues abraços, afectos e mimos.
Bem-haja, por tudo isso.
Um grande beijo e vamos continuar juntos, como sempre.