sábado, 28 de abril de 2018

Rodrigo Leão com Hauschka no Tivoli BBVA


Um  dos mais credenciados e maiores nomes entre os pianistas actuais, HAUSCHKA.
Fez a primeira parete do concerto de Rodrigo Leão, a noite passada, no Tivoli.

Simplesmente excepcionais, os dois !

































sexta-feira, 27 de abril de 2018

Falar bem português é coisa já de museu, rara, de gente estranha !

Falar  bem  português é coisa já de museu, rara, de gente  estranha, com hábitos   muito esquisitos,  de fugir  a sete pés pois não são mais do que uns "chatos" !

À   saída de um qualquer curso, mestrado ou doutoramento  na difícil arte de  bem  palrar e bem escrevinhar na língua de Camões, Pessoa  e Saramago,  podemos  mesmo   deparar com  um  entendido, como dizem os espanhóis, um "esperto",  a escrever isto nas redes sociais:


"Olha, ó meu,  tenhote oubido bezes sem conta  e estou fartinho de te escutar.  Estou em acarditar que isto de inscreber no fácebuque  ou nos istagramas  é uma faca de dois legumes, tanto pode ser oubido assim cumássado. Não bou inscrever máinada pra ti. Prontos!  "


Cá  por mim,  tenho  já como experiência de vida, o seguinte:

1  - Encontro  inesperadamente um tipo  conhecido  que logo me diz: 

NÃO  ERA SUPOSTO  teres ido ao centro comercial esta manhã? “

… e sei que estou, muito provavelmente, a falar com uma pessoa jovem, poderá ter 18, 20, até 40 anos,  com habilitações literárias médias ou mesmo na média superior.  Que não é dada,  mesmo nada, a hábitos de leitura,  que se relaciona muito com  pessoas daquele mesmo género, que também não  gostam  mesmo nada de ler  mas falam pelos cotovelos  e usam  amiúde aquela expressão  que  terão ouvido a alguém  visto  como um  intelectual  ou com  estatuto de pessoa  que  fala bem.


2 - Encontro  com naturalidade  alguém  que  me  diz:


ERA  EXPECTAVEL   que  ele tivesse cá vindo  ontém “

… e sei  que  estou a falar  com  uma pessoa,  com grande probabilidade,  do sexo feminino,  com nivel literário  médio  ou médio baixo,  que poderá ter entre  25  e 50  anos,  com  boa  apresentação,  que sabe  que é vista  com  os mesmos olhos de quem  olha  o milho de boa qualidade.
 Que tem  um vocabolário  muito reduzido  mas  pensa que  aquela e outras expressões do mesmo  género  compensam a falta  de conhecimento  de  muitas outras  expressões e compensam, sobretudo,  os anos de notas péssimas a português e a matemática.
Pessoa   que tem grande  aversão  a livros  e a leituras que não sejam  as revistas  de cusquice e mal dizer  e  que  nunca foi  ainda mal tratada ou precisa encontrar quem a mal trate  muito  e muitas mais vezes. 




3 - Encontro  ou  vejo e oiço  num  televisor     uma pessoa  que diz  :

   “QUIÇÁ”


… e sei  que se deverá tratar  de um comentador desportivo que chama  a um jogador francês Má-ti-ô.
Que, pela mesma razão  chamaria a Mireille Mathieu, Mireie Má-ti-ô   e  que  abomina leituras que não sejam  um dos três jornais desportivos , conforme a queda  e  a respectiva côr clubistica.
Pessoa   que diz e escreve  “quaisqueres”  e pode  ainda  brindar-me com  ene  palavrões desta estirpe.



4 - Entram-me pelos ouvidos  expressões  tais como:


 …  “Eu digo a ele”,  “dizeria-lhe”,    “mete as meias”,   “diz  a ela”,   “mete o pão  na mesa, não te demores”, "mete  arroz no meu prato" …

…  e sei  que  posso estar a falar com  qualquer  filho  do senhor ou filho da  senhora  que não teve a sorte de ter nascido na minha geração ou  no início  dos anos da geração imediatamente seguinte e, portanto, não sabe mesmo   articular um verbo reflexivo,  um pronome reflexo,  uma  ponta de uma  haste  de um boi  de  português  faldo  normalmente pelo português  habilitado com a quarta classe do ensino primário da minha geração.



5 -  Ligo  um televisor e está a ser transmitido  um serviço informativo :

  …  ou desligo  o televisor  logo de seguida,  ou fujo  a sete pés, ou já me deixei apanhar  e devo ser socorrido …  ou, na boa hipótese, já levava  os ouvidos protegidos e hermeticamente tapados, com tampões como na Formula 1 .






Fim de tarde no Campo das Cebolas e em Alfama, onde o FADO se canta.





Campo  das  Cebolas  e a Sé  de Lisboa em frente







A Casa  dos Bicos, museu José Saramago



 Casa  dos Bicos




 Casa  dos  Bicos



















ALFAMA

O FADO










Chafariz



















Tuk-Tuks