quarta-feira, 4 de outubro de 2017
O fim dos tempos do Diabo ?
1 - Passos
Vamos com calma. Ouvi toda a noite comentadores dizer que a época de PPC, a do diabo, acabou ontem.
Será mesmo assim?
O que ele disse foi que não se demitia, que não irá candidatar-se á presidência do PSD no futuro, depois das primarias que serão em dezembro, uma eternidade, em política.
Mas acrescentou que, se pretendesse fazê-lo, tinha apoios no PSD e argumentos para o fazer.
Na pratica, isto dá para tudo. Fazer o numero da saída mas ficar até ás directas em dezembro, provavelmente, depois poder dizer que por imperativos nacionais, blá, blá, blá... e apresentar os tais argumentos e apoios e... FICAR.
E, falando sobre isto, passou um exagero de tempo, em directo nas televisões, a dizer que não está agarrado ao poder, que não quer dar argumentos para o acusarem de estar agarrado !
Talvez, pelo ponto a que o PSD chegou, pelas pressões internas, dos que entendem que se desviaram e muito da social democracia e das referências do partido, mas também pelas pressões que alguns desejosos de poder e de tomar o seu lugar, apenas isso, sem preocupações se se desviaram para o neo liberalismo, para a direita fascisante ou não, apenas o poder, seja obrigado a retirar-se, de facto.
Mas, tenhamos calma, destes cenários até ao que vou ouvindo sobre o fim do ciclo de PPC... pode ir uma longa distancia.
A ver vamos. Mas, concordo que o cadáver está há tanto tempo exposto, que não poderá deixar de ser definitivamente enterrado. Bem fundo.
2 - Cristas
É difícil por vezes, ver como tantas pessoas, mesmo com opções de esquerda, se deixam embrenhar na confusão dos números e dos resultados eleitorais.
Não se entendem os festejos, as canas e os foguetes, o clamar de "estrondosa" vitoria de A. Cristas e do CDS e, muito menos, o reconhecimento dos comentadores e analistas que povoam as rádios, os jornais e as televisões.
Ter-se-ão esquecido, as pessoas, que Cristas é a mesma do discurso balofo, populista, que cada vez que o Governo obtém um resultado positivo seja no crescimento, no emprego, nas contas publicas, onde quer que seja, ou um reconhecimento de mérito de qualquer entidade internacional, corre aos microfones para dizer que foi mérito do seu governo e de Passos Coelho?
Ter-se-ão, algumas as pessoas, esquecido de que se trata da mesma pessoa que em política dá o dito por não dito, hoje é branco e amanhã é já a cor que mais convenha?
Ter-se-ão as pessoas e comentadores esquecido que se trata da mesma pessoa que, enquanto ministra deu acordo a um e-mail da ministra das finanças sobre a resolução, leia-se liquidação de um Banco, sem ver, sem discutir ou analisar ?
E que, mais tarde, veio publicamente dizer que estava em férias, nem leu e apenas deu o sim ao que a outra ministra lhe pedia, por lhe ter sido dito que era muito urgente ?
Ter-se-ão as pessoas e comentadores esquecido do grau de irresponsabilidade, de populismo e anseia de poder a qualquer custo que a "vencedora" encerra ?
E, poder-se-á falar de "estrondosa" vitoria ou sequer dar importância a um partido com tanta implantação que se traduz em não cinco mas seis câmaras municipais ?
Que o resultado em Lisboa salta para uma evidencia inesperada devida á desastrosa derrota do outro partido de direita, isso, é um facto.
Mas, quer um quer o outro, não podem falar, cantar ou apregoar vitorias nas eleições autárquicas.
Trata-se, tão somente, da prova do que o discurso e a postura balofa , irresponsável e populista podem fazer.
Com muita falta de vergonha á mistura.
E, por aqui me fico ... que se faz tarde.
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