quarta-feira, 14 de junho de 2017

Está muito calor. Vamos hoje nadar em Viseu ?


É  já voz corrente dizer :   “Viseu,  melhor cidade para viver”.  
E, também já é conhecida a minha postura, por vezes irreverente aos olhos de  alguns,  que tem por base  uma realidade objectiva: a de não dever a ninguém e acreditar que quem não deve  não teme e pode, por isso,  dar  maior  largura  e  profundidade ao  que pensa  e  passa para  o papel.

E isso,  aplica-se também  ao facto de  ser  “Viseu, melhor  cidade  para viver”.

Só que,  no meu caso,  com  muito mais propriedade,  mudo  o slogan  para  “Viseu, melhor cidade para nadar ”.

Nado, com regularidade,  em  cada dois dias,  dois mil metros,   há   já   22 anos. Desde que,  em  1995, caí  na garagem , num fim de semana, parti  um cotovelo, fui operado, fiz  fisioterapia e passei  ao  meio aquático,  muito  mais  suave e eficaz. Deu-me  a possibilidade de  retomar a vida de quem  viajava  de avião, também  com regularidade, semanalmente .

Mas   “ Viseu,  melhor cidade para nadar”, porquê ?

É  bom nadar  em Lisboa, nas piscinas do Restelo,  das Avenidas Novas  ou  do Estádio Nacional.
Cada uma com as suas belezas. 
Belezas  naturais, diga-se, em abono da verdade e para clarificação do que são os meus encantos  no meio aquático.

É  muito  bom,  dá  brilho  á alma,  aos olhos,  enche o coração,  a beleza que  se adivinha a cada  metro  de avanço  debaixo de água.  Muito se adivinha,  alguma coisa quase se vê. Quase,  quase.  Mas que se adivinha,  é verdade.   Beleza igual á dos corais  de Cairns,  da Coral Reef, a Grande Barreira Australiana   que  já  me  acolheu. Beleza    que  nas piscinas não existe mas é compensada  pelo  que  tanto,  a cada  passagem  de 25 ou 50  metros,  se imagina,  se  adivinha.  Não tem mas é como se tivesse  corais,  peixes  de cores cada uma mais bonita que  as outras,   pedaços  embrulhados em  cores azuis, vermelhas,  brancas , pretas,  de cores diversas, riscas, ás bolinhas, multicores,  marcas diversas,... depende de cada moda de verão  ou de inverno.   Pedaços,  que   já não são  roupas de embrulho,  são morenos,  brancos de falta de sol, brancos de branco natural,  bronzeados,  uns mais que  outros,  brilhantes uns , mais baços que brilhantes outros,  há de tudo  e tudo  faz com que Viseu seja a melhor cidade para nadar.  Pedaços belos,  provocantes,  fofos ou  duros,  robustos  ou   sensíveis,  apelativos,  tanto  quanto  proibidos.

Apelativos,  tanto quanto  proibidos. Isso mesmo.

E, em Viseu,  debaixo de água,  a beleza é  mais  preciosa, perfeita,  apelativa  e  teimosamente proibida  …  mais  do  que  em  qualquer  outra parte.
E já  corri  o mundo. Várias vezes. E sempre nadei, em todo  o sitio. Nunca  a proibição  me  fez  tanta espécie, raiva mesmo.

Está,  por  isso,   certo  o que  por terras de Viriato  se   deveria  dizer, “Viseu, melhor  cidade  para nadar”.

Porquê?  Porque  os meus olhos  aí  me dizem  que ficam  felizes. E a alma me diz que  não tem  que adivinhar   nada para se sentir  feliz,   é  real   e  por vezes mostra-se.  Não  há  bruxas mas que há descuidos, …  ,  lá   isso  há. 

Vou, então,  continuar a nadar em Viseu.







Sem comentários:

Enviar um comentário