terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Os ciganos, senhor ! ... Os ciganos !




Os  ciganos,  senhor ! ...    Os ciganos !

O senhor  não  se  preocupe  que o meu Pai  não  queria dizer  aquilo.
Ele não desconfia de si.  Já me disse que desconfia  de um cigano  que vai ali à pastelaria, de vez  em  quando.  Ele desconfia do cigano. O meu pai desconfia do cigano.


Mas ó  menina, o seu pai desconfia do cigano  por alguma razão especial, tem  alguma razão  de peso, ou tem provas ?

Não, ele só desconfia...  Olhe, não  ia desconfiar de si ou do senhor Simões, do Paulo  ou  do Manuel Antonio, não  acha?  Então,  só pode desconfiar do cigano.


Á...estou a ver... não tem  razão especial mas, como nada sabe,   desconfia do cigano.


É  sim  senhor.  E  não acha bem ?  
Mas , de si,   ele não desconfia.  Então,  só pode mesmo ter sido  o cigano...não é ?



Olhe menina,  eu não sei  quem  tenha ou não sido.  Mas diga ao seu pai  que  se nada sabe mais,  se não tem provas e me diz  que desconfia  do cigano,  eu  fico  furioso com ele.  Diga-lhe mesmo  que para mim é pior desconfiar do cigano  dessa forma  do que  desconfiar de mim.  Diga-lhe  que,  sem  melhores razões, sem razões de peso,  ele desconfiar de mim, do cigano, do Simões,  do  Paulo  ou do Manuel Antonio,...,  é  exactamente  a mesma coisa.  Diga-lhe, está bem? 
Para ver se  ele deixa de ser tolo e inconsciente.  Entendeu ?
Ah não?    Tal pai tal filha,  são  mesmo  uns morcõezinhos... !
Já calculava.



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