terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Nem a matematica pode ser lida sem filtro



O enquadramento

Mario Centeno  apareceu  numa situação  em que a direita  afirmava não haver alternativa ás suas políticas de  cortes e austeridade,  afirmação estúpida pois,  para quase tudo,  há  possíveis  soluções e caminhos alternativos.

Anunciou, convictamente, políticas alternativas  que motivaram  sorrisos de desdém  da direita,  ironias e  comentários  lamentáveis de Passos e Cristas na A.R.,  a certeza matemática de Maria L. Albuquerque da impossibilidade de atingir os objectivos a que se propunha.

Com a calma,  a certeza  discreta de o conseguir,  sob  a presidencia e em consonância com o todo do  Governo  de Antonio Costa,  trilhou  as várias etapas  das políticas que anunciou sempre  com resultados  parcelares acima  do  previsto.

A  tudo  o que  de bom foi conseguindo,  obteve, como resposta  da direita, de Passos e Cristas,  comentários  jocosos,  irreverentes quando não malcriados. O desdém  total.

Até  que,  como  os resultados  teimavam  em  ser melhor ainda do que  o estimado,  apesar   dos erros  de análise e  constatações  e com  a falta  de vista  e  picadas enviesadas e com falta  de propósito  de Teodora Cardoso,  todo  esse grupo  optou  por  lhe reconhecer o mérito  indesmentível  mas com um senão,  que  era  também  o resultado  da  sua  anterior governação.



A seriedade intelectual


É pois  o momento  de reflectir  sobre a seriedade intelectual deste  posicionamento,  da  premissa da direita.
Deste   ponto  de vista,  é  aceitável   a conclusão  ou  a  premissa  que  dê  por  certo  que se alguma coisa este Governo fez,  foi  também  obra  do  anterior, do passado  que  permitiu  aqui  chegar.

Então,  os resultados da acção governativa de Antonio Costa  são  também  fruto  do  governo  de Passos.

Sendo  assim,  tudo  é resultado de tudo  e  em  ultima analise,  se os Templários não tivessem  ajudado  D. Afonso Henriques,    Antonio Costa não  acertaria  nas  políticas de  recuperação  da dignidade do País  e   das pessoas.   Quando era  miúdo, dizia-se entre os meus colegas de escola primaria que se a nossa avó tivesse  tido rodas,  teríamos sido  uma bicicleta.

Sendo assim,  é  intelectualmente defensável dizer  que se os Templários não tivessem  ajudado,  Mario Centeno  não  teria sido eleito  para a Presidencia  do Eurogrupo.

Sendo  assim,  Marcelo,  Lobo Xavier,  Marques Mendes, Passos, Cristas  e  os outros  desse grupo  que  me dispenso  de escrever  os nomes,  não  teriam  que   ziguezaguear  por  caminhos  que  levam  a dizer  que,  embora  mau  ministro,  Centeno  faz  cá  muita   falta   e  não  precisariam  mesmo  de demonstrar  o    azedume  de estomago  e  de boca  que  deixam   entender.

Ainda para mais,  mesmo sendo  Presidente do Eurogrupo,  Centeno  não deixa por isso de ser  Ministro das Finanças de Portugal !

E,   a  falta  de  sequência lógica e racional  entre Centeno  ser  mau ministro,  com maus resultados e más políticas,  só  casa  com  a falta de vergonha, desplante, falta de pudor  e  seriedade intelectual  de  quem  assim  se coloca.

Conclusão:  a premissa  que  supõe  que se agora algo de bom acontece,  é  também  o efeito  do  que antes  se passou,  é intelectualmente aceitável,  verdade.

Mas tem  que ser lida, interpretada  e  ponderada  com  muito  cuidado  por  forma  a   poder acomodar   outras verdades  e rejeitar   outras conclusões  deveras inapropriadas.
Acomodar  a realidade   testemunhada  de  que  este Governo  emendou  o  governo anterior  no que em  austeridade e  cortes nos salários  tinha feito.  Sempre  que  se verifique  a  acção  de emendar,  deixa  de haver  a  premissa  de  participação  do governo  anterior  nos  resultados agora obtidos  pelo Governo de antonio Costa.

Emendou, logo,  ficou de fora  o anterior.
E,  convenhamos,  com a mesma seriedade intelectual  com  que eu  até aceitei, de principio,  a premissa,  o  que  este Governo  tem feito, relativamente ao anterior,  tem sido  essencialmente  EMENDAR !
Assim,   cai  por  terra  a  ideia  ou a reivindicação  de  participação  do governo  anterior  no  que quer  que seja,  ou não ?

E,  claro, rejeitar  outras conclusões precipitadas a que  a tal premissa  de Passos e Cristas  nos  levava,  por exemplo, se é verdade  e  se aceita  a premissa,  então  Centeno  foi eleito  devido  á acção  do governo anterior.

Sendo  matematicamente  correcta a conclusão,  é  obvio que esta matemática só  com   Maria Luis Albuquerque  bate  certa.

Parabéns  amigos  e  saudação  de muita estima  ao  Presidente  Mario  Centeno.

Carlos Pereira Martins




 



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