quinta-feira, 29 de dezembro de 2016
O primeiro prémio do Euromilhões saiu em Portugal... e então ?
Corri mundo, é verdade, e não parei, ainda. Estive sempre, desde há uns 25 anos, em contacto directo com as chamadas Comunidades Portuguesas pelo Mundo. Ou o Mercado da Saudade, numa acepção mais mercantilista.
Mas o que agora pretendo salientar é a diferença de comportamentos ou sentimentos dos nossos compatriotas, cá e no estrangeiro.
É sabido e comentado um certo travo de inveja sempre que o vizinho do lado tem um carro novo, muda de casa para melhor, sobe na vida e no emprego. Não é sempre mas acontece muitas vezes. Vezes demais.
enquanto que, além fronteiras, muitas vezes quando chego a essas paragens, alguém se aproxima, ou durante um jantar e dá a novidade, com um sorriso estampado, fulano, passou a chefe disto ou daquilo, fulano é agora, isto ou aquilo. tudo sinónimo de singrar na vida e de alegria para , não só os amigos mas também os conhecidos.
E é essa uma grande diferença que constato, muitas vezes, entre os portugueses de cá e os de lá. Sendo que lá, significa todo o resto do mundo fora das fronteiras do luso rectângulo.
Conjugando verbos e fealdades, ainda há poucos dias, quando o primeiro prémio do Euromilhões saiu em Portugal, uma estação de televisão fez umas entrevista na rua, á sorte, penso, perguntando o que faria se conhecesse o felizardo a quem saíra-se o primeiro prémio, os 62 milhões de euros.
Todos os entrevistados responderam, mais coisa menos coisa, que lhe pediriam uma parte, isto ou aquilo. todos pedinchariam e houve até quem tenha dito que isso é demais para o felizardo e que teria que repartir consigo. Outros disseram que tinham inveja de quem ganhou.
Excepto, excepção, descontinuidade na pedinchice, para dois casais; um espanhol, de Barcelona, outro do sul da Europa. Responderam que lhe desejariam que gastasse bem e com saúde o dinheiro ganho e que fosse muito feliz com a família e os amigos.
São as pequenas diferenças que deveriam ter feito já mais escola entre nós. Não significa que as pessoas não precisem, também ou mais do que as outras. Mas a pedinchice quase sempre a antecâmara para a inveja que tudo mina, está obviamente a mais.
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