Ouvi há pouco a entrevista do Prof. Freitas do Amaral á Antena 1 e, em minha opinião, carece de precisão.
Em resumo, quanto ao Governo, Freitas do Amaral diz que tem sido muito bom, elogia bastante mas que é assim quando corre tudo bem em tempos de acalmia, de ausência de turbulência.
É mesmo como o qualifica, de bom, em tempos de calmaria.
E acrescenta que , sempre que chega uma "tormenta", o executivo fica muito perturbado, confuso, perde a estabilidade e, não diz, mas entende-se que deixará de ser tão bom.
E dá exemplos. Foi assim com os fogos de Pedrogão Grande, depois com os de outubro, Viseu, Tondela, Leiria e pelo país quase todo, está a ser assim com o caso da legionela.
Freitas do Amaral coloca a falha no próprio Governo, em alturas de crise ou de catástrofes.
E é aí que penso que necessita de precisão.
É que concordo perfeitamente com a avaliação que faz do Governo. É um bom, um excelente Governo.
Mas, como pode um Governo, qualquer que seja, comportar-se de outra forma, evitar que lhe agrafem um rotulo de "crise" , de instabilidade, quando a oposição se comporta de forma acanalhada, sem escrúpulos de recorrer ao uso das vitimas, dos mortos, da tragédia em estado puro e duro, das imagens, das lagrimas, ..., de tudo o que possa vir á rede, para colar na testa, no rosto do Governo ?
Mais, talvez que se por aqui ficássemos, houvesse solução. Eu. tê-la-ia, presumo. Vir a terreiro, esclarecer, aclarar.
Mas não. Há que acrescentar o papel da comunicação social que temos que, ao invés de informar, toma partido, participa activamente, quando não é ela própria a patrocinar, nas campanhas contra o Governo.
É que, sem isso, seria possível vir ao terreiro, desmentir, esclarecer, aclarar.
Com a comunicação social que temos, com os interesses a que obedece, ela própria, em vez de patrocinar o esclarecimento, o contraditório, deita fogo, cola rótulos inexistentes, deturpa palavras, entrevistas, faz manchetes com resumos ruidosos retirados de uma frase que, ela toda, significaria o contrario.
Incendeia.
Com todo o respeito, é aqui que, ao ouvir Freitas do Amaral, há pouco, na Antena 1, entendo que seria necessário dizer isto. Uma precisão.
De contrário, o que ficaria é que Freitas do Amaral classifica o Governo de bom, em alturas de estabilidade e menos bom , por se tornar desnorteado, pouco estável, sempre que surge uma tragédia.
É como se isso fosse uma macula no Governo.
E não é. Fazer isso, colocar o mal a que é completamente alheio, no Governo, é exactamente o que a imprensa tem feito, faz.
Eu próprio já o tenho dito e escrito, reconheço que tem havido por parte de quem faz o aconselhamento de imagem e comunicação ao Governo, alguma falta de eficácia. Freitas do Amaral deu como exemplo dois Ministros que, no mesmo dia, um classificava o caso da legionela de muito mau, tragédia, e outro desvalorizava, tranquilizava. Mas isto encontra-se sempre, depende do contexto das declarações, da frase completa e não de palavras avulso. Creio que terão os dois dito o mesmo, com palavras diferentes que, analisadas singularmente, significam, no todo das frases, o mesmo. Nem poderia ser de outra forma.
Por certo, e é desejável pois nota-se espaço para progredir substancialmente, se poderá melhorar o aconselhamento de imagem, não utilizando palavras que embora ditas na negação podem ser utilizadas em citações de " o ministro disse", como se fosse uma afirmação, pela oposição sem escrúpulos. Erro, falha, são palavras de exemplos típicos.
O Governo é bom, a oposição ou oposições, são muito más, sem escrúpulos, e não estão, por isso, á altura do Governo. Nem deste executivo que é bom, nem de qualquer outro. Muito menos da dignidade do povo português, do respeito, da seriedade que esse povo e os seus mortos, como no estapafúrdio e de muito difícil caracterização caso das autopsias e dos velórios das vitimas de legionela agora aconteceu.
E, por aqui me fico pois sinto-me muito mais tranquilo.
Carlos Pereira Martins
Não acrescentaria mais nada, ficou tudo dito neta excelente análise.Talvez a entrevista de Freitas do Amaral, por quem tenho alguma consideração, sirva para demonstrar como é difícil aceitar a Geringonça e o governo por ela suportado, por pessoas de outra área politica.
ResponderEliminarUma no cravo e outra na ferradura, ajuda a camuflar a crítica velada
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