sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Entrevista do Senhor Prof. Freitas do Amaral á Antena 1, ouvida hoje, dia 10 de novembro.2017


Ouvi há pouco  a entrevista do Prof. Freitas do Amaral  á Antena 1 e,  em  minha opinião,  carece  de precisão.

Em resumo,  quanto ao Governo,  Freitas do Amaral  diz  que  tem  sido  muito bom,  elogia  bastante  mas que  é  assim  quando  corre tudo bem  em  tempos  de acalmia,  de ausência  de   turbulência.
É  mesmo  como o qualifica, de bom,  em  tempos de calmaria.
E  acrescenta que ,  sempre que chega  uma  "tormenta",  o executivo fica  muito  perturbado, confuso,  perde a estabilidade  e,   não  diz,  mas  entende-se  que deixará  de ser tão bom.

E dá exemplos.  Foi assim  com  os fogos  de Pedrogão  Grande,  depois  com  os  de  outubro,  Viseu, Tondela,  Leiria e  pelo país quase todo,  está  a ser  assim  com  o  caso  da legionela.

Freitas do Amaral  coloca  a falha  no  próprio Governo,  em alturas de crise  ou de  catástrofes.

E  é aí  que  penso  que  necessita  de  precisão.

É  que  concordo  perfeitamente com a avaliação  que  faz  do Governo.  É um bom,  um excelente Governo.

Mas,  como  pode  um Governo,  qualquer  que seja,  comportar-se  de outra forma,  evitar  que lhe  agrafem  um rotulo  de   "crise"  ,  de  instabilidade,  quando  a  oposição  se comporta  de  forma acanalhada,   sem  escrúpulos   de  recorrer  ao  uso  das vitimas,  dos mortos,  da  tragédia  em estado  puro  e duro,  das imagens,  das lagrimas,  ...,  de tudo  o  que  possa vir  á rede,  para  colar  na  testa, no  rosto  do  Governo ?

Mais,  talvez  que se por aqui ficássemos,  houvesse  solução.  Eu.  tê-la-ia,  presumo. Vir a terreiro, esclarecer, aclarar.

Mas não.  Há  que acrescentar  o papel  da  comunicação social  que temos  que,  ao invés de informar,  toma partido,  participa  activamente,  quando não é ela própria  a  patrocinar,  nas campanhas contra o Governo.

É que,  sem isso,  seria possível vir ao terreiro,  desmentir,  esclarecer,  aclarar.
Com  a  comunicação social que temos,  com  os interesses a que obedece,  ela própria,  em vez de patrocinar  o esclarecimento,  o contraditório,   deita  fogo,  cola rótulos inexistentes,  deturpa palavras,  entrevistas,  faz  manchetes  com  resumos  ruidosos  retirados de uma frase que, ela toda,  significaria o contrario.
Incendeia.

Com  todo  o  respeito,  é aqui que,  ao  ouvir Freitas do Amaral,  há pouco, na Antena 1,  entendo  que  seria necessário  dizer isto.    Uma precisão.

De contrário, o que ficaria é que Freitas do Amaral  classifica o Governo  de bom,  em alturas de estabilidade  e  menos bom ,  por  se  tornar  desnorteado,  pouco estável,  sempre  que surge  uma tragédia.
É como se isso  fosse uma macula  no Governo.
E não é.    Fazer  isso,  colocar  o mal  a  que é completamente alheio,  no Governo,  é  exactamente  o que  a imprensa  tem feito, faz.

Eu  próprio  já o tenho dito  e escrito,  reconheço  que  tem  havido  por parte de quem  faz o aconselhamento de imagem e comunicação ao Governo,  alguma falta de eficácia.   Freitas do Amaral  deu  como exemplo dois Ministros que, no mesmo dia,  um classificava o  caso da legionela de muito mau,  tragédia,  e outro desvalorizava,  tranquilizava.  Mas isto encontra-se sempre,  depende do contexto  das  declarações,  da frase completa e não  de palavras avulso. Creio que terão os dois dito o mesmo, com palavras diferentes que, analisadas singularmente,  significam,  no todo das frases, o mesmo.  Nem  poderia ser de outra forma.

Por  certo,  e é desejável  pois nota-se  espaço  para progredir  substancialmente,  se  poderá  melhorar   o aconselhamento de imagem,  não  utilizando  palavras que embora ditas na negação  podem ser utilizadas  em citações de " o ministro disse",  como se fosse uma afirmação, pela oposição sem  escrúpulos.  Erro,  falha,  são palavras  de  exemplos típicos.

O  Governo  é   bom,  a  oposição  ou  oposições,  são  muito  más,  sem escrúpulos,  e não estão,  por isso,  á altura  do Governo. Nem deste  executivo  que é bom, nem  de qualquer outro. Muito menos  da dignidade do povo  português,  do respeito,  da seriedade que esse povo e os seus mortos,  como  no  estapafúrdio  e de muito difícil  caracterização  caso  das autopsias e dos velórios  das vitimas de legionela   agora  aconteceu.

E,  por aqui  me fico  pois sinto-me  muito mais  tranquilo.

Carlos Pereira Martins


1 comentário:

  1. Não acrescentaria mais nada, ficou tudo dito neta excelente análise.Talvez a entrevista de Freitas do Amaral, por quem tenho alguma consideração, sirva para demonstrar como é difícil aceitar a Geringonça e o governo por ela suportado, por pessoas de outra área politica.
    Uma no cravo e outra na ferradura, ajuda a camuflar a crítica velada
    .

    ResponderEliminar