quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Homenagem com muita saudade ao Dr. Costa Leal



O Dr Antonio da Costa Leal foi, antes de tudo o que possamos dele recordar, um grande Humanista, um Homem de bem, solidário, bom. Percorreu os difíceis caminhos que nos trouxeram á Liberdade e á Democracia, com todas as dificuldades que esses trilhos nos reservaram. Foi um dos maiores Presidentes de duas Instituições impares, nas suas vertentes financeira, e mutualista, de entre ajuda e de solidariedade. Levou o Montepio primeiro da Rua Aurea a todo o Portugal continental, a seguir ás Ilhas, e, mais tarde, aos países de residência e de trabalho dos portugueses emigrados, na Europa e nas americas. No tempo difícil, foi assistente de Bento de Jesus Caraça, até á sua morte. Casou com a excelente Dra Maria Candida, viúva de Bento de Jesus Caraça, de quem teve dois filhos, o José e o Luis que se juntaram ao joão (Caraça), filho da Dra Maria Candida e do primeiro marido, um filho assumido para o Dr Costa Leal. Foi com um enorme orgulho que aceitei o seu convite, em 1987, para me juntar á sua equipa de profissionais no Montepio. Aí, felizmente, com ele, aprendi mais princípios de vida e Valores orientadores. É com enorme saudade que o recordo, que recordo os seus tempos de Montepio !


Orgulho-me e tenho imensa honra por ter aceite o seu convite pessoal para, em 1987,  me ter juntado á sua equipa do Montepio,  na Direcção financeira  da  qual  ele tinha  o Pelouro  no Conselho  de Administração, e de  ter  a seguir  assumido as funções de Director Fianceiro,  depois   Director de Planeamento e estratégia, de seguida  Director Coordenador, e Director  Internacional.   

No  meu ultimo ano  no Montepio,  em  2006,  partilhamos  um  piso, o 4º andar da Rua do Ouro,  com dois gabinetes  contíguos e éramos secretariados pela mesma excelente Secretaria.


Creio  que  partiu  com  alguma angustia.  não o merecia, em minha  sincera opinião.

Dois dias antes  de  tudo  se ter precipitado  com a sua saúde,  voltávamos  do almoço  e  teve uma chamada  para subir ao 5º andar,  o seu anterior piso  como  Presidente  e Administrador.
Estava  com gabinete próprio,  por direito  e  respeito que a Instituição lhe devia,  era agora Presidente da Mesa da Assembleia Geral.  Nem  todos os dias  vinha ao gabinete. Mas a sua presença  era um sinal  de  acompanhamento .

Disse-me onde ia  e  subiu.  
Voltou  pouco depois com o rosto fechado e disse-me  que  por aquela semana,  estávamos combinados.  Ia  para casa de seguida e só voltaria na próxima.  
E  adiantou-me,  em tom quase interrogativo, como quem perguntasse    se   eu percebia    aquilo,  que  lhe fora dito que deixaria  o cargo  de Presidente da MAG,  na lista que estava a ser desenhada.
Ficaria  a presidir ao Conselho fiscal, mas não era o mesmo lugar de prestigio e simbólico.

Triste,  chamou o motorista e lá foi depois de darmos  um abraço.

Foi  a ultima vez que nos vimos. Foi a ultima troca de palavras. 
guardo uma saudade imensa. De um humanista, de quem me transmitiu valores autênticos de humanismo, de solidariedade, fraternidade, profissionalismo, respeito.

É a minha homenagem ao Amigo costa Leal  que, dez anos depois,  palavras e mensagem contidos e guardada nestes dez anos,  hoje  solto, com muita emoção. 



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