terça-feira, 16 de julho de 2019




A noite passada fui  ao Teatro A  Barraca onde " os alunos do 2º ano de Artes Performativas do Instituto de Desenvolvimento Social viveram n'A Barraca com a coordenação de Rita Lello "  a empolgante experiência de levarem à cena uma divertida peça : 

"Dê-me licensa qu'isto ainda vai demorar um bocadinho"!

Está muito na moda fazer uma coisa que se faz há milhares de anos nas missas  onde lhe chamam um introito, e também noutras missas onde lhe chamam  os preliminares, aqui será uma declaração de interesses. Coisa que se faz à cabeça !

É isto e cá fica:  gosto muito de ver teatro e na minha juventude, ia muito à Barraca ver bom teatro. Coisas de jovens, inconscientes e de gosto  ainda em formação ...!
Ficou-me o vício e, ... ainda vou !
Gosto de teatro mas das artes de Molière não percebo nada.
Acontece que  quem nada percebe, um  ilustre ignorante, sente, gosta e não gosta, sempre dentro  do quadro da sua mais santa ignorância.
Está dito e feito.


Gostei do que vi. Divertido, com muito ritmo,  com quadros e movimentações inovadores, próprio para gente nova, com sangue na guelra, sangue a ferver e linguas desempoeiradas. Linguas e cerebros, o que é muito bom de ver e sentir.  E senti muito, sobretudo naquele pedaço em que uma delas, de farfalhudo bigode, o que tornava a coisa insuspeita, fez do meu colo o seu assento e houve em Santos ecos daquela boite nortenha  de futebolisticas  memórias,  o Calor da Noite.


Nada impedirá, assim  o creio, que do alto de tão singelo  desconhecimento das teorias, tecnicas e praticas desta arte, tire já as  minhas conclusões, ainda que preliminares.

Vai daí e deixo  uma nota, ao geito de Mercelo de outrora ou Marques Mendes de agora, sobre a qualidade interpretativa, reforçada e muito pela qualidade da morfologia do corpo e do rosto, sobre esta jovem da foto que aqui insiro.
Pequena, com poses notáveis,  jogo de cintura ou de ancas ou do que quer que seja, sobretudo  as poses,  notáveis.
E com uma expressão de rosto, um olhar que joga com os textos,  notável !
Uma  jovem com este talento faz falta em  muitas peças, tenho a certeza.






E mais esta jovem actriz !
Alta que ainda não deve ter parado de crescer. Segurem-na para que a altura não fique acima do talento que é já enorme. Um  pisar o palco, o movimento  que se afirma seguro e dono do espaço, a presença,  penso que isso diz tudo  e me poupa em tempo.
Faz falta em  muitas peças futuras, pois claro.
É  "pra levar, também. Embrulhe, se faz favor".






E ainda mais uma.  A dona de uma voz  forte, grave e muito  bonita e de uma presença e capacidade interpretativa e comunicacional ( não sei em em linguagem teatro-barraquense  isto significa o que quero dizer) também de se lhe tirar o chapéu.
Por mim, não tenho duvidas, comprava já estas três !
Para peças futuras, claro.





Bom, depois, ... depois,  as belezas naturais.
Dei conta destas duas  que as fotos ilustram.
Esta jovem, uma beleza expressiva que pode ser o anjo, a imaculada de qualquer  peça ou cena mas também  pode ser, e de certo que o fará igualmente tão bem, a beleza má, preversa e vingativa.
A bela com os acostumados senãos.






E, a segunda, também dona de  uma beleza invulgar,  pouco convencional, pode igualmente ser a beleza triste de todas as desgraças.
Tamém a trazia já comigo, para muitas peças futuras. Vai fazer falta.








E, por fim,  dois jovens que por lá pesquei do meio de tanta concorrência.
Maria do Céu Guerra e Helder Mateus da Costa,  bons amigos que me convidaram para estar com eles. Obrigado, muito.
Estes, claro que também serão para trazer.
Mas para peças passadas, todas as de que eu gostei já, para as do  presnte de que vou gostando e para as do futuro  de   que  quero  vir  a gostar.
Como dizem no meu Belenenses, ... com a certeza de vencer !
Está feito.






... e o "encore",  também há um  "encore".

Encore e palmas que vão  para a Enorme, que não é em tamanho mas sim em talento e camaradagem, Rita Lello, que me pareceu a Mãe de tudo aquilo, a mão para todas as faltas de equilibrio. com camradagem e amizade, eu vi.












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