quinta-feira, 16 de março de 2017

Almoço na A25A - SOFIA BRANCO E ADELINO GOMES DO JORNALISMO EM QUESTÃO ÀS NOVAS QUESTÕES QUE SE COLOCAM HOJE AOS JORNALISTAS



O almoço na Associação 25 de Abril, organizado e animado por antonio colaço, como habitualmente, realizou-se ontem, dia 15 de Março e com a participação de Sofia Branco, Presidente do Sindicato dos Jornalistas,  e do  decano e amigo Adelino Gomes.

Muita coisa e muito importante,  se disse  na hora  quer das exposições dos dois convidados, quer no momento do  dialogo  entre os  presentes e os dois jornalistas.

Para não correr o risco de colocar na boca de cada um  coisas que eu tenha entendido  mal,  apenas refiro,  sem  dono,  algumas passagens  que  entendi  de maior importância.



 Uma delas  terá sido  a bizarria  de  se ter tornado possível  e legal que jornalistas se constituam assistentes em processos de justiça  e, daí,  fica a um passo,  possam utilizar para o exercício da sua profissão  informações que vão obtendo directamente do acompanhamento, como assistentes,  dos processos.  É  a  negação em absoluto  da profissão  de jornalista,  outrora entendida como missão  e um serviço em  prol do interesse publico de informar e ser informado. Tanto se fala  das  violações do segredo de justiça, e aí está uma porta escancarada para quem, talvez com menos pudor,  o possa fazer.
 Também  o assento  de Chefes de Redacção  e Directores de Informação, em simultâneo, nos conselhos de Administração,  na gestão corrente,  na execução orçamental  das empresas,  retira  o espírito  de independência a esses profissionais já que,  mais não seja,  vão para as Redacções com a cabeça condicionada pelos números do controlo de custos .  Tudo é muito importante mas a promiscuidade é ... promiscua !
No dia 25 de Abril de 1974,  Adelino Gomes chegou cedo  ao Terreiro do Paço para fazer a sua peça sobre o que estava a acontecer. Indagou quem estaria a comandar a tropa naquele lugar decisivo  e deu com o seu antigo Colega e Camarada de Liceu,  vindo de Santarém,  Salgueiro Maia.  Dirigiu-se-lhe como alguém se dirige a um antigo colega de liceu e perguntou-lhe de que lado ele estava. Há tempos que não se viam e correu até o risco de ter ouvido, como resposta, que estava do lado de Kaulza de Arriaga.  Nunca se sabe.  Teria, como jornalista, feito a reportagem  da mesma forma. Não tão feliz,  imagino. Salgueiro Maia falou-lhe dos problemas que Adelino Gomes tinha tido  num orgão de comunicação para quem trabalhava. A censura a peças suas,  problemas maiores.

E  Salgueiro Maia acabou  por lhe responder que estava ali para que isso não se viesse jamais a repetir e para que TODAS AS PESSOAS NESTE PAÍS  PUDESSEM  PENSAR E DIZER O QUE CADA UM PENSAVA,  EM  LIBERDADE.

Não disse para que pudessem pensar como ele, Salgueiro Maia ou os que o acompanhavam. Falou de efectiva Liberdade de expressão e de  imprensa.

Muito resumidamente,  situo  muito do que de tão importante foi dito neste almoço  nestas singelas passagens.  Quem esteve presente,  terá tido  a alegria e o benefício  intelectual e de espírito  ao ouvir as  excelentes intervenções dos dois convidados, de Vasco Lourenço e de Santa Clara Gomes, entre vários outros.  Vale a pena  ir á CASA da LIBERDADE, dos MILITARES de ABRIL,  para preencher um pouco  ...  o que faz falta !  Obrigado, pela minha parte,  Bem-Hajam !

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