O impacto da Crise Económica no emprego e quebra de postos de trabalho no Sector Financeiro
Reporto-me a dados que obtive através da “UNI Finance Global Union”.
As consequências da actual crise económica que se vive praticamente por todo o mundo desenvolvido, têm tido fortíssimo impacto na quebra de postos de trabalho nos grupos e instituições financeiras.
Muitas vezes se fala deste efeito dramático para quem nele se vê envolvido mas, em geral, pontualmente sempre que as noticias surgem relativas a uma única Instituição. Os números agregados, raramente são referidos e, assim, se perde uma visão mais abrangente do fenómeno.
Em Espanha, entre 2009 e 2011, perderam-se 15 000 postos de trabalho, referentes , sobretudo, á Bankia, Caixa Girona, Bankinter, Banco Popular e Santander.
No Reino Unido, em 2012, registou-se um corte de cerca de 65 000 postos de trabalho, referentes sobretudo ao HSBC, Lloyds, RBS, Barclays, Aegon, Halifax, Bank of Scotland
Destes 65000, 54000 deveram-se ao HSBC e Lloyds.
Nos Estados Unidos da América, perderam-se 30 000 postos entre 2011 e 2012 imputaveis ao Bank of America.
Na Australia, ANZ, NAB, WBC e Suncorp, registaram 10 000 postos de redução.
Em França, BNP Paribas, Société génerale, Crédit Agricole CIB e Cofinogia, foram responsáveis pela perda de 5 000 postos de trabalho.
Na India, reduziram-se 126 111 postos originários exclusivamente nos Bancos públicos
Já na Noruega, a perda foi apenas de 1 167 postos, a maior parte devida ao DNB.
Na Suécia, 2 600 postos do Suedbank e do Nordea .
Na Austria, 800 postos devidos ao Raiffeisen e Volsbanken.
Na saudável Finlandia, menos 541 postos de trabalho devidos ao Nordea, Icelandic e Tapiola .
Na Dinamarca, menos 3 790 postos originários no Dansk Bank, Jyske, Nykredit e Spar Bank.
Em Italia, menos 11 000 devidos, sobretudo, ao Intesa Sanpaolo, Monte Paschi de Siena e Unicredit.
Na Irlanda, menos 6 000 de instituições várias.
Na Grécia, os numeros não chegam á nossa fonte.
Na Alemanha, menos 22 120 postos originários no Deutche Bank.
Na Roménia e Moldavia, menos 600 postos em cada um dos países.
Na Suiça, pelo menos 1 100 postos embora num período mais alargado, de 2001 a 2012.
Numa mera adição aritmética, simples, destes numeros que não esgotam o universo bancário, temos mais de 300 400 postos de trabalho reduzidos , encerrados em 18 países, não incluído Portugal, desde o inicio da crise económica.
Numa agregação posterior, pudemos concluir que em 14 Bancos ou Grupos Financeiros que empregam quase 3 milhões de pessoas, cerca de 122 000 perderam os seus lugares embora os mesmos Bancos / Grupos, tenham registado enormes lucros agregados, no mesmo período. dos Bancos acima referidos, apenas o Bank of America e UniCredit tiveram prejuizos nesse período.
Portugal não entra nem conta nestas estatísticas.
Recordo as décadas de 70 e 80 em que, quando cheirava a fogo, os Bancários tocavam a reunir no Chiado, ao Camões, na Baixa, na rua Augusta, na Rua de Sao José ou na Avenida dos Aliados onde, no dia do meu exame de admissão á Universidade, levei com uma matraca de um policia ao sair do Café onde tinha estado a rever uns apontamentos, uma hora antes do exame.
Estavamos nos finais dos anos 60 e, nos Aliados, a policia dispersava uma concentração de Bancários que ali se fizera á hora de almoço. Eu, nessa altura, nem imaginava do que se tratava.
Como o tempo passa ... , como os tempos mudam e, ... , como voltam a mudar !
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