domingo, 13 de janeiro de 2013


O impacto  da Crise Económica  no  emprego e   quebra   de postos de trabalho  no Sector Financeiro

                           

Reporto-me  a dados  que obtive  através da  “UNI Finance Global Union”.

As consequências da actual crise económica que se vive praticamente por todo o mundo desenvolvido,  têm tido fortíssimo impacto na quebra de postos de trabalho  nos grupos e instituições financeiras. 

Muitas vezes se fala  deste efeito dramático para quem nele se vê envolvido mas, em geral, pontualmente sempre que as noticias surgem relativas a uma única Instituição.  Os números  agregados, raramente são referidos e, assim,  se perde uma visão mais abrangente  do fenómeno.

Em Espanha,  entre 2009 e 2011,  perderam-se 15 000 postos de trabalho, referentes , sobretudo, á Bankia, Caixa Girona, Bankinter, Banco  Popular e Santander. 

No Reino Unido, em 2012,  registou-se um corte de cerca de 65 000 postos de trabalho, referentes sobretudo ao HSBC, Lloyds, RBS, Barclays, Aegon, Halifax, Bank of Scotland
Destes 65000, 54000 deveram-se ao HSBC e Lloyds.

Nos Estados Unidos da América, perderam-se 30 000 postos entre 2011 e 2012 imputaveis ao Bank of America.

Na Australia, ANZ, NAB, WBC e Suncorp, registaram 10 000 postos de redução.

Em França, BNP Paribas, Société génerale, Crédit Agricole CIB e Cofinogia, foram responsáveis pela perda de  5 000  postos de trabalho.

Na  India, reduziram-se 126 111  postos  originários exclusivamente nos Bancos públicos

Já na Noruega, a perda foi apenas de 1 167 postos, a maior parte devida ao DNB.

Na Suécia,  2 600 postos do Suedbank e do Nordea .

Na Austria, 800 postos devidos ao Raiffeisen  e Volsbanken.

Na saudável Finlandia, menos 541 postos de trabalho devidos ao Nordea, Icelandic  e Tapiola .

Na Dinamarca, menos 3 790 postos originários no Dansk Bank, Jyske, Nykredit  e  Spar Bank.

Em Italia,  menos  11 000  devidos, sobretudo,  ao Intesa Sanpaolo, Monte Paschi de Siena e Unicredit.

Na Irlanda, menos  6 000 de instituições várias.

Na Grécia, os numeros não chegam  á nossa fonte.

Na Alemanha, menos  22 120  postos originários no Deutche Bank.


Na Roménia e Moldavia, menos 600  postos em cada um dos países.

Na Suiça, pelo menos  1 100 postos embora num período  mais alargado, de 2001 a 2012.


Numa mera adição aritmética, simples,  destes numeros que não esgotam o universo bancário,  temos mais de  300 400  postos de trabalho  reduzidos , encerrados  em  18 países, não  incluído   Portugal,  desde  o  inicio  da  crise económica.

Numa  agregação posterior,  pudemos concluir que em 14 Bancos ou Grupos Financeiros  que empregam  quase   3 milhões de pessoas,  cerca de 122 000  perderam os seus lugares embora os mesmos Bancos / Grupos, tenham registado enormes lucros agregados, no mesmo período. dos Bancos acima referidos, apenas o Bank of America e UniCredit  tiveram  prejuizos nesse período. 

Portugal não entra nem conta nestas estatísticas.
Recordo as  décadas  de 70 e 80  em que,  quando cheirava  a fogo,  os Bancários tocavam a reunir  no Chiado, ao Camões, na Baixa, na rua Augusta, na Rua de Sao José ou na Avenida dos Aliados onde, no dia do meu exame de admissão á Universidade, levei  com uma matraca de um policia ao sair do Café onde tinha estado a rever uns apontamentos, uma hora antes do exame. 
Estavamos nos finais  dos anos 60  e,  nos Aliados, a policia dispersava uma concentração de Bancários  que ali se fizera á hora de almoço. Eu, nessa altura, nem imaginava do que se tratava. 
Como  o tempo passa ... ,  como os tempos mudam e,  ...  , como  voltam  a mudar !

Carlos Pereira Martins

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