Está aí um novo ano, talvez novo demais no que se prevê possamos ter que ver sem nunca nos ter passado pela cabeça que pudesse ainda vir a acontecer.
A forma mais eficaz para o encarar é manter uma Esperança forte e coragem para tudo enfrentar.
Ter sempre presente que atrás do tempo, Tempo vem, não há mal que sempre dure e que muitas vontades unidas movem, por vezes, montanhas.
Pertencemos ás gerações que lutaram, construíram e solidificaram o Portugal democrático, plural e fundado em Valores constitucionais que não podemos deixar de ter bem guardados e que conservar gravados nos nossos corações.
E, se as ameaças vierem mais fortes, haverá que deles fazer eco através das nossas vozes que ainda sabem articular os sons da revolta e da razão que permitiu construir o Portugal que os olhos dos nossos filhos viram pela primeira vez que se abriram.
É necessário ter Esperança e ter presente a razão na acção de defesa dos Valores constitucionais, que parecem ameaçados, sem tempo marcado, e sem que se vislumbrem acções e vontades para os discutir de forma justa justa e equilibrada.
Temos pela frente um enorme desafio que, mais cedo ou mais tarde terá que encontrar os meios de luta contra líderes sem estratégia, dirigentes partidários de aparelho e sem entendimento de bem comum, governantes sem povo, contabilistas de números sem realidade e despidos de humanismo.
Há que fazer compreender aos dirigentes que o empobrecimento não pode ser um objectivo de política económica.
Que gritem até onde puderem que não é Estado Social o que resulte da proletarização da classe média que se pretende deixe de ser constituída por pequenos proprietários endividados para passar a constituir uma força de trabalho de inquilinos, a correr de terra em terra, rodeados de miséria, em busca de empregos precários - o que não se conseguiu na Assembleia da República com o Código Laboral consegue-se pela via fiscal.
Que lembrem a quem o deve saber que a Europa é solidária não por obrigação mas por destino comum baseado nas relações económicas e culturais.
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