Alguem disse ,não há muito tempo, que os maiores roubos são os que se cometem legalmente.Não está, obviamente, em causa apoiar o esforço governativo e da sociedade civil no sentido de corrigir graves erros do passado e relançar o País na senda do crescimento e do bem estar. Não se trata de imputar culpas apenas aos politicos e aos governantes.
Está para todos muito claro que os recuos culturais e a perda de valores em beneficio do viver a ostentação e a vida fácil, muito contribuiram para o ponto a que se chegou.Alguma coisa já se começou a falar e a escrever sobre o ataque feroz que está a ser irreponsavelmente feito contra a chamada Classe Média, o grande elo de equilibrio e cimento de consistencia das sociedades ocidentais tais como sempre as conhecemos.Mas ficar por aqui não basta.É preciso falar mais claro e refinar o detalhe.O que foi já feito com os Fundos de Pensões dos empregados bancarios, é, muito claramente, uma coisa que pode dar por um nome muito feio. Mas legal, naturalmente.Assim como ir buscar recursos, aumentando desmesuradamente os impostos aqueles, únicos, que ainda os pagam, á classe média que vive do trabalho, será uma forma eficaz de sacar mas só até ao momento em que todos eles definhem e morram por falta de sustento - ou venham para a rua aos tiros, o que, penso, todos queremos evitar - confiscar o que os bancarios descontaram toda a vida de trabalho para garantir as suas reformas, passando os fundos de pensões para o grande bolo deficitário que são os fundos da segurança social, não se pode chamar uma boa acção.São fundos privados, geridos até aqui com o rigor posivel, não é, por isso, admissivel que vão pagar os desvarios que todos os poderes politicos fizeram no passado recente, distribuindo o que não havia para distribuir, a troco de votos, quem podia decidir, e criticando que a distribuição e o regabofe não ia tão além como devia, quem era oposição.Esta foi a verdade, a realidade do desvario vivido só vindo á superficie e á luz do dia por força da crise internacinal que precipitou as coisas.Prepara-se então o Governo para confiscar os fundos de pensões dos Bancários.
Mas issso não invalida o principio nem os fins podem justificar os meios.Não temos qualquer interesse em faltar á verdade e ao rigor. É necesário, por isso, acrescentar que também para os trabalhadores bancários, tendo em conta a promiscuidade de aplicações que alguns desses fundos faziam, com cruzamento de activos entre Instituições diferentes para cumprir as limitações impostas por lei, com valorizações empoladas ou ficticias dos activos dos Fundos, talvez a solução acabe , numa situação extrema que todos desejamos não venha a acontecer, por proteger um pouco mais.
É verdade que as Instituições deram o seu acordo e os representantes dos trabalhadores , os Sindicatos, também.Daí que a primeira coisa que nos vem á ideia, de imediato, seja o roubo legal.
Falamos da Banca, do sector financeiro e segurador. Também aqui muita coisa mudou. Vivemos, pelo menos até á ultima geração, com pressupostos inabalaveis que suportavam o negocio bancario e financeiro.Entre eles, o mais firme de todos, aauele que garantia que Banco é Banco, Seguradora é Seguradora, e esses são inquestionavelmente sérios. Será que com a anuencia dos Bancos para este negocio e com o passado recente do sector bancario, em todo o mundo, se podem manter estes pressupostos?O que se preparou foi passar os Fundos de Pensões da Banca para o Estado, passar a tratar, na pratica, como funcionarios publicos os já reformados e ir amealhando para um bolo que sabemos falido as contribuições dos ainda no activo.
Mais fácil parecerá ser apelar á redução das pensões.Brevemente se dirá que não terão direito ás pensões atribuidas, na totalidade, pois as entidades patronais descontaram muito menos que as empresas do regime da Segurança Social.
Será, nessa altura, preciso relembrar que no caso dos bancarios os fundos de pensõesapenas cobrem as reformas e, no caso da Caixa Nacional de Pensões e Segurança Social,cobrem pensões e saúde. Nos bancarios a saude é asegurada á parte, por outra entidade,os SAMS.
E não se poderá fazer nada, perguntar-se-á.No contexto actual de basbaquice em que todos os cidadãos parecem ter sido colocados, não. Em nome da crise, naturalmente.Noutros tempos, nesta mesma latitude e nesta Europa com outros Valores, haveria.A alternativa de fazer parar, até que tudo isto fosse revogado, o sector bancario.Morto por morto, condenados por condenados, ao menos cair com dignidade, com o direito á indignação bem vivo!Talvez com outros valores e consciência de cidadania, já não digo com outros dirigentes sindicais, acredito nas dificuldades dos tempos que correm.
O mesmo se poderia dizer em relação á aplicação de medidas sucessivas e ao apelo á colaboração dos cidadãos e da Sociedade Civil no combate á crise e na aceitação de medidas cada vez mais gravosas e impopulares.
Racionalmente, o apoio não deveria ser contestado, se equilibrado o esforço e se, visivelmente, se estivesse numa sociedade de Valores, Solidaria, de Gente Boa.
O presuposto deveria ser de aceitação, de dar as mãos e colaborar.
Com uma resalva, apoiaremos assim que se veja que estamos com Gente de Bem.
Assim que os especuladores criminosos, os corruptos e quem atentou contra o bem comum e o interesse publico, seja julgado, responsabilizado e condenado. Assim que se comprove, por esta via, que os actores do poder judicial são , também, Gente Boa, o que quererá dizer com Valores.
Até que os " fugidos" em Londres com a maior ineficacia, senão conivencia da justiça , os gestores fraudolentos dos BPNs e BPPs , parcerias publico- privadas, PPPs, autarcas que se portaram muitissimo mal, livres da prisão pela arte da prescrição de processos e outros que tais, não enfrentem a Justiça da República, não há colaboração.
Até lá, meus Amigos, recusa absoluta de contribuir com aumentos de impostos ou tudo o resto.
E depois, perguntar-se-á ?
Seria a desgraça igual á desgraça que , por esta via, iremos defrontar mais tarde ou mais cedo.
Só que, lá chegaremos com a espinha quebrada, sem um minimo de dignidade.
E aceitando que quem desencadeia uma crise destas, roubando e sendo corrupto, dela sairá com o poder de, em nome da salvação, ir aplicando todas as medidas que lhe permite manter o estatuto, a riqueza, o bem estar e o poder.
Poder de destruir tudo e todos.
Afinal, é bom que alguém fique para semente.
Mas será que a semente será dos melhores?
Je m'en doute !
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Roubos Legais, Bancários e Fundos de Pensões ... Je m'en doute !
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Actividades do Conselheiro português Carlos Pereira Martins
Comité Economico e Social Europeu
O Conselheiro portugues Carlos Pereira Martins presidiuno dia 6 de Setembro, em Bruxelas, ao Parecer do CESEsobre " O Livro Branco dos Transportes "
Carlos Pereira Martins participará, em Roma , dias 8 e 9 deSetembro, à Conferencia da Federação das ProfissoesLiberais Europeias realizada pela sua congénere italiana
De 28 a 30 de Setambro participarà na reunião do Bureau do GR3 doCESE em Varsóvia, na Polonia.
De 4 a 7 de Outubro, Carlos Pereira Martins participará , emGdansk, na Polonia, na Conferencia " e - inclusion "
De 19 a 22 de Setembro, Carlos Pereira Martins participará, emGenéve, na Suiça, nos trabalhos doForum Publico Anual da OMC(Organização Mundial do Comercio )
Actividades do Conselheiro português Carlos Pereira Martins
Comité Economico e Social Europeu
(Organização Mundial do Comercio )
O Conselheiro portugues Carlos Pereira Martins presidiu no dia 6 de Setembro, em Bruxelas, ao Parecer do CESEsobre " O Livro Branco dos Transportes "
Carlos Pereira Martins participará, em Roma , dias 8 e 9 de Setembro, à Conferencia da Federação das ProfissoesLiberais Europeias realizada pela sua congénere italiana
D e 28 a 30 de Setambro participarà na reunião do Bureau do GR3 do CESE em Varsóvia, na Polonia.no âmbito da Presidencia polaca da UE;
De 4 a 7 de Outubro, Carlos Pereira Martins participará , em Gdansk, na Polonia, na Conferencia " e - inclusion "no âmbito da Presidencia polaca da UE;
De 19 a 22 de Setembro, Carlos Pereira Martins participará, em Genéve, na Suiça , nos trabalhos do Forum Público
da OMC ( Organização Mundial do Comercio )
domingo, 4 de setembro de 2011
A Crise, a Classe Média e os Profissionais Liberais
Em minha opinião, a chave real para as soluções que possamos encontrar não só para a crise actual mas para todos os problemas com que nos confrontaremos no presente e futuro, passa por uma grande capacidade e esforço para integrar conhecimentos, integrar efeitos, relacionamentos e implicações dos vários fenómenos e medidas adoptadas, exigindo, igualmente, uma enorme capacidade de bom senso e experiência.
Uma das dificuldades para integrar conhecimentos e soluções para a chamada "Crise", é que ela tem uma vertente de curtíssimo prazo, a crise financeira, outra de médio prazo, a crise económica e outra de longo prazo, a crise cultural e política. E, as soluções
adoptadas para resolver uma delas, complicam, muitas vezes, a situação das outras. Pouca gente tem tido esta noção, infelizmente.
adoptadas para resolver uma delas, complicam, muitas vezes, a situação das outras. Pouca gente tem tido esta noção, infelizmente.
Quando se ataca uma, tende-se a esquecer as outras. Aconteceu no passado recente com a crise ambiental e energética. A crise financeira fez esquecer o que vinha a ser um combate de décadas e prioritário, salvar o Planeta.
O mesmo acontece dentro de cada País onde as soluções para salvar uns são, muitas vezes, a condenação de outros á pobreza. Veja-se que, em geral, no mesmo momento em que se tomam medidas que decretam o empobrecimento e o desemprego para milhares, outros, o sector financeiro, por exemplo, vê as Bolsas valorizar-lhe os activos e registam mais valias.
Daí o meu apelo á capacidade para integrar conhecimentos , análise e soluções. A verdade é que as soluções estão muito longe de ser únicas.
As que se tomam para salvar um país, são as que são postas em causa noutro país vizinho, exactamente também para o salvar.
Aconteceu na Europa e nos Estados Unidos como solução para crise e a grande depressão de 1929. A resposta passou pela maior intervenção do Estado para garantir a estabilidade que a "perfeição do Mercado" não assegurava realmente. Hoje em dia, as novas crises fizeram já esquecer esta experiência e ensinamentos das crises anteriores e voltaram a ser os Mercados a prometer a estabilidade e eficiência , argumentado ainda que é exactamente o Estado que o impede. Quem tem razão ?
Os dois, em doses muito bem ponderadas e com implicações múltiplas, naturalmente.
Outro aspecto muito importante que gostaria de avivar e deixar claro é que quem quem está na origem de rupturas estruturais tão fortes como as que têm acontecido, garante para si o poder para definir as soluções a adoptar, as ditas soluções únicas que vão permitir que o seu grupo sobreviva á situção e reforce o seu poder. Veja-se o que está a acontecer com os grandes grupos financeiros americanos.
Ter bem presente esta diversidade de implicações das soluções e medidas adoptadas é fundamental para ler o alcance das chamadas soluções unicas e inevitaveis que, em cada país, são apresentadas como tal.
Senão, vejamos, as despesas sociais com a educação, saúde, assistência aos idosos que hoje na Europa são vistas como custos evitáveis e a fazer desaparecer, no Brasil e noutras sociedades em crescimento são hoje vistas como investimento estratégico ! Quem tem razão ? Naturalmente, os dois lados, com leituras imediatas diferentes dos efeitos colaterais totais.
Os Profissionais Liberais são, na sociedade civil, uma parte substancial da chamada classe média, a base real do crescimento e da sustentabilidade das sociedades ocidentais tais como as conhecemos.
Recentemente, no seu país de origem, um grupo de cidadãos tomou uma iniciativa que foi difícil de entender até por aqueles a quem muito iria beneficiar.
É, a meu ver, contudo, muito fácil de entender.
Quem não tem meios e também quem é pobre, não paga impostos.
Quem tem meios, muita riqueza, não paga impostos pois tem poder para os evitar.
Quem vive do rendimento do trabalho não tem alternativa e paga para si e para todos os que não pagam, para ir garantindo os equilíbrios que permitam que vão funcionando as Sociedades tal como as conhecemos.
Se duvidas houvesse, a experiência recente tem demonstrado que , sempre que é necessário recorrer a reforços na receita do Estado, os governos não conhecem outra alternativa, lançam mão daquela que lhes garante eficácia imediata, fazer pagar a classe média.
A classe média é, de facto, o grande sustentaculo das sociedades ocidentais, do mundo civilizado. Trabalha, produz, consome, paga impostos e tem filhos para garantir que o ciclo se vá repetindo.
O que está a acontecer presentemente é que de tanto penalizar exactamente a classe média, corre-se o risco de acabar com o poder que ainda tem tido de consumir que , por sua vez, garante que haja necessidade de produzir e que, por sua vez, garante que haja emprego para gerar rendimentos que possibilitam que pague impostos e o Estado tenha meios para fazer toda esta engrenagem funcionar, gostaria muito de acrescentar, em harmonia !
Nestes tempos de enormes dificuldades para todo o mundo até agora apelidado de civilizado, em que as roturas começaram a ameaçar assustadoramente o funcionamento de muitas economias e de cada vez mais Estados, houve quem , inteligentemente, visse que o risco de tudo isto se perder e as sociedades, tal como as conhecemos , deixarem de funcionar é elevadíssimo.
Outras se reinventarão por certo, mas a incógnita, o desconhecido, gera um natural desconforto.
O chamado Grupo dos Ricos franceses, podemos passar a chamar-lhe GGPS, que se propôs contribuir com um imposto extraordinário para a crise, não é mais do que um Grupo de Gente Preocupada e Sensata.
Inteligentemente, entendem que mais vale fazer algum sacrifício e ajudar a que o mecanismo que deles faz Ricos seja assegurado, não lhes acabe a galinha dos ovos de ouro, do que assistir ao esmagamento e desaparecimento da classe média, trabalhadora, produtora, consumidora, pagadora de impostos e geradora das mais valias e riqueza que , deste GGPS faz Ricos.
Infelizmente, não é esta atitude inteligente que se vê na grande maioria das iniciativas dos Governos europeus.
Por ridiculo, masoquista e suicidário, se faz grande eco, cada vez que se anuncia um nova mediada muito penalizadora, que não é assim tão má pois deixará de fora, não se aplicará a vários milhões de cidadãos ... que já não ganham o minimo que permita que paguem quaisquer impostos !
Triste sociedade, tristes governantes que se contentam ou parece não lhes doer pronunciar tão tristes argumentos.
Os avisos têm vindo a ser repetidos cada vez com maior insistência. Foi agora a própria Directora do Fundo Monetário Internacional a recomendar e alertar para que não se ponha em causa o poder de compra que permita manter a maquina produtiva das economias a funcionar, a dar emprego, as Sociedades coesas.
Mas, naturalmente, que a fobia pelo corte a direito, pela reduçao de custos em todo o lado, fala muito mais alto.
E compreende-se, dadas as dificuldades financeiras que , também elas, por sua vez e como que pelo reverso da mesma medalha, ameaçam os equilibros de funcionamento das sociedades e dos Estados.
Como sempre na vida, por naife que pareça, o bom senso é a chave de tudo.
Há muitos casos que têm vindo a publico nas ultimas semanas em que faz falta essa boa dose de bom senso, saber feito de experiência vivida e de alguma coragem para o fazer.
Num grande numero de situações, importará que prevalesça a regra de, desde que não haja mais prejuizo, se esqueça o conforto de gerar lucros e se permita que haja emprego. Ela por ela, sem ganhar nem perder, que se ponham as pessoas a trabalhar.
Claro que esta função só pode ser assegurada pelo Estado. Não se pode exigir ou, sequer, pedir a um privado que trabalhe só para aquecer, que esqueça ou renuncie ao lucro. Não seria de bom senso fazê-lo.
Mas, para garantir que a "máquina" continue a funcionar e as pessoas a viverem com a segurança que o funcionamento das sociedades lhes vai garantindo, para que tudo seja igual a tudo o que nós conhecemos, já é agora necessário mudar alguma coisa, reinventar alguma coisa nestas nossas sociedades civilizadas. È premente que haja alguma coisa ou alguém que labore sem a exigência, a obrigatoriedade , do lucro. Apenas a garantia de não prejuizo, ela por ela, para que muitos trabalhem, estejam saudavelmente ocupados, tenham algum rendiento e não se dediquem a corroer e destriur a malha social.
Foi isto que o GGPS viu.
É esta a dose de inteligemcia e Bom Senso que está por detrás da atitude aparentemente naife de tão benemérita do GGPS.
Carlos Pereira Martins
Conselheiro - Member
Conselheiro - Member
Comité Economique et Social Européen (CESE)
99, rue Belliard B-1040 Bruxelles
Tél: + 32-(0)2-546.94.44 - Fax: + 32-(0)2-546.97.53
Email: Carlos.PereiraMartins@eesc.europa.eu
cpmartins@netcabo.pt
Site internet: http://eesc.europa.eu
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
O GGPS da Inteligência ... e do remédio para crise.
Muito fácil de entender.
Quem não tem meios e também quem é pobre, não paga impostos.
Quem tem meios, muita riqueza, não paga impostos pois tem poder para os evitar.
Quem vive do rendimento do trabalho, não tem alternativa e paga para si e para todos os que não pagam, para ir garantindo os equilíbrios que permitam que vão funcionando as Sociedades tal como as conhecemos.
Se duvidas houvesse, a experiência recente tem demonstrado que , sempre que é necessário recorrer a reforços na receita do Estado, os governos não conhecem outra alternativa, lançam mão daquela que lhes garante eficácia imediata, fazer pagar a classe média.
A classe média é, de facto, o grande sustentaculo das sociedades ocidentais, do mundo civilizado. Trabalha, produz, consome, paga impostos e tem filhos para garantir que o ciclo se vá repetindo.
O que está a acontecer presentemente é que de tanto penalizar exactamente a classe média, corre-se o risco de acabar com o poder que ainda tem tido de consumir que , por sua vez, garante que haja necessidade de produzir e que, por sua vez, garante que haja emprego para gerar rendimentos que possibilitam que pague impostos e o Estado tenha meios para fazer toda esta engrenagem funcionar, gostaria muito de acrescentar, em harmonia !
Nestes tempos de enormes dificuldades para todo o mundo até agora apelidado de civilizado, em que as roturas começaram a ameaçar assustadoramente o funcionamento de muitas economias e de cada vez mais Estados, houve quem , inteligentemente, visse que o risco de tudo isto se perder e as sociedades, tal como as conhecemos , deixarem de funcionar é elevadíssimo.
Outras se reinventarão por certo, mas a incógnita, o desconhecido, gera um natural desconforto.
O chamado Grupo dos Ricos franceses, podemos passar a chamar-lhe GGPS, que se propôs contribuir com um imposto extraordinário para a crise, não é mais do que um Grupo de Gente Preocupada e Sensata.
Inteligentemente, entendem que mais vale fazer algum sacrifício e ajudar a que o mecanismo que deles faz Ricos seja assegurado, não lhes acabe a galinha dos ovos de ouro, do que assistir ao esmagamento e desaparecimento da classe média, trabalhadora, produtora, consumidora, pagadora de impostos e geradora das mais valias e riqueza que , deste GGPS faz Ricos.
Infelizmente, não é esta atitude inteligente que se vê na grande maioria das iniciativas dos Governos europeus.
Por ridiculo, masoquista e suicidário, se faz grande eco, cada vez que se anuncia um nova mediada muito penalizadora, que não é assim tão má pois deixará de fora, não se aplicará a vários milhões de cidadãos ... que já não ganham o minimo que permita que paguem quaisquer impostos !
Triste sociedade, tristes governantes que se contentam ou parece não lhes doer pronunciar tão tristes argumentos.
Os avisos têm vindo a ser repetidos cada vez com maior insistência. Foi agora a própria Directora do Fundo Monetário Internacional a recomendar e alertar para que não se ponha em causa o poder de compra que permita manter a maquina produtiva das economias a funcionar, a dar emprego, as Sociedades coesas.
Mas, naturalmente, que a fobia pelo corte a direito, pela reduçao de custos em todo o lado, fala muito mais alto.
E compreende-se, dadas as dificuldades financeiras que , também elas, por sua vez e como que pelo reverso da mesma medalha, ameaçam os equilibros de funcionamento das sociedades e dos Estados.
Como sempre na vida, por naife que pareça, o bom senso é a chave de tudo.
Há muitos casos que têm vindo a publico nas ultimas semanas em que faz falta essa boa dose de bom senso, saber feito de experiência vivida e de alguma coragem para o fazer.
Num grande numero de situações, importará que prevalesça a regra de, desde que não haja mais prejuizo, se esqueça o conforto de gerar lucros e se permita que haja emprego. Ela por ela, sem ganhar nem perder, que se ponham as pessoas a trabalhar.
Claro que esta função só pode ser assegurada pelo Estado. Não se pode exigir ou, sequer, pedir a um privado que trabalhe só para aquecer, que esqueça ou renuncie ao lucro. Não seria de bom senso fazê-lo.
Mas, para garantir que a "máquina" continue a funcionar e as pessoas a viverem com a segurança que o funcionamento das sociedades lhes vai garantindo, para que tudo seja igual a tudo o que nós conhecemos, já é agora necessário mudar alguma coisa, reinventar alguma coisa nestas nossas sociedades civilizadas. È premente que haja alguma coisa ou alguém que labore sem a exigência, a obrigatoriedade , do lucro. Apenas a garantia de não prejuizo, ela por ela, para que muitos trabalhem, estejam saudavelmente ocupados, tenham algum rendiento e não se dediquem a corroer e destriur a malha social.
Foi isto que o GGPS viu.
É esta a dose de inteligemcia e Bom Senso que está por detrás da atitude aparentemente naife de tão benemérita do GGPS.
E o Futebol Tão á Parte
Em quase todos os sectores de actividade, num numero já muito alargado de empresas, independentemente da sua dimensão, cada vez mais se encontram os sinais visiveis da crise que já passou as fronteiras nacionais ou europeias, é, de facto, global e internacional.
Por isso mesmo, a excepção que o mundo do futebol, também neste caso, parece ser, atente-se ao que se passa desde há muito em matéria de direito, leis laborais e conflitos de clubes, por exemplo, em que o futebol tem os seus orgãos próprios, causa maior estranheza. Referimo-nos aos chamados "Grandes Clubes" pois os outros, a quase generalidade deles, mesmo há muito tempo antes da visibilidade da crise, vivem daquilo que não têm.
Como é sabido.
Até que alguma coisa aconteça, tal e qual como no caso dos Países.
Mas são , de facto, ofensivos, porque pornográfico é outra coisa e não iremos fazer confusões, os números que vêm a publico dos contratos já não só das grandes estrelas mas de um numero cada vez mais vasto de jogadores, quando comparados mesmo com quem receba dentro da média alta dos salários portugueses.
Poder-se-á argumentar que , se por um lado levam recursos , no caso das aquisições de jogadores ao estrangeiro, são fontes de entrada de divisas e de recursos, nos casos das vendas.
E, os chamados Grandes clubes portugueses, têm sobretudo cedido, vendido, as suas estrelas para o estrangeiro.
Vamos esquecer as equipas que este ano já entraram em campo só com sul americanos ou apenas com um português.
Mesmo assim, no deve e haver falta demonstrar que, mesmo nos casos de vendas fabulosas, os fundos ficam no País, ou alguma vez cá entrarão. Falta a evidência da domiciliação desses fundos, a que offshores irão parar.
Será que os jogadores, os seus empresários e todos os que, á sua volta, lucram com isso, não deveriam aprender alguma coisa com o GGPS ?
E Os Jornalistas Tão a ... Leste !
Estranho também tem sido a atitude de alguns jornalistas, muitos deles dos mais vistos e reconhecidos pela "população informada", ou , como eles lhes gostam de chamar, pelos "Portugueses".
Não importa o teor e o conteúdo da noticia, venha ela a deixar o País definitivamente mais próximo do perigoso e desprestigiante patamar dos almeidas ou não, o ar e a entoação com que é lida é de quem está fora dela, nada tem a ver com isso, está, definitivamente acima da situação. Boaventura Sousa Santos, num livro recente que já li, diz que parecem alemães esses leitores de noticias portugueses. Sim, leitores por respeito aos Jornalistas.
Os exemplos são muitos de pessoas que temos visto, em diferentes sectores e com diferentes responsabilidades que se dão ares de quem está muito acima da crise e, lamentávelmente, a velocidade com que a situação evolui, nos tem permido ver as mesmas pessoas já completamente envolvidas, apanhadas. Por lamentável que isso seja.
Alguns não disfarçaram mesmo que viam na situação dificil em que o País estava progressivamente a cair, a sua galinha dos ovos de ouro.
Não tardaram os pseudo serões de debate esclarecido com os habituas clientes/actores que explicam e debitam verdades sobre tudo o que lhes seja pedido. Mesmo os que estão há muito fora de validade , com muito merito no seu tempo mas que insistem agora em fazer de muitos parvos e fazer de si pessoas ridiculas.
Convenhamos , por isso, que os leitores de noticias, por respeito aos Jornalistas, não têm deixado ficar muito bem a classe.
Mas não só os jornalistas. Recordo, a propósito o ar ridículo, naturalmente ridículo pois se assim não fora quereria dizer que o tomei a sério e, aí, significaria também que ele tinha feito de mim e de tantos outros parvos, de um famoso empresário que veio aos ecrãs pingar consternação e pena pelos empregados que , no trabalho, por culpa, penso eu que ele queria fazer passar a mensagem, do Primeiro Ministro da altura, com quem não devia simpatizar muito, presumo, roubavam para combater a fome e a miséria que os afligia.
E ele que não sabia já como lidar com essas situações .. humanitárias, presume-se.
Não se terá lembrado de duas coisas elementares, evidentes, na altura.
Uma, de lhes pagar um pouco mais, ao nível, pelo menos, do ordenado mínimo nacional, mesmo que para isso tivesse de ver baixar os lucros escandalosos que averbava, outra, da figura ridícula e patética que vinha fazer , em público.
Lamentáveis situações, lamentável gente e lamentável crise.
Felizes os Estados, Felizes as Populações que têm um GGPS !
Comité Economique et Social Européen (CESE)
99, rue Belliard B-1040 Bruxelles
Tél: + 32-(0)2-546.94.44 - Fax: + 32-(0)2-546.97.53
Email: Carlos.PereiraMartins@eesc.europa.eu
cpmartins@netcabo.pt
Site internet: http://eesc.europa.eu
Quem não tem meios e também quem é pobre, não paga impostos.
Quem tem meios, muita riqueza, não paga impostos pois tem poder para os evitar.
Quem vive do rendimento do trabalho, não tem alternativa e paga para si e para todos os que não pagam, para ir garantindo os equilíbrios que permitam que vão funcionando as Sociedades tal como as conhecemos.
Se duvidas houvesse, a experiência recente tem demonstrado que , sempre que é necessário recorrer a reforços na receita do Estado, os governos não conhecem outra alternativa, lançam mão daquela que lhes garante eficácia imediata, fazer pagar a classe média.
A classe média é, de facto, o grande sustentaculo das sociedades ocidentais, do mundo civilizado. Trabalha, produz, consome, paga impostos e tem filhos para garantir que o ciclo se vá repetindo.
O que está a acontecer presentemente é que de tanto penalizar exactamente a classe média, corre-se o risco de acabar com o poder que ainda tem tido de consumir que , por sua vez, garante que haja necessidade de produzir e que, por sua vez, garante que haja emprego para gerar rendimentos que possibilitam que pague impostos e o Estado tenha meios para fazer toda esta engrenagem funcionar, gostaria muito de acrescentar, em harmonia !
Nestes tempos de enormes dificuldades para todo o mundo até agora apelidado de civilizado, em que as roturas começaram a ameaçar assustadoramente o funcionamento de muitas economias e de cada vez mais Estados, houve quem , inteligentemente, visse que o risco de tudo isto se perder e as sociedades, tal como as conhecemos , deixarem de funcionar é elevadíssimo.
Outras se reinventarão por certo, mas a incógnita, o desconhecido, gera um natural desconforto.
O chamado Grupo dos Ricos franceses, podemos passar a chamar-lhe GGPS, que se propôs contribuir com um imposto extraordinário para a crise, não é mais do que um Grupo de Gente Preocupada e Sensata.
Inteligentemente, entendem que mais vale fazer algum sacrifício e ajudar a que o mecanismo que deles faz Ricos seja assegurado, não lhes acabe a galinha dos ovos de ouro, do que assistir ao esmagamento e desaparecimento da classe média, trabalhadora, produtora, consumidora, pagadora de impostos e geradora das mais valias e riqueza que , deste GGPS faz Ricos.
Infelizmente, não é esta atitude inteligente que se vê na grande maioria das iniciativas dos Governos europeus.
Por ridiculo, masoquista e suicidário, se faz grande eco, cada vez que se anuncia um nova mediada muito penalizadora, que não é assim tão má pois deixará de fora, não se aplicará a vários milhões de cidadãos ... que já não ganham o minimo que permita que paguem quaisquer impostos !
Triste sociedade, tristes governantes que se contentam ou parece não lhes doer pronunciar tão tristes argumentos.
Os avisos têm vindo a ser repetidos cada vez com maior insistência. Foi agora a própria Directora do Fundo Monetário Internacional a recomendar e alertar para que não se ponha em causa o poder de compra que permita manter a maquina produtiva das economias a funcionar, a dar emprego, as Sociedades coesas.
Mas, naturalmente, que a fobia pelo corte a direito, pela reduçao de custos em todo o lado, fala muito mais alto.
E compreende-se, dadas as dificuldades financeiras que , também elas, por sua vez e como que pelo reverso da mesma medalha, ameaçam os equilibros de funcionamento das sociedades e dos Estados.
Como sempre na vida, por naife que pareça, o bom senso é a chave de tudo.
Há muitos casos que têm vindo a publico nas ultimas semanas em que faz falta essa boa dose de bom senso, saber feito de experiência vivida e de alguma coragem para o fazer.
Num grande numero de situações, importará que prevalesça a regra de, desde que não haja mais prejuizo, se esqueça o conforto de gerar lucros e se permita que haja emprego. Ela por ela, sem ganhar nem perder, que se ponham as pessoas a trabalhar.
Claro que esta função só pode ser assegurada pelo Estado. Não se pode exigir ou, sequer, pedir a um privado que trabalhe só para aquecer, que esqueça ou renuncie ao lucro. Não seria de bom senso fazê-lo.
Mas, para garantir que a "máquina" continue a funcionar e as pessoas a viverem com a segurança que o funcionamento das sociedades lhes vai garantindo, para que tudo seja igual a tudo o que nós conhecemos, já é agora necessário mudar alguma coisa, reinventar alguma coisa nestas nossas sociedades civilizadas. È premente que haja alguma coisa ou alguém que labore sem a exigência, a obrigatoriedade , do lucro. Apenas a garantia de não prejuizo, ela por ela, para que muitos trabalhem, estejam saudavelmente ocupados, tenham algum rendiento e não se dediquem a corroer e destriur a malha social.
Foi isto que o GGPS viu.
É esta a dose de inteligemcia e Bom Senso que está por detrás da atitude aparentemente naife de tão benemérita do GGPS.
E o Futebol Tão á Parte
Em quase todos os sectores de actividade, num numero já muito alargado de empresas, independentemente da sua dimensão, cada vez mais se encontram os sinais visiveis da crise que já passou as fronteiras nacionais ou europeias, é, de facto, global e internacional.
Por isso mesmo, a excepção que o mundo do futebol, também neste caso, parece ser, atente-se ao que se passa desde há muito em matéria de direito, leis laborais e conflitos de clubes, por exemplo, em que o futebol tem os seus orgãos próprios, causa maior estranheza. Referimo-nos aos chamados "Grandes Clubes" pois os outros, a quase generalidade deles, mesmo há muito tempo antes da visibilidade da crise, vivem daquilo que não têm.
Como é sabido.
Até que alguma coisa aconteça, tal e qual como no caso dos Países.
Mas são , de facto, ofensivos, porque pornográfico é outra coisa e não iremos fazer confusões, os números que vêm a publico dos contratos já não só das grandes estrelas mas de um numero cada vez mais vasto de jogadores, quando comparados mesmo com quem receba dentro da média alta dos salários portugueses.
Poder-se-á argumentar que , se por um lado levam recursos , no caso das aquisições de jogadores ao estrangeiro, são fontes de entrada de divisas e de recursos, nos casos das vendas.
E, os chamados Grandes clubes portugueses, têm sobretudo cedido, vendido, as suas estrelas para o estrangeiro.
Vamos esquecer as equipas que este ano já entraram em campo só com sul americanos ou apenas com um português.
Mesmo assim, no deve e haver falta demonstrar que, mesmo nos casos de vendas fabulosas, os fundos ficam no País, ou alguma vez cá entrarão. Falta a evidência da domiciliação desses fundos, a que offshores irão parar.
Será que os jogadores, os seus empresários e todos os que, á sua volta, lucram com isso, não deveriam aprender alguma coisa com o GGPS ?
E Os Jornalistas Tão a ... Leste !
Estranho também tem sido a atitude de alguns jornalistas, muitos deles dos mais vistos e reconhecidos pela "população informada", ou , como eles lhes gostam de chamar, pelos "Portugueses".
Não importa o teor e o conteúdo da noticia, venha ela a deixar o País definitivamente mais próximo do perigoso e desprestigiante patamar dos almeidas ou não, o ar e a entoação com que é lida é de quem está fora dela, nada tem a ver com isso, está, definitivamente acima da situação. Boaventura Sousa Santos, num livro recente que já li, diz que parecem alemães esses leitores de noticias portugueses. Sim, leitores por respeito aos Jornalistas.
Os exemplos são muitos de pessoas que temos visto, em diferentes sectores e com diferentes responsabilidades que se dão ares de quem está muito acima da crise e, lamentávelmente, a velocidade com que a situação evolui, nos tem permido ver as mesmas pessoas já completamente envolvidas, apanhadas. Por lamentável que isso seja.
Alguns não disfarçaram mesmo que viam na situação dificil em que o País estava progressivamente a cair, a sua galinha dos ovos de ouro.
Não tardaram os pseudo serões de debate esclarecido com os habituas clientes/actores que explicam e debitam verdades sobre tudo o que lhes seja pedido. Mesmo os que estão há muito fora de validade , com muito merito no seu tempo mas que insistem agora em fazer de muitos parvos e fazer de si pessoas ridiculas.
Convenhamos , por isso, que os leitores de noticias, por respeito aos Jornalistas, não têm deixado ficar muito bem a classe.
Mas não só os jornalistas. Recordo, a propósito o ar ridículo, naturalmente ridículo pois se assim não fora quereria dizer que o tomei a sério e, aí, significaria também que ele tinha feito de mim e de tantos outros parvos, de um famoso empresário que veio aos ecrãs pingar consternação e pena pelos empregados que , no trabalho, por culpa, penso eu que ele queria fazer passar a mensagem, do Primeiro Ministro da altura, com quem não devia simpatizar muito, presumo, roubavam para combater a fome e a miséria que os afligia.
E ele que não sabia já como lidar com essas situações .. humanitárias, presume-se.
Não se terá lembrado de duas coisas elementares, evidentes, na altura.
Uma, de lhes pagar um pouco mais, ao nível, pelo menos, do ordenado mínimo nacional, mesmo que para isso tivesse de ver baixar os lucros escandalosos que averbava, outra, da figura ridícula e patética que vinha fazer , em público.
Lamentáveis situações, lamentável gente e lamentável crise.
Felizes os Estados, Felizes as Populações que têm um GGPS !
Carlos Pereira Martins
Conselheiro - Member
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