sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

As danças de treinadores e o futebol - industria. Salve-se o meu Belenenses, está fora disso, vai pela Honra !


Nas últimas horas fomos inundados, em tudo  o que é meio de comunicação e informação, pela noticia e  pelas análises  longas mais um menos aprofundadas sobre  o  afastamento do treinador do Benfica.

O caso já não é novo, muitas vezes  assistimos a estas  situações de clubes, grandes ou de menor expressão,  que  de um dia para o outro  começam  a perder jogos, mesmo com  os  últimos classificados,  sobretudo  nos jogos em casa mas também  nos disputados fora.

É  um  filme  já visto  tendo  como  protagonista  o FC Porto,  o SL Benfica, o CF "Os Belenenses", o Sporting CP  e  muitos  outros em Portugal e no estrangeiro, veja-se o exemplo recente do Manchester United, anteriores do Real Madrid, Barcelona e por aí  adiante.

Até que qualquer coisa acontece  e, normalmente,  o que acontece é uma mudança de treinador, e tudo volta à anterior normalidade, os jogos passam  a ser ganhos, de novo, como se tudo tivesse mesmo sido  um  interregno no tempo.  Os mesmos jogadores, as mesmas equipas, um tempo sempre a perder e novo tempo, de novo,  sempre a ganhar.


As análises da noite passada e os comentários não foram,  na maior parte delas,   das  que  pude ouvir,  além dos lugares comuns, da vulgaridade e das meras suposições dos comentadores.  Sobretudo  centradas na ou nas figuras de quem possa vir substitui-lo, ou mesmo sem  maiores dados, adiantados como certos ou certo.

Mas já notei  uma diferença  nas conclusões  a que chegaram  pelo menos dois dos mais entendidos e talvez mais afoitos  analistas  e que, por isso  mesmo, vale a pena aqui reproduzir.

Desta vez, estes dois entendidos e mais corajosos foram ao ponto, como não podia deixar de ser,  de  enumerar e   recordar o já passado  já  em  tantos outros   clubes, como ficou dito acima,  mas concluir  que  é  muito estranho  o  que  se tem passado  no  caso  em  analise e que   "o  balneário não estaria já  contente  com  o treinador" !

Que  se estivesse,  os jogadores entrariam em campo, jogando bem ou mal  mas para defender o seu treinador, nem que  "comessem  a relva", atitude que se viu  não terem  nem quererem ter.

Pela primeira vez se coloca a culpa não na competência ou incompetência do tecnico  mas  "no balneário"!

Concordo e saúdo a coragem, embora toda a gente o saiba mas muito poucos, pelas engrenagens do tal "sistema"  e jogos de interesses  o  tenham  podido e querido dizer ou escrever.

Só lhes faltou  esses mais corajosos  nas análises, a meu ver,  juntar-lhe  a vertente financeira.
Sim, porque  está  para analisar por quem possa, ou mesmo investigar por quem essas competências possa ter,  quem  e quanto  ganha com  estas  "mexidas"  cirúrgicas.

Os Clubes, claro que não. Os Sócios, muito menos mas são, em comportamentos de grupo,  tolos  e deixam-se levar pela ideia  fácil que o que é preciso é mudar  o treinador e tudo se resolve. E a experiência confirma e eles querem é ver as equipas a ganhar.

Resta  lembrar  que,  com  uma nova contratação de monta, com  uma mudança, geralmente ganha  muito quem sai,  ganha muito quem  entra de novo, ganham  imenso  os empresários  e conviria ser  bem  aprofundado  se ganha muito mais alguém,  incluindo  dirigentes e atletas que ajudam  "à festa".

É preciso  ter presente que os treinadores, ao rodarem, dão ganhos fortes aos empresários e são estes empresários de  treinadores que rodam  que também são empresários de alguns jogadores que integram  os balneários  que  começam  a perder e só param  de o fazer quando  algo  que se adivinha acontece.

Será porventura um terreno  difícil de investigar e aprofundar para obter conclusões claras que  levem  a uma limpeza do "sistema", lá que valeria a pena, a bem da verdade desportiva e da honra de uns quantos que ainda entendem  que continua a haver futebol e desporto para além  do futebol-industria, lá isso valeria!

Afinal,  quem é gozado, é o pagode. Que até gosta, vai e alimenta esta maquina infernal.

Por tudo isto  sou há muito admirador de alguns grandes clubes ingleses que não vão em modas e  permanecem com o mesmo treinador, uma vez que a qualidade foi comprovada,  décadas a fio.
Fosse eu presidente de um clube e era ver o que faria. Talvez abrir inquérito e investigação, caso a caso,  ao sucedido,  e talvez, no final, em vez de correr com o treinador,  arejar a equipa, o balneário, libertar  quem pudesse ter estado "colaborante". É que estamos a falar de um  grupo de cidadãos que ganham, sei que por tempo não  muito longo,  exageradamente bem, para além de se darem a luxos e mordomias que ás vezes escapam  nos jornais, como o caso de jogadores do PSG, galácticos, que, por virem no final dos jogos agradecer e aplaudir os sócios que os suportam, ganham, no contrato,  centenas de milhares de euros.

é mesmo  de repetir,  quem  é gozado,  é  o pagode!

Saudações desportivas.
Carlos Pereira Martins


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