— Já inscreveste a tua filha no São João de Brito?
— Não, ela vai para o Valsassina.
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Recebi , hoje mesmo, enviado por uma pessoa muito Amiga, aliás, é mesmo uma das minhas referencias de vida, um email com esta foto e dizeres.
Achei uma maravilha.
Diz tudo, sintetiza a questão e poupa muitas palavras e dissertações elaboradas, daquelas que dão para encher programas de medir audiencias nas tvs, que já nada elucidam e que se tornaram, pela ganancia de ganhar audiencias, em coisas piores que os mercados da Ribeira ou do Bulhão. Sim, que esses são respeitáveis e são um valioso Patrimonio Cultural , a preservar.
Mas vale a pena acrescentar algumas palavras á co'pia do email.
Em tempos em que a escola publica nao consegue responder ás necessidades da população escolar, nao chega para a procura, está certo que o Estado faça acordos com as privadas , subsidie essa prestação de serviço complementar ao publico, subsidie as escolas privadas que abram as suas portas aos alunos que nao tenham colocação nas publicas.
Tudo certo, é o mercado a funcionar, é a optimização dos recursos publicos.
Em tempos em que as escolas publicas possam corresponder à procura, e os recursos publicos sejam tao escassos quanto o são actualmente, é obvio que não deverà o Estado subsidiar as instituiçoes privadas.
De contrário, como os recursos do Estado não são mais do que os impostos dos cidadãos, estariam os que não conseguem sequer pagar o ensino dos filhos, no ensino publico, a pagar parte do ensino daqueles que ainda terão a liberdade de escolha entre , como diz o email, o Valsassina e o S; Joao de Brito ...
Duas razoes mais: há mais de dois mil colegios privados e os que fazem parte da reivindicação que ultimamente tem sido noticiada, são menos de uma centena; o acesso aos colegios privados é extremamente dificil; quem opta pelo privado opta por mais comodidades, por outro tipo de serviço que , natruralmente, tem que ter um custo acrescido. Mas, mesmo que se disponha e possa pagar, o acesso é extremamente condicionado. Não so' pelo preço mas por criterios , por vezes, de aceitação muito dificil, so' aceitaveis dada a sua natureza de privados e porque, na sua casa, cada um farà o que bem entenda e queira.
Em ultima analise, o que as manifestações dos "caixões" sugerem (e algumas pessoas apoiam , se calhar, porque os grupos de interesses e os media "envolvidos" não dão sequer tempo aos pais e alunos que nelas participam para pensar ) , é que aqueles que não podem escolher e não conseguem jà pagar a escolaridade dos filhos, paguem, com os seus impostos, parte das suas escolhas ... no Valsassina ou no S. Joao de Brito.